Capitulo 59

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Capítulo 59
Liv Moyer
- Amor? – Foi a única coisa que consegui falar. Minha garganta estava seca e minha vista ainda um pouco embaçada. Mas tinha certeza que a pessoa em minha frente era meu noivo.
- Oi meu amor. Como você está? Quer alguma coisa? – Perguntou sentando na cama e colocando sua mão sobre a minha.
- Á....água. – Gaguejei ao falar. Logo vi uma mulher morena e de avental branco vindo em minha direção com o copo de agua na mão. Ela levantou a cama que eu estava e depositou o copo em minha boca para beber.
- Como se sente senhorita Moyer?
Terminei de engolir o liquido e me sentia completamente nova.
- Me sinto bem, apenas um pouco cansada e diria com fome. – Indaguei me arrumando na cama.
- Isso é um ótimo sinal senhorita. Quer dizer que seu corpo está começando a reagir. Faremos alguns exames antes de tudo, ok?
- Sim, sem problemas. – Desci minha mão até minha barriga, num ato instintivo. Me desesperei. Meu filho não estava mais aqui. – O..onde e..está meu filho? – Perguntei com lagrimas nos olhos e aquele sentimento de angústia de novo.
- Calma amor. Respira. Está tudo bem com ele. Ele está dormindo e é muito lindo. – Indagou Alec levantando da cama e pegando um pequeno pacotinho embrulhado em uma manta branca. – Te apresento. Nosso filho.
Nunca vi uma coisinha tão linda e delicada. Meus olhos encheram de lagrimas instantaneamente. Alec me entregou ele e o coloquei em meu peito, vi ele abrindo os olhinhos pela primeira vez e me emocionei mais ainda, percebi ele fazendo movimentos com a boquinha e tentando se aproximar mais.
- Ele precisa mamar. Tivemos sorte de a senhorita ter acordado antes de darmos mamadeira. – Disse a médica. – Ele está bem e consegue esperar mais um pouquinho, então antes de amamenta-lo, vou leva-la para fazer alguns exames.
- Tem algum problema amamentar agora? – Perguntei preocupada com ele.
- Não teria problema se ele estivesse com muita fome, mas como a senhora passou por muita coisa e o parto foi atrasado e de emergência, é bom fazer alguns exames antes. Até para ver se o seu leite não foi contaminado.
- Tudo bem, vamos fazer.
Alec pegou nosso pequeno filho nos braços e a médica me colocou em uma cadeira de rodas para me levar até a outra sala. Eu ainda estava muito abalada com tudo que aconteceu e só a ideia de deixar o Lorenzo sozinho, meus olhos se enchiam de lágrimas. Não que eu não confiasse no Alec, longe disso, ele é a pessoa que mais confio, só é apenas medo e insegurança de uma mãe de primeira viagem.
[...]
Parecia que tinha passado uma vida dentro daquele consultório. Fizemos muitos exames e de acordo com a médica, tinha passado apenas 40 minutos. Na minha cabeça, passou muito mais. Ela disse que está tudo bem comigo, considerando tudo que passei. Meus ferimentos ainda doem bastante e estou com vários hematomas pelo corpo, mas estou me recuperando bem. Vou ter que ficar mais uns dias no hospital em observação junto com Lorenzo. A doutora falou que preciso aprender algumas coisas antes de voltar para casa.
Voltamos para meu quarto novamente e assim que entramos, pude ver um pai desesperado. E foi a primeira vez que eu dei risada em cinco dias. Alec estava com uma expressão desesperada porque nosso filho estava chorando, tinha duas enfermeiras do lado dele olhando e também rindo da situação. Com a ajuda delas, fui colocada na cama e colocaram Lorenzo nos meus braços para poder dar a primeira mamada. Elas me explicaram tudo e não demorou mais de dez minutos. Ou ele estava com muita fome ou ele tinha uma pegada muito boa.
- A senhora está indo bem. Vou deixá-los a sós e avisar a pequena plateia lá fora sobre seu quadro. Qualquer coisa é só apertar esse botãozinho do lado da cama. – Indagou a médica pegando a prancheta e saindo do quarto. Lorenzo ainda estava mamando, ele tinha colocado a pequena mãozinha em meu peito como se dissesse "é meu". Vejo que vai ser possessivo igual o pai.
- Tenho um competidor. – Alec disse apontando para nosso filho com as mãos em meu seio.
- Com certeza tem. Quero ver quem vai ganhar. – Nós gargalhamos e eu prossegui. – O que ela quis dizer com a "pequena plateia" lá fora?
- Temos um pequeno grupo de torcida por você lá fora. Amália, Anthony, Dionísio, Enzo e Alicia.
Arregalei os olhos quando ouvi o nome do Enzo. O que ele estava fazendo aqui? E quem é Alicia?
- O..o que o Enzo está fazendo aqui Alec? – Gaguejei e continuei. – Escutei a Paola falando dele nos meus intervalos de tortura. – Meus olhos lacrimejaram. – E quem é Alicia?
- Ei, está tudo bem. Enzo nos ajudou, na verdade, quem basicamente encontrou você, foi ele. Está fora de perigo agora meu amor, Enzo não é mais uma ameaça a nós e Alicia é a namorada dele. Temos muito o que conversar, mas agora não é momento para isso, vamos aproveitar esse pequeno pacotinho faminto entre nós agora.
Rimos e ele me deu um beijo. Como eu senti falta dele, como eu amo ele. Não tinha noção desse amor até passar por tudo isso, valeu cada momento que passamos juntos e ele me deu o meu melhor presente. Nosso filho.
- Porque está chorando amor? O que aconteceu? Está sentindo dor? – Perguntou preocupado.
- Não, não estou sentindo nada. Estou chorando de felicidade, mesmo depois de tudo, eu estou bem, nosso filho está bem e nós estamos juntos. Eu não tinha noção do quanto eu te amava e do quanto precisava de você. Os últimos quatro dias me mostraram muitas coisas, e uma delas foi como o nosso amor é forte e importante para mim.
Seus olhos também estavam marejados, vi ele sorrindo com a minhas palavras e me beijando novamente, até sermos interrompidos por uma voz que conheço muito bem.
- Mas já irmãozinho? Tem uma criança entre vocês. Por deus, um pouco de respeito. – Anthony indagou entrando no quarto com as mãos na cintura e Amália dando um leve tapa em seu braço. Como senti falta desses dois. Logo atrás vi Dionísio entrando, fazia tempo que não o havia, já que desde quando eu engravidei, Alec parou de trabalhar um pouco e Dionísio assumiu as coisas. E por fim, vi Enzo parado na porta com um olhar arrependido e aparentemente nervoso, de mãos dadas com uma mulher loira e muito bonita.
- Que saudades amiga. – Amália me abraçou. Como senti falta dela também. – Como se sente?
- Estou bem, sinto algumas dores pelo corpo ainda, mas estou bem. – Lorenzo deu uma resmungada no meu colo e todos os olhares foram para ele.
- Aí como ele é lindo. – Amália disse com lágrimas nos olhos. – Me desculpa amiga, mas posso pega-lo? – Perguntou em meu ouvido.
- Claro que pode, ele acabou de mamar. Provavelmente vá dormir. – Indaguei o entregando a ela.
Toda a atenção se dirigiu a Lorenzo e Alec, ciumento que só, ficou em cima do filho como uma coruja, em alguns momentos via Amália fazendo cara feia para ele porque não deixava nosso filho nem cinco minutos no colo dela.
Alicia, a mulher que estava com Enzo parecia querer chegar perto, mas não tínhamos liberdade e nem nos conhecíamos, ela resolveu ficar somente na porta mesmo.
- Será que podemos conversar, Liv? – Enzo me chama. Quando foi que ele chegou perto da cama?
Olhei para Alec de relance e o vi confirmar com um balanço de cabeça. Confesso, não confio totalmente no Enzo.
- Sim, podemos. O que quer conversar? – Pergunto me ajeitando na cama.
- Eu só queria lhe pedir desculpas. Te causei muito mal nos últimos meses. Acredito que não saiba da história toda então vou deixar para que Alec te conte. – Ele fez uma curta pausa, respirou e prosseguiu. – Encontrei o amor Liv, encontrei algo que realmente me fez perceber o quanto vingança é inútil, ainda mais agora que vi a felicidade do Alec em segurar aquela coisinha pequena. – Demos um sorriso juntos. – Só quero seu perdão, Liv. Aceita?
Se Alec confia, eu confio e ele me parece estar sendo sincero. Então....
- Sim Enzo, está tudo bem. Te perdoo. – Fiz uma pausa e olhei para a mulher loira que estava na porta olhando com carinho e lagrimas nos olhos para meu filho. – Agora, eu acho que sua doce namorada também está querendo um mini Enzo. Olhe para ela.
Os olhares dele se cruzaram e eu tive certeza que o próximo bebe já ia ser encomendado. Digo isso porque quando Alec me olhou desse jeito, duas semanas depois, eu estava grávida. Experiência própria.
Enzo se levantou e foi em direção a Alicia, ela estava bem tímida ainda, quase nem se mexia, mas era nítido em seu olhar que ela queria ver meu filho de perto. Acho que mais alguém gosta de crianças. A chamei para perto de mim.
- Olá. – A cumprimentei. – Sou Liv, noiva do Alec e mãe daquela coisinha minúscula ali.
- Oi. – Respondeu tímida. – Prazer, sou Alicia, namorada do Enzo.
- Disso eu sei. – Respondi rindo. – E também sei que você quer pegar meu filho no colo. Gosta de crianças?
- Sim, gosto. Antes de trabalhar com Enzo, eu era babá. Nunca cuidei de recém-nascidos, sempre crianças maiores, mas não deixo de gostar.
- Nossa, que legal. Gostei de você Alicia, não precisa ser tímida comigo. Podemos ser amigas. Vi como você estava quieta ali.
- Ah, bom. Você passou por tanta coisa, achei que não seria adequado chegar aqui falando pelos cotovelos, ainda mais com um recém-nascido. E eu também não conheço ninguém, então preferi ficar na minha. – Termina com um sorriso tímido no rosto.
- Imagina!! Passei por tanta coisa nesses últimos quatro dias que agora tudo que eu mais quero é gente falando comigo. – Ri e chamei Alec que estava com Lorenzo no colo, de imediato ele percebeu o que eu queria fazer e estendeu nosso pacotinho para Alicia. – Pode pegar Alicia, ele não quebra.
Hesitantemente ela o pegou no colo, vi seus olhos brilharem e estava mais que certo quem seria a próxima mamãe do grupo. Enzo chegou perto dela e eu pude ver o belo casal que eles eram e como ficavam bem juntos. Finalmente as coisas estão voltando ao seu lugar.

