Capitulo 62

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                                   Alec Mancini
Não sei se estou à vontade em levar Liv comigo para "ver" a Paola. Aquela mulher fez muitas coisas com ela e não merece a compaixão e a paz que Liv transparece. Por outro lado, Liv já estava pronta e me esperando na porta do closet.
- Amor. – Falei pausadamente. – Tem certeza que você quer ir comigo?
- Sim. – Falou rápido e firme.
- Olha, eu não sei o que você pretende fazer indo comigo. Mas eu não estou confortável com essa situação. Ela fez muitas coisas com você e acho que não é saudável vê-la tão cedo.
- Está tentando me fazer dar para trás? – Pergunta com as sobrancelhas arqueadas.
Se tem uma coisa que eu percebi, foi que ela amadureceu muito, principalmente nas atitudes. Aquela menininha tímida que conheci e que abaixava a cabeça para tudo, já não existe mais. Ser mãe e passar pelas coisas que passou a mudou muito.
- Não amor, só quero garantir que você está bem o suficiente para fazer isso. O que vai acontecer lá, não vai ser bonito, muito menos legal. Eu estou acostumado com essas situações, mas é você? – Caminhei em sua direção e coloquei a mão em seu rosto. – Não sabemos como ela vai reagir ao ver você, e sinceramente, isso é o que mais preocupa.
- Amor, eu sei que você está com medo, e eu estaria mentindo se dissesse que não estou, mas, na minha cabeça eu devo isso a mim e ao nosso filho. O que mais me feriu não foi ela ter me esfaqueado ou quebrado minha costela uma ou duas vezes, foi saber que eu estava em trabalho de parto e me deixou para morrer. Se você não tivesse chegado, eu não estaria aqui agora. – Ela secou as lagrimas e respirou fundo. – Você sabia que Paola já engravidou?
Arregalei os olhos. Como assim? De mim?
-C-como assim? Nunca soube de nada, e-ela. – Sentei no banco do closet e coloquei as mãos na cabeça. – Era meu?
- Não, o que é pior ainda. Ela me disse que engravidou de outra pessoa e abortou, para ela, você não a queria perfeita, imagina gorda e flácida. Ela me falou isso, olhando nos meus olhos, e eu não vi um pingo de remorso ali. – Liv ajoelhou na minha frente e pegou minhas mãos. – Você tem noção do nível que ela chegou para agradar você? Ela matou um bebe para estar perfeita para você. Eu quero ir para ter certeza que ela não tem salvação.
- Como eu pude me envolver com ela tanto tempo? Como ela teve coragem de fazer tudo isso quando eu deixei muito claro que não queria nada com ela? Como conseguiu atingir um nível tão alto de loucura?
- A primeira coisa que você precisa saber, é que nada disso é culpa sua. Ela enlouqueceu, perdeu completamente a linha por um amor doentio que a deixou cega. E como eu disse, não quero criar nosso filho com a ideia de que ela está por perto.
Desde quando ela se tornou essa mulher tão forte? Tão sábia? O quanto eu admiro a mulher a minha frente, o quanto ela agregou em minha vida, me deu o maior presente que eu poderia sonhar e mesmo passando por tudo aquilo, está aqui comigo. Eu realmente a mereço?
-Alec? O que foi amor? Por que está chorando? – Indaga sentando no meu colo.
-Eu estou apenas admirando a mulher que eu tenho comigo. Você mudou muito meu amor, para melhor claro, e não tem noção de como me faz feliz. Eu te amo mais que tudo e essa lágrima, é apenas a felicidade de saber que você é real. – A puxo para um beijo.
- Eu te amo Alec. E nada vai mudar isso. – Beijou meus lábios e levantou. – Agora vamos, quero aproveitar que Lorenzo está dormindo e Amália está com ele. Não quero ficar o dia fora.
- Vamos.
[...]
No carro, eu e Liv planejamos qual seria o futuro dela e agora, eu estou na porta do galpão pronto para entrar.
- Alec? Que prazer revelo. Quanto tempo faz? – Paola me pergunta com os olhos fundos.
- Uma semana. Bom, vamos direto ao ponto, vim decidir o que fazer com você.
Paola está acabada, amarrada em uma cadeira com cordas e algemas para evitar que fuja, parece mais magra e o corpo cheio de hematomas. A mulher gloriosa que conheci, agora não passa de uma caveira.
- Ah Alec! Não faça assim. Cadê a diversão? Achei que fosse me torturar ou me espancar. A noivinha santinha está te mudando é? Que palhaçada. – Sua risada é sinistra e ecoa por todo o cômodo. – Me diga querido. Onde foi que eu errei?
- Você errou no momento em que deixou esse "amor" doentio por mim cegar você, sempre te disse que não tínhamos nada e sempre deixei tudo muito claro entre nós, estamos aqui por sua culpa, você está aí definhando por sua culpa. E errou também quando mexeu com a minha família. – Caminhei até sua cadeira e fiquei cara a cara com ela. – Quanto sobre a sua "diversão" eu preparei algo bem legal para você.
