Capitulo 24

2.6K 132 2
                                    

Amalia Hendrix

Eu sempre tive uma vida difícil, meu pai abandonou minha mãe grávida e eu nunca tive nenhuma informação dele, muito menos o conheço.

Minha mãe, infelizmente, quando eu tinha 12 anos perdeu o emprego de secretaria em uma empresa que trabalhava. Até tínhamos nossas economias, mas o tempo foi passando e as coisas começaram a apertar. Foi quando ela tomou a decisão de se prostituir, nenhuma de nós queríamos alguma coisa daquela. Vender o corpo para conseguir sobreviver ? Não é uma coisa muito legal de se fazer, mas ela como mãe, sempre presava a minha segurança e o meu conforto.

Várias vezes, desde quando começou tudo isso, eu a via saindo para "trabalhar" com roupas minúsculas e vulgares, chorando e me pedindo desculpas. Eu não me orgulhava do que ela fazia, mas também não tínhamos outras opções, ou era aquilo ou morreríamos de fome.

Com o passar dos anos, minha mãe recebeu uma proposta para trabalhar em uma casa noturna, onde teríamos um teto melhor, comida e um pouco de conforto, mas tinha uma condição, minha mãe se apresentava e eu tinha que fazer a faxina do local, durante o dia e a noite.

Hoje, eu estou com 18 anos e durante esse tempo, eu cuidei da limpeza desse lugar, mas, com a maioridade muitas mulheres querem que eu entre pro "meio" delas, obviamente que eu não quero. Eu tenho o ensino fundamental e médio completo e queria muito tentar uma faculdade, porém, eu não tenho direito nem para a passagem ainda mais pagando todos os dias.

[...]

Acordo em mais um dia comum, com a claridade batendo no meu rosto e vejo minha mãe se aproximando da cama para me chamar:

- Bom dia meu amor, como dormiu filha ?

- Bem mamãe e você ?

- Também, mas estou com dor nas costas.

No "quarto" que ficamos tem apenas uma cama, e ela sempre insisti para que eu fique com ela, mas eu me sinto culpada em ficar, ela já não é tão novinha mais e com a idade, ela começou a ter muitos problemas de coluna e nas pernas:

- Eu disse para a senhora ficar com a cama, mas nunca me escuta.

- Não se preocupe com isso filha, eu estou velha já, você é uma menina jovem e tem muito pela frente ainda. Agora, a mamãe vai ter que sair para comprar alguma comida para nós, fique bem, já volto.

- Ok, eu vou começar a trabalhar.

Ela me deu um beijo na testa e saiu para fazer o que ela tinha que fazer. Eu levantei, vesti meu uniforme e fui começar a limpar tudo. Felizmente, o local não era grande, mas também não era muito bom limpar considerando as coisas que eu via: camisinhas jogadas pelo chão, algemas, chicotes e etc.

Eu limpei tudo mais rápido que pude, e assim que o fiz eu me direcionei a parte do palco onde minha mãe e outras mulheres se apresentavam e vi uma cena estranha, tinha um homem no balcão onde serviam as bebidas e ele estava apertando o pescoço da mulher. Pelo o que eu ouvi, ela devia o dinheiro do aluguel e ele a estava ameaçando. Esse tipo de violência é muito comum por aqui, já que nós mulheres somos tratadas apenas como objetos sexuais.

O homem que aparentemente estava muito bravo, virou as costas e saiu, eu vi a mulher sentar no chão e chorar, chorar muito, ela aprecia aflita e sem saída. Eu resolvi tentar ajudar e com isso, deixei o balde no chão e fui em direção a ela e perguntei o que estava acontecendo. Ela se assustou ao me ver, mas assim que fez contato visual percebeu quem eu era e podia confiar. Eu sou considerada a mascotinha do grupo e filha da Violet e automaticamente, ela enxugou as lágrimas e falou que estava tudo bem e para não pressiona-lá decidi voltar ao meu trabalho, já que faltava poucas horas para começar o "show".

[...]

Agora são 21:30, todas as mulheres estão se arrumando e se preparando para começarem a se apresentar, inclusive minha mãe. Assim que todas ficaram prontas, elas foram em direção ao palco tomarem seus postos e eu comecei a preparar as bebidas para poder servir.

Estava indo tudo bem, até que eu vi o mesmo homem de hoje de manhã entrando e se acomodando em uma das mesas. Como uma boa garçonete, fui servi-lo e o mesmo apenas me deu um sorriso, mas era nítido que a presença dele assustava muitas mulheres, eu só não sabia o porque.

[...]

Era por volta de 00:00 quando eu vi cerca de 5 homens entrarem armados e atirando em tudo e todos, eu abaixei atrás do bar e fiquei esperando tudo acabar. Uns 20 minutos depois, já não se ouvia mais nada, apenas os homens conferindo se estavam todos mortos. Porém, para minha infelicidade, um dos homens me achou e me arrastou pelos cabelos ao mesmo homem que eu servi e vi hoje mais cedo:

- O que faremos com ela ?

- Vamos levá-la, ela pode ser bem útil pra mim.

Dito isto, o mesmo cara me pegou no colo e eu vi o corpo de minha mãe jogado no chão e sem vida, aquilo me partiu por inteira e eu me sentia horrível.

3 dias depois

Eu estava em um quarto escuro e fedido, era apenas alimentada 2 vezes ao dia e as vezes entrava um homem estranho para me bater, nunca vi seu rosto, a única coisa que eu via, era suas mãos grandes para me espancar..

[...]

Me encontrava deitada na cama e ouvi a porta ranger e aquele homem entrar:

- Não vim te bater, por mais que eu queira, vim te avisar que você participará de um leilão, quero que me acompanhe.

Como eu cresci nesse meio, eu já sabia o que me esperava e sabia que se não obedece, ia ser pior para mim. Sendo assim, fui atrás dele e entramos em uma espécie de camarim, tinha várias meninas da minha idade, mais novas e mais velhas, todas sentadas e sendo maquiada e vestidas e com certeza eu seria a próxima.

Cerca de 2 horas depois eu estava pronta: Devidamente maquiada e com os cabelos muito bem escovados e encaracolados. Minha "roupa" consistia em uma lingerie minúscula branca, quando eu digo minúscula é minúscula mesmo. Aquela situação estava me deixando muito mal, estava sentindo até enjoos e a vontade de chorar era praticamente inevitável.

O mesmo homem que me bateu nesses últimos 3 dias, chegou no "camarim" e nos empurrou com frieza e desdém até o palco. Eu fui a última a entrar, as luzes estavam muito fortes e demorou para meus olhos se acostumarem, apenas ouvia alguns homens gritando e assoviando, alguns mexia na calça para tentar "esconder" aquela coisa ridícula que eles tem no meio das pernas.

Não conseguia disfarçar o meu medo, foi quando eu olhei para cima e mirei meu olhar para um homem alto, musculoso e extremamente atraente, percebi que o mesmo também me olhava.

Eu sabia que essa noite, seria uma que eu jamais esqueceria...


......................
Oie, voltei kkkkk, mais 2 capítulos pra vocês gente 🥰
Espero que tenham gostado e votem nos capítulos e compartilham a história isso ajuda o Wattpad a recomendar a história

Ma Belle Onde histórias criam vida. Descubra agora