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Como Carmilla não queria nem ouvir falar sobre ter uma criada dormindo em seu quarto, meu pai arranjou para que um criado dormisse do lado de fora do quarto, para que ela não tentasse fazer outra excursão daquele tipo sem ser impedida já na porta.
A noite passou tranquilamente, e logo cedo na manhã seguinte o médico, que meu pai havia chamado sem me dizer uma palavra, chegou para me ver.
Madame me acompanhou até a biblioteca, e lá o pequeno e grave médico de cabelos brancos e óculos, que mencionei antes, estava esperando para me ver.
mais grave. Contei-lhe minha história, e conforme eu falava ele foi ficando cada vez
Estávamos de pé, ele e eu, no recesso de uma das janelas, de frente um para o outro. Quando terminei minha história, ele se apoiou contra a parede, com os olhos fixos em mim, com um interesse no qual havia um toque de horror.
Depois de refletir um minuto, ele perguntou a Madame se podia ver
meu pai.
Ele foi chamado, e quando entrou, sorrindo, disse:
– Me atrevo a dizer, doutor, que o senhor vai dizer que sou um velho tolo por tê-lo trazido aqui; espero que eu seja.
Mas seu sorriso desapareceu quando o médico, com o rosto muito grave, o chamou para perto de si.
Eles conversaram por algum tempo no mesmo recesso em que eu acabara de conferenciar com o médico. Parecia ser uma conversa séria e argumentativa. A sala era muito grande, e Madame e eu estávamos juntas, queimando de curiosidade, na extremidade oposta. Não podíamos ouvir nem uma palavra, pois eles falavam em voz muito baixa, e o profundo recesso da janela ocultava o médico, e só podíamos ver o pé, braço e ombro de meu pai; as vozes eram, suponho, ainda menos audíveis por causa da espécie de armário que a grossa parede de pedra e a janela formavam.

Carmilla - A Vampira de KARNSTEINOnde histórias criam vida. Descubra agora