Endireitei a coluna e fui em direção a porta, abrindo a mesma. Meu sorriso se formou involuntariamente no rosto.
- Fique à vontade querida. – Abri caminho para Liv passar. Ela me orgulha cada vez mais.
Olhei Paola e vi seus olhos arregalados. Isso vai ser ótimo.
Liv Moyer
- Olá Paola. – Digo me sentando em sua frente.
- O-o que está fazendo aqui? – Ela gagueja.
- Vim conversar, colocar o papo em dia e te dizer Adeus. – Levantei-me da cadeira e andei ao seu redor, seu corpo estremeceu e de repente o caçador virou a caça. – As pessoas costumavam me subestimar, acreditar que eu era fraca e não conseguiria fazer as coisas que precisava. Mas isso mudou. Sabe porquê? O primeiro motivo foi porque cansei de ser coitadinha e sempre ter que espera para o príncipe encantado me salvar, no caso meu noivo. E o segundo foi você. – Fiz uma pausa e olhei em seus olhos. – Eu jurei a mim mesma que se eu sobrevivesse ao que fez comigo e com meu filho, eu ia me vingar. E isso eu chamo de amor de mãe. Você me deixou para morrer em trabalho de parto e ainda teve a audácia de usar meu filho como refém em um hospital, um bebe de uma semana. Então considere que eu estou aqui para honrar minhas palavras, o famoso aqui se faz aqui se paga. Alguma pergunta ou últimas palavras?
- O que vai fazer comigo? – Pergunta com a voz embargada.
- Meu método é simples. Meu foco não é tortura ou fazer você sofre, só preciso de um mundo onde você não está nele, não vou criar meu filho com um perigo à solta, me entenderia se tivesse dado uma chance ao seu. Quantos anos ele teria mesmo?
- Três. – Responde num fio de voz.
- Você se arrepende? De tudo que fez? Principalmente com seu filho?
- Não. Cogitando que eu tivesse ele, eu não teria condições de cuidar, provavelmente estaria em um orfanato agora.
- Minha real intuição em vir aqui, era que eu precisava ver com meus olhos se você tinha salvação. Já tenho minha conclusão.
- E a qual você chegou? – Pergunta me encarando.
Fico um tempo a olhando antes de responder, ela tem um olhar de louca, por mais que eu desse uma chance a ela, estaria colocando minha família inteira em risco, e isso é um risco que não estou disposta a correr.
- Que você não tem salvação. – Respondo seca.
-É uma pena que acabamos assim Liv Moyer, pode ter certeza que se você falhar em me matar, não duvide que eu tente novamente, será um prazer tirar sua vida. E a do seu filho. – Seus lábios se movem formando um sorriso macabro e aquele olhar sempre presente em seus olhos.
Virei em sua direção e peguei a faca que estava guardada. Olho por olho, dente por dente. A faca é idêntica à que ela me torturou e é com ela que vou matá-la. Chego perto dela sem que ela veja o objeto e em um movimento certeiro eu a enfio em seu peito.
- Disse que meu método era simples, mas não indolor. Quero que sinta essa faca em você agora e essa agonia que está, e pense nos dias que me manteve trancada, me esfaqueando e quebrando minhas costelas. – Levo meus dedos ao seu queixo e levanto sua cabeça. – Isso é meu Adeus Paola, queria que eu fosse o ultimo rosto que você veria.
Endireito minha postura e saio andando em direção a Alec enquanto a vida se esvai do corpo dela. Ele está com um sorriso no rosto, mas no fundo sei que está preocupado. No caminho para cá, pedi para ele que me deixasse fazer isso, eu precisava da sensação de tirar esse peso das costas, de saber que agora posso viver em paz com meu noivo, meu filho e minha família. Nós precisávamos disso.
- Vamos embora? Pode pedir para seus seguranças cuidarem do corpo?
- Claro amor. Vamos para casa. – Disse pegando minha mão e me levando para fora.
Entramos no mesmo carro que viemos, alguns seguranças ficaram para cuidar do local, eu entrei no carro em silêncio e permaneci assim o caminho todo.
Alec entendeu, e deu meu espaço.
[...]
Não deixei que ninguém nos visse chegando, pedi aos seguranças que não fizessem barulho quando chegássemos, sei que todos viriam me pergunta o que aconteceu e agora eu não queria dar explicações, só queria um tempo a sós com meu noivo.
Assim que descemos do veículo, eu fui em direção a piscina e levei Alec comigo, precisava da sua presença e de sua companhia agora.
- Como se sente? – Perguntou me abraçando por trás.
- Bem, achei que ficaria pior. No fundo, sei que fiz a coisa certa, se a deixasse sair, nunca viveríamos em paz e tudo que eu quero, é nossa segurança. Não só a nossa, do Anthony, Amália e de todos que vivem aqui.
