32 - Victória

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Acordo com minha mãe me chamando em um tom leve, com uma bandeja na mão de café da manhã, com torradas, cereal, e mais o monte de coisa - o que está acontecendo? - ela está sorrindo, mas vejo que é um sorriso um pouco hesitante. Meu pai está atrás dela, está com uma cara preocupada mas eles parecem tentar me animar.

- Vic... acorda meu anjo - fala minha mãe.

Me sento e coço os olhos - meus olhos se acostumando com a claridade do sol que passa pela janela.

- Mãe, pai, bom dia... o que está acontecendo? - falo com a voz rouca

- Filha, nós já sabemos - fala minha mãe com um tom apertado.

- Sabem do que? - do que eles estão falando?

- Sua mãe percebeu os sinais primeiro que eu já que ela já passou pela mesma coisa antes com você - fala meu pai com uma expressão triste - depois do que você nos contou ontem, sua mãe teve certeza.

- Como assim?

Minha mãe coloca a bandeja na minha escrivaninha e ela se senta na minha cama.

- Filha, nós sabemos que você está grávida - fala minha mãe colocando a mão na minha coxa.

O que? Como? Se eles realmente ainda sabem, como eu ainda estou viva? E Olin?

Meu rosto fica branco.

- O que? - sussurro olhando da minha mãe para meu pai várias vezes

- Filha, nós estávamos pensando que você fosse nos falar ontem mas acabou não falando e... nós pensamos, e depois da conversa que sua mãe teve com você ontem. - meu pai suspira - não vamos ficar bravos, nós te conhecemos e sabemos que você ia nos contar mas...

- Eu ia... - interrompo meu pai, falo rápido e desesperadamente - eu juro que ia, e-eu planejava apresentar Olin para vocês hoje e-e contar d-depois mas - senti as lágrimas escorrem pela minha bochecha, não consigo parar de gaguejar - e-eu não sabia como vocês iam reagir e-e fiquei com medo e...

- Filha - minha mãe me interrompe, ela coloca a mão na minha bochecha e limpa minha lágrimas - nós sabemos que você ia nos contar, é como seu pai disse, nós te conhecemos e sabemos que você não é o tipo de menina que engravida de um desconhecido.

Assinto mas não consigo impedir mais lágrimas de escorrerem.

- Você disse ontem que ama esse Olin.

- Eu amo - sussurro.

- E não tenho duvidas que ele é o pai do bebê - fala minha mãe docemente

- Sim, ele é.

Ela sorri e me abraça, a abraço de volta e as lágrimas escorrem mais rápido, quando percebo, já estou soluçando.

- Filha, eu não te disse que não importa o que acontecesse eu sempre iria te amar?

- Eu também - fala meu pai com um leve sorriso e se junta ao abraço - eu confesso que quando sua mãe me falou que você estava com os peitos meio inchados e estava comendo igual uma esfomeada, eu fiquei meio desesperado mas... eu aprendi filha que... eu sempre tenho que tentar entender o seu lado antes de julgar ou te botar de castigo.

Sorrio.

- Então vocês não estão bravos? - falo soluçando com as lágrimas entrando na minha boca.

- Ah, estamos, estamos bravos mas... também estamos aliviados por não ser algo pior. Você está crescendo e temos que aceitar. - fala minha mãe - nós amamos você e vamos amar esse bebezinho. Mas você e Olin tem que tomar mais cuidado ok? - ela fala se desvinculando do abraço

Meu PrimeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora