Talvez Apaixonados

Capítulo 85

                               Capítulo 85

                                         Ane

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        Minha cabeça está doendo de tanto ler cláusulas, diretrizes orçamentárias e contratos. Andrew disse que eu precisava entender como cada mísero parafuso funcionava dentro da empresa antes de começar a comanda-la com meus irmãos. E apesar de achar que é muita informação para uma única pessoa; não reclamo. Não por estar com medo ou algo parecido, na verdade não reclamo porque realmente quero saber como funciona cada parafuso nessa empresa. Afinal, conter informações sobre algo às vezes é extremamente importante, tanto quanto é necessário. Algumas regras e aplicações acabei pulando por já estar ciente levando conta todos os anos que passei estudando administração e gestão de empresas em Uepplen. Entretanto quando chega a parte dos funcionários e setores é que eu mergulho totalmente em cada informação transcrita nas folhas impressas. Leio e absorvo tudo que precisava e tudo que eu não sabia. Ao meio dia meus irmãos e a noiva descarada de um deles deixam a sala para almoçarem e até me convidam para acompanhá-los; mas acabo recusando a tentadora oferta de me aproximar um pouco mais deles, porquê ainda há algumas pilhas de folhas para serem lidas e quero extingui-las até o final do dia. Estou lendo o artigo 7.890° quando meu celular vibra anunciando uma mensagem. Desde minha separação de Samanta e Natasha as mensagens basicamente desapareceram, o que em parte não foi de total perda, entretanto a curiosidade para saber de quem seria essa me toma e acabo deixando de lado a leitura para pegar meu aparelho. Um sorriso bobo surge em meu rosto quando leio; "E AÍ? COMO FOI? PFV DIZ QUE NÃO OS MASSACROU :P" de Nate. Ainda sorrindo bloqueio a tela do celular e o deixo na mesa em um raro espaço vago, onde não há papéis e estou prestes a retomar a minha leitura, quando o aparelho vibra novamente com a chegada de outra mensagem; "ESTAVA PENSANDO EM CONVIDAR A MINHA NAMORADA PARA ALMOÇAR, SERÁ Q ELA TOPARIA?" leio a sua mensagem carinhosa e é inevitável não pensar em como ele tenta, mesmo que sua situação financeira não seja uma das melhores, me mimar a sua maneira... A maneira mais pura, simples e apaixonada possível. Antes que eu pudesse pensar estou digitando uma resposta.

"ELA DIRIA QUE ESTÁ OCUPADA NO MOMENTO, MAS QUE SE O SEU NAMORADO QUISER VIR ALMOÇAR COM ELA NA EMPRESA, ELA FICARÁ FELIZ" -Eu.

      Envio a mensagem como uma adolescente patética e penso em outra coisa para respondê-lo, então antes de receber uma resposta sua; meus dedos estão clicando novamente.

"QUANTO A QUANTIDADE DE CORPOS MORTOS; DIRIA QUE ESTAMOS INDO BEM :P" -Eu.

      Meu sorriso fica ainda mais concreto ao o enviar a carinha "antiga" no final sem sentir nenhum remorço em enviá-la, porquê é algo tão patético e tão nosso... Que me sinto extremamente sortuda em ter alguém que a faça comigo e não me julgue por ainda usá-la.

"ISSO É UMA ÓTIMA NOTÍCIA, SOBRE OS CORPOS EU DIGO ;)" -Nate.

"QUANTO AO ALMOÇO, MINHA NAMORADA PODERIA ME ENVIAR O ENDEREÇO DE ALGUM RESTAURANTE VEGANO? NÃO FAÇO IDEIA DE ONDE ENCONTRAR ALGUM NA CIDADE :(" - Nate.

        Por experiência própria, sei que os restaurantes que servem comidas veganas; não são nem um pouco baratos. Então sou rápida em o enviar uma resposta.

"NÃO SE PREOCUPE, TRAGA APENAS ALGUM SANDUÍCHE VEGANO PARA MIM JÁ ESTÁ ÓTIMO :)" -Eu.

"CHEGO EM 21 MINUTOS ;)" -Nate.

"21? E NÃO 20?" -Eu.

"CONSIGO FAZER TUDO EM 21 :P"- Nate.

"LADRÃO DE FRASE  >:(" -Eu.