Quando chegamos à sala de estar, e havíamos nos sentado com nosso café e chocolate, embora Carmilla não tomasse nenhum dos dois, ela pareceu ser ela mesma novamente. Madame e Mademoiselle De Lafontaine se juntaram a nós, e jogamos uma partida de cartas, durante a qual papai veio para o que ele chamava seu “prato de chá”.
Quando o jogo acabou, ele se sentou ao lado de Carmilla no sofá, e perguntou, um pouco ansiosamente, se ela tivera notícias de sua mãe desde que chegara.
Ela respondeu que não.
Ele então perguntou se ela sabia onde uma carta poderia encontrar sua mãe naquele momento.
– Não posso dizer – ela respondeu, ambiguamente – mas tenho pensando em deixá-los; vocês já foram hospitaleiros e gentis demais para mim. Causei problemas demais para vocês, e gostaria de tomar uma carruagem amanhã, e ir em busca dela; sei onde a encontrarei, embora não ouse dizer-lhe.
– Mas você não deve nem mesmo sonhar com isso – exclamou meu pai, para grande alívio meu. – Não podemos perdê-la assim, e não consentirei com sua partida, exceto sob os cuidados de sua mãe, que foi gentil em consentir que ficasse conosco até que retornasse. Eu ficaria muito feliz em saber que teve notícias dela: mas esta manhã os relatos do progresso da misteriosa doença que invadiu nossa região ficaram ainda mais alarmantes; e, minha linda hóspede, eu sinto o peso da responsabilidade, sem o conselho de sua mãe. Mas farei o melhor; e uma coisa é certa, que você não deve pensar em nos deixar sem instruções claras da parte dela para tanto. Sofreríamos muito por nos separar de você para consentir tão facilmente com isso.
– Obrigada, senhor, mil vezes obrigada por sua hospitalidade – ela respondeu, sorrindo timidamente. – Todos vocês têm sido muito bons para mim; poucas vezes antes fui tão feliz quanto em seu lindo chateau, sob seus cuidados e na companhia de sua querida filha.
Então, com seus modos antiquados, ele beijou galantemente sua mão, sorrindo, contente com seu discurso.
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Carmilla - A Vampira de KARNSTEIN
VampirePrimeira tradução integral e anotada de uma das mais célebres histórias de vampiro da língua inglesa. Publicada em 1872 e primeira a ser protagonizada por uma vampira, apresenta uma densa atmosfera gótica e um erotismo subjacente que marcaram época...