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Victória

Stella resolveu dar uma de rebelde hoje e fez uns cinco cocôs em lugares diferentes por toda a rua, a minha sorte é que eu sempre trago aqueles saquinhos cata-cocô quando vou passear com ela.

Me agacho já com o saquinho na mão e pego o bolinho de fezes enquanto Stella fica maravilhada por um pássaro apoiado em um poste de luz. Faço um nó no saquinho e o jogo no lixo mais próximo. Olho para o céu e tenho que colocar a minha mão na frente para proteger meus olhos da claridade do sol.

Suspiro ao sentir a brisa de um céu limpo e clima bom.

- Vamos - falo para Stella enquanto começo a andar de volta para casa.

Uns minutos depois passo na frente da casa de Olin.

Ela é grande e tem um design muito similar a minha casa, o que acontece com todas as casas do bairro.

Já tinha o visto antes saindo de casa, e também lembro de quando meus pais falavam do "filho dos vizinhos".

Ele é bonito, tem o cabelo escuro e liso, e as pernas... só de pensar eu fico toda arrepiada.

Confesso, ele é malhado, tem as coxas grossas de músculo e imagino que os biceps também.

Só não entendo o porque de ele sair de casa apenas de cueca. Ele deve ser aquele tipo de garoto folgado que não liga nem se vai sair de casa pelado.

Desvio o olhar da casa e ando em direção a minha.

Entro e solta a guia da coleira de Stella.

- Vamos comer, garota - falo rindo quando vejo a cadela reconhecer a palavra "comer" e então começar a ficar empolgada, abanando o rabo.

Ando até a dispensa e abro a caixa de ração, encho um potinho com os grãos e então coloco no comedouro de Stella.

Ela imediatamente enfia a cara na comida e começa a devorar a comida, revezando entre tomar água e comer.

- Sua gulosa - digo sorrindo.

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Já esta de noite quando olho pela janela e encontro Olin sentado na escada da varanda da sua casa, os cabelos molhados e uma cara de brisa.

Mordo meu lábio e então escuto a porta da garagem ser aberta, provavelmente pelos meus pais chegando do trabalho.

Dou uma última olhada em Olin antes de descer as escadas e abrir a porta que leva ao pequeno espaço onde guardamos os carros e também algumas tranqueiras que quase nunca usamos. O carro da minha mãe, um Nissan Rogue cinza escuro, entra pelo portão aberto da garagem enquanto vejo o carro do meu pai, um Ford Série-F, estacionando na frente da garagem.

Minha família não é rica, mas acho que podemos ser considerados um pouco mais acima da classe média. Meus pais são donos de uma empresa que fabrica doces, na maioria bolinhos pequenos que se acha em qualquer super mercado e eu diria que eles são muito felizes com o dinheiro que ganham fazendo bolos.

- Oi, filha - fala minha mãe saindo do carro e fechando a porta do mesmo.

- Oi, mãe - falo sorrindo simpática.

- Passamos no mercado, pode nos ajudar, por favor? - ela passa pela porta da garagem, até o carro do meu pai que sai do mesmo e me da um sorriso.

- Oi, filha - ele fala me abraçando.

Minha relação com meus pais sempre foi muito boa, mas não consigo evitar de ter um favorito.

- Oie - o abraço de volta.

Meu PrimeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora