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– Então você estava pensando na noite em que cheguei? – ela quase sussurrou. – Está feliz por eu estar aqui?
– Deleitada, querida Carmilla – respondi.
– E pediu o quadro que achou tão parecido comigo para pendurar em seu quarto – ela murmurou com um suspiro, enquanto apertava minha cintura com
o braço, e colocou a linda cabeça no meu ombro.
– Como você é romântica, Carmilla – eu disse. – Quando quer que me conte sua história, ela será composta principalmente por um grande romance.
Ela beijou-me, silenciosamente.
– Tenho certeza, Carmilla, que você já esteve apaixonada; que neste momento há um assunto do coração em andamento.
– Nunca amei ninguém, nem nunca amarei – ela sussurrou – a menos que seja você.
Como ela estava linda sob a luz do luar!
Foi tímido e estranho o olhar com que ela escondeu o rosto no meu pescoço e cabelos, com suspiros tumultuados, que quase pareciam soluços. Ela apertou minha mão, trêmula.
Seu rosto macio estava brilhando contra o meu. – Querida, querida – ela murmurou. – Eu vivo em você, e você morreria por mim, porque a amo tanto.
Afastei-me dela.
Ela estava olhando para mim com olhos que haviam perdido todo o fogo e significado, e com um rosto apático e sem cor.
– O ar está frio, querida? – ela disse, sonolentamente. – Estou quase tremendo; estive sonhando? Vamos entrar. Venha, venha, vamos entrar.
– Você parece doente, Carmilla, um pouco fraca. Você deve beber um pouco de vinho – eu disse.
– Sim. Farei isso. Estou melhor agora. Devo estar bem em alguns minutos. Sim, dê-me um pouco de vinho – respondeu Carmilla quando nos aproximamos da porta. – Vamos olhar de novo por um momento; talvez essa seja, a última vez que verei a luz da lua com você.

Carmilla - A Vampira de KARNSTEINOnde histórias criam vida. Descubra agora