Ele entrelaçou seus dedos no meu e me virou para ele.
- Olhe para mim. – Pediu educadamente. – Eu tenho muito orgulho de você, sei que o que fez não foi fácil e também sabe que meus métodos eram outros, mas as palavras que você usou, foi mais forte que qualquer tortura que eu poderia ter feito. Lembramos do físico, mas esquecemos o mental e se uma dor física é ruim, a mental é cem vezes pior. Não vou pedir para que fique bem, leve o tempo que você precisar, mas sempre se lembre que estou aqui e nosso filho também. Nós te amamos.
-E eu amo vocês, e relaxa, eu estou bem. Só preciso de um tempo, talvez dormi um pouco. – Digo colocando a cabeça em seu peito.
- Ok, vá para nosso quarto, tome um banho e durma. Eu converso com o pessoal e cuido do Lorenzo.
Ele dá um beijo na minha testa e eu subo pela parte de trás da casa.
Apenas dormi.
[...]
Não sei quantas horas se passaram, mas acordei com uma movimentação no quarto. Levantei devagar e vi algumas velas e pétalas de rosa espalhadas pelo chão. Estranhei obviamente. Notei Alec saindo do closet vestindo uma camisa social, calça jeans e pés descalços e na sua mão tinha uma pequena caixinha de veludo.
Franzi o cenho. O que ele está fazendo?
Seus olhos encontraram os meus e os mesmos se arregalaram, acho que ele não esperava que eu tivesse acordada.
- Ah, oi. Achei que tivesse dormindo ainda. – Ele disse calmo mas pude notar seu nervosismo.
- Acabei de acordar. O que é tudo isso? – Pergunto apontando para o chão.
Ele resmunga alguma coisa inaudível para mim e senta ao meu lado na cama, me puxando para seu colo.
- Já tem uns dias que eu quero fazer isso, na verdade, meses. Queria fazer antes do Lorenzo nascer, mas, aconteceram tantas coisas e eu não consegui. – Ele respira fundo e continua. – Passou literalmente um ano que te pedi em casamento e você aceitou, no meio daquele baile com vários olhares sob nós, mas hoje, eu quero fazer isso apenas com a luz das velas. Digamos que renovar o pedido, te pedi em casamento, mas ele meio que caiu no esquecimento para nós dois, então hoje, eu estou aqui, com um pedido diferente, que a gente só saia desse quarto, com uma data marcada e o mais rápido possível. Já lhe disse isso milhares de vezes e vou fazer questão de dizer mais uma, eu te amo e amo tudo que você me trouxe, sua alegria, seu jeito, seu cheiro e nosso filho. Amo tudo em você e acho que já está mais que na hora de oficializarmos isso. O que me diz?
Meus olhos brilham com as lagrimas, claro que lagrimas de felicidade e amor. Por tudo que construímos, fizemos e realizamos juntos. Eu o amo completamente.
- Eu te amo, e sim, acho que está na hora de oficializarmos isso. – Digo o beijando.
- Tenho uma coisa para você. – Ele indaga pegando a caixinha de veludo e entrando na minha mão. – Espero que goste.
Abri a pequena caixinha e relevou um colocar dourado, delicado. O puxei para cima para retira-lo do local e vi escrito Ma Belle, em letras itálicas e delicadas.
- Sei que não falo muito sobre mim, mas antes de mim mãe morrer, eu ouvi meu pai a chamando assim e logo depois perguntei a ele o que significava e me disse que era "minha linda" em francês, a chamava assim porque desde o primeiro momento que a viu, ele sabia que eles seriam sempre um casal, e que a beleza dela para ele, seria eterna. Queria demonstrar por meio dessas palavras, o quanto você será eterna para mim.
Eu estou sem palavras, eu acho que isso foi a coisa mais linda que já me presentou, tirando nosso pequeno do quarto ao lado.
- Eu te amo Alec, muito, nem sei o que dizer e como agradecer a esse presente, é lindo e o significado mais bonito ainda. – Digo com a voz embargada.
- Apenas aceite ser minha Ma Belle a vida inteira. 
- Eternamente.
O beijei novamente, dessa vez, um beijo quente e cheio de desejo e promessas.
Um beijo que será para sempre, Eterno.










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Oiiie, gostaram do cap de hoje? Eu queria conta um coisa pra vcs sobre "Ma Belle" o nome do livro, então eu coloquei essa situação aí no livro, queria q o nome fosse significativo, então está ai a explicação
E meus amores, venho aqui, com dor no coração mas tbm mto feliz em dizer pra vcs que o próximo capítulo é o último 🥺
Pse galelis, eu terminei o livro hj kkkk e o próximo já é o último. Não é por nada não, mas ficou mto lindo kkkkkk
Vejo vcs no próximo capítulo
Bjs 😘

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