[...]
Todos já foram embora. Apenas Alec está aqui. Nesse tempo, ele me contou tudo que aconteceu nesses quatro dias, muitas reviravoltas.  Combinamos que como eu ainda vou ficar uns dias no hospital, iriamos fazer um breve revezamento. Alec precisa ir para casa tomar banho, comer e dormir um pouco, ele ainda está usando a camiseta que contem meu sangue. Então, Amália ficará comigo está noite.
Ele não ficou muito feliz em saber que vai ter que me deixar aqui, mas aceitou depois de uma leve pressão. Amália foi para casa tomar banho, trocar de roupa e trazer a mala de maternidade do Lorenzo, ela deve estar chegando devido o tempo que já saiu.
- Chegueiiii! – Falando nela. – Relaxa cunhadinho, vou cuidar muito bem da sua noiva e do meu afilhado. Não irei tirar os olhos dela, temos muito o que conversar.
Alec franziu o cenho com apelido e depois sorriu. Me deu um beijo na testa, brincou um pouquinho com Lorenzo e foi para casa. Confesso, já estou com saudade.
Qual é!! Fiquei quatro dias longe dele, obvio que o coração aperta.
[...]
Era por volta das duas da manhã. Acordei com uma sensação estranha e olhei para sofá. Amália não estava no quarto, uma escuridão e um silencio absoluto. Lorenzo começou a chorar e tentei amamenta-lo, mas ele virou o rostinho, o balancei e ele não se acalmava. Era um choro muito diferente dos que eu já ouvi, ele parecia assustado e com medo de alguma coisa. Acho que compartilhamos do mesmo sentimento.
Levantei para colocá-lo no berço novamente e me abaixei para pegar o lenço que caiu no chão. O choro dele ficou mais alto e eu não estava entendendo o que ele queria. Até que senti um travesseiro sendo colocado no meu rosto e as mãos o pressionando fortemente.
Entrei em total desespero e alerta. Lorenzo gritava no berço e eu me debatia conforme conseguia, comecei a perder os sentidos e a falta de ar ficava cada vez mais forte. Não posso morrer agora.
Não depois de tudo.










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I'm back
Com mais capítulos
Ihuuu. Gente do céu, que loucura q tá isso kkkkk mds.
Queria que vcs conseguissem ver minha cara quando tô escrevendo: eu choro, do risada, fico nervosa e no final de tudo fica assim.
Bom, não tem mto oq eu falar, então é isso kkkkkk
Até os próximos capítulos, lembrando q nosso livro está em uma reta final e não esqueçam de votar de compartilhar a história.

Bjsssss, amo todos vcs ❤️

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