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Depois de algum tempo, meu pai olhou para dentro da sala. Ele estava pálido, pensativo, e, me pareceu, agitado.
– Laura, querida, venha cá por um momento. Madame, o doutor diz que não precisamos perturbá-la por enquanto.
Obedecendo, me aproximei, pela primeira vez um pouco alarmada; pois, embora me sentisse muito fraca, não me sentia doente; e a força, sempre se imagina, é algo que podemos recuperar quando quisermos.
Meu pai estendeu a mão para mim quando me aproximei, mas ele estava olhando para o doutor, e disse:
– Certamente é muito estranho; não compreendo realmente. Laura, venha cá, querida; agora, obedeça ao Doutor Spielsberg, e faça um esforço para lembrar.
– Você mencionou uma sensação como se duas agulhas perfurassem sua pele, perto do pescoço, na noite que teve seu primeiro pesadelo. A região ainda está dolorida?
– Nem um pouco – respondi.
– Você pode indicar o ponto em que acredita que isso aconteceu? – Pouco abaixo da minha garganta, aqui – respondi.
apontava. Eu estava usando um vestido matutino, que cobria o local que eu
– Agora pode satisfazer-se – disse o médico. – Não se importará se seu pai abaixar um pouco seu vestido. É necessário, para detectar um sintoma da doença de que está sofrendo.
Concordei. Eram apenas alguns centímetros abaixo da borda da minha
gola.
– Deus me abençoe! É verdade! – exclamou meu pai, empalidecendo.
– O senhor pode ver agora com seus próprios olhos – disse o médico, com um triunfo triste.

Carmilla - A Vampira de KARNSTEINOnde histórias criam vida. Descubra agora