20 - Victória

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Acordo com o alarme do celular - hoje as aulas voltam e por algum motivo, me sinto mais que pronta para começar o ano letivo - talvez porque eu vou começa-lo já não sendo mais virgem.

Meu grupo de amigos não é lá muito grande mas todos pelo menos já tinham transado, e eu era a única que nunca tinha nem visto um pau de verdade - ainda não sei se vou contar a eles - porque se eu contasse, surgiriam perguntas como: quando, com quem, foi bom, quais posições - e isso não seria muito confortável de conversar com os meninos - quem sabe com Lily, Mia e Breena - mas mesmo assim, eu teria que ou contar a verdade sobre mim e Olin ou inventar alguma desculpa ou alguém imaginário, mas não gosto de mentir para elas.

Ontem foi um dia maravilhoso e louco ao mesmo tempo, meus pais chegaram vinte minutos depois de Olin ter ido embora - e tive que passar pó no meu pescoço para esconder os chupões - eu marquei hora com o ginecologista para hoje depois da escola.

Levanto da cama e coloco uma calça jeans simples, uma camisa preta e branca e um casaquinho de coura claro, desço e vou para a cozinha tomar café.

Ouço vozes vindas de lá e fico surpresa com o que encontro:

- Filha, seu primo Osten vai ficar aqui conosco um tempo - diz minha mãe ao me ver, apontando para meu primo sentado em um banquinho da cozinha, ele parece exausto.

Meu primo é apenas um ano mais velho que eu e nossa relação digamos que... é complicada. Ele é tipo o príncipe da nossa família e sempre que vê uma chance, tenta me tornar a viúva negra da família. Ele tem os mesmo olhos que nossas mães, que são gêmeas, e tem os cabelos louros e volumosos - esse ele puxou do pai - eu não aguento ficar perto dele.

- Ele passou aqui ontem a noite antes de chegarmos mas quando tocou a campainha ninguém atendeu então ele teve que se instalar em um motel noite passada. O que você ficou fazendo ontem em? Não ouviu ele?

Não mãe, não ouvi, eu estava meio ocupada fodendo pela casa toda com meu vizinho.

- Eu cheguei aqui meio que as 18:30, e ouvi uns gritos mas a porta estava trancada e as janelas fechadas com as cortinas então não sabia se tinha acontecido alguma coisa. Fiquei preocupado prima.

E eu congelo - parada no batente da porta para a cozinha, o encaro - seus olhos brilhando em puro malacia - ELE SABE - eu penso - ELE SABE! ELE SABE! ELE SABE! - e agora vai tornar minha vida um inferno por isso, vai contar para os meus pais e eles vão me matar

- Gritos? O que aconteceu ontem filha?

Tento pensar em alguma desculpa e então falo a primeira coisa que aparece na minha mente:

- É, eu estava na sala vendo um filme de terror.

- Terror, mas odeia filmes de terror, você é mais para comédia.

- Eu sei mãe, mas eu queria tentar alguma coisa nova então...

- Entendi, bom, melhor comer se não vai se atrasar para escola. A Breena vai te dar carona hoje?

- Sim ela vai.

- Ok, então coma. - ela empurra na minha direção um prato com panquecas e mel pela bancada - e filha, o Osten poderia dormir no seu quarto durante sua estadia aqui? Ele só vai ficar uns cinco dias.

- O que, mãe? Não! Por que?

- Victória - ela fala em tom de advertência olhando para mim com os olhos profundos e verdes.

- Não tem problema tia - Osten fala de um jeito doce que me dá vontade de esgana-lo - não quero criar problemas, eu posso dormir no sofá.

- Não Osten, Victória só está sendo teimosa como sempre

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