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- Mais doente do que você jamais ficou – ela respondeu. – Há muito tempo?
– Sim, há muito tempo. Eu sofri dessa mesma doença, mas não me lembro de nada além da dor e da fraqueza, e estas não eram tão ruins quanto as que se sofre em outras doenças.
– Então você era muito jovem?
– Ouso pedir que não falemos mais sobre isso. Você não gostaria de magoar uma amiga?
Ela me olhou languidamente nos olhos, e colocou o braço ao redor da minha cintura, carinhosamente, e me levou para fora da sala. Meu pai estava ocupado com alguns papéis perto da janela.
– Por que seu pai gosta de nos assustar? – disse a linda moça com um suspiro e um leve estremecimento.
– Ele não gosta, querida Carmilla. Não há nada mais longe de sua
mente.
– Está com medo, querida?
– Eu teria muito medo se achasse que havia qualquer perigo real de ser atacada como aquelas pobres pessoas.
– Você tem medo de morrer? – Sim, todos têm.
– Mas morrer como os apaixonados... morrer juntos, para que possam viver para sempre. Moças são lagartas enquanto vivem no mundo, para finalmente se tornarem borboletas quando chega o verão. Mas, enquanto isso, há vermes e larvas, não entende... cada um com suas propensões, necessidades e estrutura peculiares. Assim diz Monsieur Buffon em seu grande livro na sala ao lado.
Mais tarde, naquele dia, o médico chegou, e ficou fechado com Papai por algum tempo.
Ele era um homem habilidoso, com mais de sessenta anos, usava pó e barbeava o rosto pálido até ficar liso como um abóbora.

Carmilla - A Vampira de KARNSTEINOnde histórias criam vida. Descubra agora