Capítulo 9

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Liv Moyer
Já faz 20 dias que estou aqui, de acordo com minhas contas. Ainda continuo presa no quarto o dia todo e ninguém fala comigo ou me responde, minhas refeições são feitas aqui mesmo e é sempre a mesma mulher que vem me trazer, ela não olha nem na minha cara, mas sempre pergunta se a comida está do meu agrado e o sabor de acordo com meu paladar.

Ele o famoso cara que me sequestrou, nunca mais falou comigo ou perdeu o controle como da última vez, já que não tenho o que fazer, o que me resta é dormir ou ficar na janela vendo os pássaros voarem e cantaram, sinto inveja deles (uma inveja boa claro). Sinto que estou entrando em uma tristeza profunda, sinto falta da minha vó, do meu cachorro e principalmente da minha mãe, talvez, se ela estivesse viva, nada disso estaria acontecendo.

Sempre estive triste, não vou negar, mas eu tinha coisas para fazer e tarefas para me ocupar, então não sobrava tempo de ficar pensando. Acho que jamais irei superar o fato de minha mãe ter morrido, ainda mais pelas mãos de um homem que um dia eu chamei de pai.

Fico me perguntando como está minha vó, sem notícia da neta a mais de 15 dias que apenas saiu para trabalhar, imagino que ela esteja se sentindo culpada e sozinha. O que me faz pensar em Snow, como eu sinto falta daquela bolinha de pelo branca que sempre alegrava meus dias e me fazia rir como nunca.

Mas voltando a minha realidade e falando sobre ele novamente, vulgo o homem que até hoje não descobri o nome, o que se tornou irrelevante pois não temos nenhum tipo de contato, ele não fala comigo e eu não tenho coragem de abrir a boca. Mas algo aconteceu recentemente que me fez acreditar que este quarto é dele, começando pela decoração bem masculina e o fato dele entrar aqui apenas quando pensa que estou dormindo, ele entra, mexe no closet e sai.

Tem sido assim nos últimos 5 dias, até ontem, eu senti o outro lado do colchão afundando, o que indica que ele deitou comigo, eu não conseguia nem respirar, mas, depois que percebi que ele tinha dormido, passei a observar ele e ver como era bonito e o mesmo dormia igual um bebê.

Quando acordei hoje de manhã, ele já não estava mais na cama, e eu não sei o porque, muito menos a razão, de ter ficado chateada por ele não estar mais, talvez seja porque eu tenho 1 milhão de perguntas e nenhumas delas com resposta, ele parece ser um homem que não pode nem se chegar perto, parece frio e calculista que só pensa em si mesmo e nunca nos outros.

Nesse exato momento, eu estou sentada no puff que tem na janela, quando sinto meus olhos marejarem, ultimamente também, é uma das únicas coisas que eu faço, chorar.

Estava perdida em meus pensamentos que nem percebi quando alguém entrou, eu imaginei ser a moça que trás minhas refeições, mas dessa vez, não era ela, era ele. Meu corpo se enrijeceu na hora, comecei a ficar nervosa, minhas lágrimas caiam involuntariamente e ele apenas me observava da cabeças aos pés:
- Imaginei que estivesse dormindo.
- N-não, acho que já dormi demais - disse com a voz trêmula e embargada pelo choro.
- Quero conversa com você ! - falou
- P-pode dizer, Algum problema ?
- Não, nenhum, mas cansei de ver você nesse quarto, precisa fazer algo ou vai ficar atrofiada.
- Aaa, você jura ? - disse em voz baixa.
- O que disse ?
- Nada, o que o senhor sugere que eu faça ?
- Primeiramente, não me chame de senhor, não sou tão mais velho que você e segundo, me diga você Liv, o que gostaria de fazer ? Posso te dar o que quiser.

Ele afirmou indo ao encontro da mesma poltrona que estava, quando acordei no primeiro dia:
- Quero pedir 2 coisas...
Ele fez sinal para que eu prosseguisse:
- Quero livros e percebi que sua casa tem um jardim lindo, quero poder ter acesso a ele, se me permitir.
- Hum, ok, o livros eu consigo, mas o acesso ao jardim eu preciso pensar.
- Ok, gosto de livros de romance, suspense e terror, qualquer nesse estilo está ótimo.
- Estou saindo para trabalhar, quando voltar, te trago os livros.
- Espere !!! Posso te fazer uma pergunta ?
- Fale !!
- Como está minha vó ? E meu cachorro ? Será que posso falar com ela, só para acalma-lá e dizer que estou bem.
- Tá louca ? É claro que não pode falar com ela.
Eu já tinha tudo a perder, e naquele momento eu me exaltei como eu nunca imaginei que conseguiria:
- VOCÊ NÃO PODE ME PRENDER AQUI PARA SEMPRE, EU QUERO IR EMBORA ! - eu gritei aquilo tão alto que até ardeu minha garganta e com o pouco de coragem que ainda me restava, falei algo que não imaginava a consequência:
- EU TE ODEIO ! - Minhas mãos e pernas tremiam, acho que devido ao nervosismo, mas quando disse a última parte, as feições de calmo que ele tinha se transformaram em raiva e ódio. O azul do olho dele escureceu e eu me arrependi na hora de ter falado o que falei. Ele veio em minha direção e eu tremia tanto que parecia que eu quebraria a qualquer momento.

O mesmo me deu um tapa tão forte no rosto, que eu caí na cama dando a oportunidade dele subir em cima de mim, puxar meu cabelo e falar:
- Agradeça por ter sido só um tapa, você não me conhece e não sabe do que eu sou capaz, estou sendo muito paciente com você, não irá gostar se eu perder o pouco de paciência que me resta. Isto é apenas um aviso porque tenho certeza que se eu pegar mais pesado você não aguenta.

Dito isso ele virou as costas e saiu.

E eu, me encolhi na cama e chorei o resto do dia....

............
Oie, deu quase 1000 palavras esse cap kkkkk pesadinho né. Já deixando claro que eu nao apoio esse tipo de comportamento, é apenas um livro e não passa de ficção.
Queria agradecer vocês, hoje a tarde o livro bateu 100 leituras, vocês são incríveis ❤️❤️❤️
Amanhã teremos mais, não esqueçam de votar e comentar, quando fazem isso, o Wattpad recomenda a história
Beijosss🥰

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