29 - Olin

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Eu fui para aquela festa porque meus amigos não paravam de me encher e logo que cheguei, uma menina morena e bem bonita vem falar comigo, nós conversamos um pouco mas então sou pego de surpresa com ela me beijando. Não a beijo de volta, apenas a empurro e pergunto o que foi isso. Ela responde:

- O que foi? Pensei que estivesse rolando alguma coisa entre nós. Vem, vamos voltar ao beijo... - ela fala tentando me beijar de novo mas recuo.

Saio e vou para longe, fico em um canto da festa. Eu nunca iria ficar com alguém assim, a única pessoa que me interessa agora é Vic. Eu quero ela, e acho que não quero apenas o corpo dela. Eu quero ELA, para mim.

Mas então, uns minutos depois, eu a vejo entrando em um quarto de mãos dadas com um cara loiro mais baixo que eu. - O que ela está fazendo? - Sinto meu coração doer no peito e meu corpo congelando.

Fico encarando a porta do quarto por uns bons 20 minutos até ela ser aberta e o mesmo cara que antes entrou com ela sair do quarto ajeitando o zíper da calça - eles transaram - ela transou com outro cara. Não sei porque mas meu coração dói e sinto lagrimas ameaçarem cair de meu olhos mas as seguro. Uns minutos depois Victória sai do quarto e nossos olhares se encontram.

Ela arregala de leve os olhos mas não para, ela continua andando e some na multidão de pessoas.

Vou embora da festa e entro em casa. Ligo o chuveiro e coloco na água fria - fico no banho por uma hora até minha mãe me dar um bronca pelo lado de fora do banheiro e saio.

Sinto uma raiva tomar conta de mim e então percebo que... eu acho que estou apaixonado por ela - mas ela claramente não pensa assim. Não sei porque eu poderia ter pensando que ela gostava de mim. Além do mais, foi ela quem sugeriu uma "amizade colorida".

Sinto raiva de mim mesmo por ser tão idiota. Não consigo ficar bravo com ela. Ela não fez nada errado, eu fiz ao me iludir com nossa relação.

.........

Já é segunda-feira e eu ainda não falei com Victória, na aula de história nós apenas trocamos olhares e algumas palavras por causa do trabalho que nós tínhamos que fazer juntos. No almoço eu me sentei com meus amigos e não falei com Vitória ou nenhum de seus amigos pelo resto do dia.

    .........

Já se passou uma semana e mais uma vez, quase nem falei com Victória.

Eu sinto falta dela. Do corpo dela mas principalmente da sua companhia, sua rizada. Ficar longe dela está me matando. Já está de noite e não consigo para de pensar nela e quando percebo já estou andando em direção a minha janela e a abrindo. Eu pulo dela para uma árvore e caio no chão - meu pulso dói - e corro em direção a casa de Victória.

Subo pelas vigas das paredes e paro na janela de seu quarto. As cortinas estão fechadas - lembro da última vez em que apareci na janela dela. Ela nua e se masturbando com o cabo do pente, nunca vou tirar aquela imagem da cabeça - eu repenso se deveria mesmo fazer isso mas não consigo pensar em uma razão para não fazer. Está me matando não falar com ela.

Então eu dou duas batidinhas na janela mas ninguém responde, então me viro para ir embora mas então a janela abre.

- Olin - sussurra em tom de surpresa Victória.

Me viro e vejo seus olhos arregalados, ela está cobrindo a boca com a mão - e primeiro eu penso que é de surpresa mas então o vento sopra e sinto cheiro de vomito vindo dela - ela estava vomitando?

- Vic... você está bem? - falo e toda a raiva que antes eu guardava dentro de mim se dissipou e foi ocupada por preocupação. Ela está doente?

Meu PrimeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora