Ma Belle

Capítulo 10

Liv Moyer

Desde o dia que ele me bateu, passou-se 15 dias, e desde então não o vi mais. Não tenho mais forças para fazer nada, nem comer consigo, aquela mulher que vem me trazer as refeições, da última vez que ela entrou aqui, ela trouxe um bilhete consigo, eu não faço a mínima ideia de quem escreveu, mas nele estava escrito que minha avó tinha falecido de ataque cardíaco. Palavras curtas e breves, só para notificar o ocorrido.

Depois ler aquilo, eu pedi para a moça sair e levar a comida junto, e assim que o fez, eu desabei, chorei tanto que pensei que tinha acabado com a água do mundo. É incrível como todos ao meu redor morrem, primeiro minha mãe, depois meu pai e agora minha avó. Pensando assim, eu não tenho mais nenhuma oportunidade de sair daqui, as únicas pessoas que se importavam comigo já morreram. Eu estava morrendo de medo, sozinha, sem família e sem nenhuma perspectiva de quando tudo isso ia acabar.

Depois de um tempo, comecei a pensar no meu cachorro, Onde será que ele está ? Já que minha vó faleceu. Chorei mais ainda por imaginar que ele tenha sido jogado na rua de novo e esteja por aí sozinho, ele é tão pequeno, apenas um filhote. Também não merecia isso.

[...]

Eu chorei tanto que acabei dormindo, e acordei com alguém me chamando e me balançando levemente na cama, e, olha que notícia boa, era ele, o homem que me sequestrou, me bateu e sumiu por 15 dias. Ele me olhava de um jeito diferente e talvez eu pudesse me atrever a dizer, que naquele olhar tinha uma culpa muito grande, talvez por ele ter me batido:
- Se arruma, você irá jantar comigo hoje, estou te esperando na porta. - Assim que ele disse, se afastou da cama e saiu do quarto, eu levantei, não muito afim, me arrumei e mesmo não querendo muito, tinha medo de contrária-lo e ele me bater de novo. Sendo assim, como já tinha tomado banho, apenas troquei de roupa e optei por um vestido colado preto e uma rasteirinha também preta, soltei meus cabelos e abri a porta, e assim que fiz, percebi o olhar dele pelo meu corpo, que me fazia me sentir nua e um pouco... estranha ?:
- Está bonita, deveria usar vestidos mais vezes.
- O-obrigada - respondi envergonha e assustada, ele nunca me elogiou.

Quando chegamos na escada, ele pegou em minha mãe e eu senti uma corrente elétrica que me assustou e acho que o senhor sequestrador também percebeu, já que se enrijeceu completamente. Chegamos até uma sala que eu presumia ser de jantar, era muito bem decorada e aconchegante, eu observava tudo com muita atenção, absolutamente tudo era lindo e combinava com o lugar. Sentamos na mesa e logo veio a mesma mulher que servia minhas refeições, ela estava com dois pratos de comida e assim que vi, meus olhos brilharam, era lasanha:
- Fiquei sabendo que é seu prato preferido. -disse ele
- É sim.
- Que bom que gostou. - Percebi que ele estava de bom humor, então resolvi pergunta:
- Como sabe tantas coisas sobre mim e eu não sei nada sobre você ?
- Aaa, Ma Belle, sei coisas sobre você que nem imagina.
- Então me explica ! - Em um ato repentino, eu coloquei minha mão sobre a dele, que era incrivelmente grande, por um momento eu me senti "diferente" com esse contato e ele, pelo jeito, também se sentiu assim:
- Tá, acho que não dá mais pra esconder isso, O quer saber ?
- Tudo, começando por onde eu conheço você, porque me sequestrou e onde está meu cachorro já que minha vó morreu.
- Ok querida, você quem pediu. Nos conhecemos aquele dia em frente a porta de sua escola, você estava pegando seu livro no chão e eu era o homem que estava no carro, desde então, você dominou minha mente e meu único interesse era você, sendo assim, fiz meu braço direito descobrir tudo sobre você e planejei seu sequestro.

Eu ouvia tudo atentamente, mas não sei por qual motivo, eu não estava surpresa:
- Descobri que você trabalhava naquele café, e aquele homem que te "cantou" e demorou para sair, era meu segurança, planejamos que ele passaria por um cara normal que iria tomar um café e perderia a hora, mas não, ele estava de olho em cada passo seu e quando você estava fechando a porta do estabelecimento, ele colocou um lenço em seu nariz que a fez desmaiar. Ele te trouxe pro meu carro e fomos ao meu jatinho, decolamos rumo à Itália e bom, o resto você já sabe.
- O que você quer comigo ? Não sei percebeu, mas não tenho nada para lhe oferecer.
- Aaa sim, tem sim, tem muito o que me oferecer. - Ele mediu meu corpo e deu um sorriso malicioso, o sorriso que mexeu com todas as minhas células do corpo.
- Mas relaxa, eu não vou fazer nada que você não queira, e....
Vi que ele relutou para falar a última parte, então resolvi dar um empurrãozinho:
- E.....
- Queria te pedir desculpa por ter te batido, eu sou implacável nos negócios e nunca levantei a mão para uma mulher, sinto muito que seja a primeira.

Eu via arrependimento no olhar dele, mas, lembrei da minha mãe e como ela sofreu com as agressões de meu pai, então não ia ceder tão fácil assim:
- Se quer meu perdão, peço que traga meu cachorro, ai eu penso - Dito isso, levantei da mesa e corri pro quarto, nunca tinha sido tão seca e fria na vida, mas estava tremendo igual vara verde.

Agora só basta saber, se ele vai ceder....

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Hello meu povo, queria pedir desculpas pra vocês por não ter postado os capítulos ontem, eu esqueci totalmente, mas hoje irei postar 4, 2 de ontem e 2 de hoje. Espero que estejam gostando.
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