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Seguimos o cortejo com os olhos até que ele sumiu de vista na floresta enevoada; e o próprio som dos cascos e rodas morreu no silencioso ar da noite.
Nada restou para nos assegurar que a aventura não fora uma ilusão momentânea, exceto pela jovem dama, que exatamente naquele momento abriu os olhos. Eu não podia ver, pois seu rosto estava voltado para o outro lado, mas ela levantou a cabeça, evidentemente olhando ao redor, e ouvi uma voz muito doce perguntar, queixosa, “Onde está mamãe?”.
A boa Madame Perrodon respondeu gentilmente, confortando-a. Então a ouvi perguntar:
– Onde estou? Que lugar é este? – e depois disso ela disse – Não vejo a carruagem, e Matska, onde está ela?
Madame respondeu a todas suas perguntas à medida que podia entendê-las; e gradualmente a jovem se lembrou de como a desventura acontecera, e ficou feliz ao ouvir que ninguém na carruagem ou na equipagem se ferira; e ao saber que sua mãe a deixara conosco, até seu retorno dali a três meses, ela chorou.
Eu estava prestes a acrescentar meus consolos aos de Madame Perrodon quando Mademoiselle De Lafontaine colocou a mão no meu braço, dizendo:
– Não se aproxime. Nesse momento, ela só pode falar com uma pessoa de cada vez; agora, até uma pequena excitação pode ser demais para ela.
“Assim que ela estiver confortável na cama”, pensei, “irei vê-la em seu
quarto”.
Enquanto isso, meu pai havia mandado um criado a cavalo buscar o médico, que morava a duas léguas de distância, e que um quarto fosse preparado para receber a jovem.
A estranha se levantou, apoiada no braço de Madame, e caminhou lentamente pela ponte levadiça, cruzando o portão do castelo.

Carmilla - A Vampira de KARNSTEINOnde histórias criam vida. Descubra agora