Capitulo 60

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                                   Amália Hendrix
Eu e Liv ficamos conversando até tarde da noite, antes de adormecermos. Falamos sobre tudo, principalmente sobre o sequestro e os últimos quatro dias. Aquela esquizofrênica da Paola realmente precisa de um tratamento. Esse "amor" que ela pensa sentir por Alec não é nada mais além de uma fantasia do que eles poderiam ter tido. Ela está totalmente transtornada. Ainda mais por ter sido trocada por uma menina mais nova e sem aquelas plásticas horrorosas no corpo.
Acordo com um barulho alto vindo corredor, mas volto a dormir novamente. Ou tentar, estou com fome, desde que cheguei aqui no hospital, não me alimentei, eu e Liv conversamos tanto que esqueci das necessidades básicas do ser humano.
Me levantei garantindo que ela e Lorenzo ainda estão dormindo e fui para uma espécie de copa que tem, trouxe algumas coisas de casa. Me encontro apaixonada por esse bebê. Alec e minha cunhada realmente acertaram, ele é tão calminho, desde que o vi pela primeira vez, ele só chorou duas vezes, e foi de fome.
A pequena copa é no final do corredor, e achei estranho estar tudo escuro, normalmente esses hospitais são agitados vinte e quatro horas, mas como aqui é uma ala de maternidade, deve ser mais calmo. Preparei uma refeição de micro-ondas mesmo, coisa rápida. Não queria deixa-la sozinha por muito tempo. Me sentei na pequena mesinha e comi, durante isso troquei algumas mensagens com Anthony e ele me mandando dormir.
Incrível!!
Limpei o que sujei e voltei para o quarto, ao chegar perto, escutei Lorenzo gritando. Retirem o que eu disse, ele não é calminho.
- Liv, porque ele.... – Parei de falar instantemente, ao ver uma mulher ruiva com um travesseiro no rosto de Liv. Arregalei meus olhos ao ver a cena, Lorenzo estava no berço gritando e chorando, como se estivesse com medo. Ela estava a matando.
Meu deus. Paola!!!
Eu fiquei estática por alguns segundos até finalmente conseguir reagir. Ela já tinha me visto e então, por impulso eu pulei em cima dela e puxei seu cabelo.
- PAOLA, PARA!!! – Gritei o mais alto que consegui. Lorenzo ainda estava chorando e Liv jogada no chão. – NÃOOO!!!! Liv, olha para mim. – Balancei seu rosto, mas não consegui continuar, senti meu cabelo sendo puxado e ela me arremessando para o outro lado do quarto. Bati minha cabeça na parede e pude ver sangue na minha testa. Minha vista ficou um pouco turva.
Como ela consegue ter tanta força?
A vi tirando uma espécie de faca da bota que usava e apontar para o peito da Liv, tentei me levantar mais não consegui. Minha vista estava embaçada demais e minha cabeça girando. Liv deu um resmungo e abriu os olhos, assim que ela o fez eu gritei.
- LIV!!!! CUIDADO. – Assim que terminei de falar, Paola desceu a faca. Acho que por instinto, desviou, ela ainda estava mole também. Paola quando viu que ela tinha recobrado os sentidos, correu até o berço de Lorenzo e apontou a faca para a pequena cabecinha dele, que gritava horrores.
- Se você fizer alguma coisa com meu filho Paola, eu juro que a última coisa que vou sentir de você é pena. Não me testa. – Falou Liv com a voz carregada de ódio. Nunca a vi assim.
- Olha, a menina Mancini é corajosa. – Indagou Paola dando uma risada sinistra, senti arrepios. – O único problema querida, era que você deveria estar morta agora, você e essa criança. Apenas vim terminar o que comecei, não desisto fácil.
Enquanto as duas brigavam, peguei meu celular disfarçadamente e liguei para o Anthony. Deixei o volume da chamada baixo para ela não ouvir, e esperei ele atender. Quando o fez, apenas deixei a ligação acontecer.

Anthony Mancini
Ok!
Admito!
Eu não sei mais dormi sem Amália!
Porque ela tinha que se oferecer para ficar no hospital?
Eu estava rolando na cama a mais de uma hora e o sono não vinha, o relógio marcava três da manhã e eu nem pisquei os olhos. Mesmo trocando algumas mensagens com ela e a mandando dormi, eu não conseguia dormi.
Rolei mais um pouco na cama e ouvi meu celular tocando. Amália.
Um sorriso involuntário. Acho que alguém também não consegue dormi.
- Já está com saudade, amorzinho? –Falei em um tom irônico.
Não obtive resposta.
- Amália? Está aí amor? – Perguntei um pouco preocupado.
Ouvi um choro de bebê, muito alto por sinal, acredito que seja do Lorenzo. Logo a voz da Liv. Porque ela me ligou?
- Paola, por favor. Sai de perto do meu filho. – Arregalei meus olhos ao escutar o nome dela. – Eu estou implorando, deixa ele em paz. Eu faço o que você quiser. – Ela chorava muito e parecia completamente apavorada.
Paola estava desaparecida, desde quando entramos no galpão em que ela estava com Liv. Conseguimos achar apenas um homem que trabalhava para ela, nos perguntamos, torturamos e ele falou que não sabia onde ela estava, ela apenas tinha mandado ele descer com minha cunhada e depois sumiu.
Ela é vadia até com quem ajuda ela.
Deixei a ligação no mudo, mandei uma mensagem para Amália não desligar, coloquei uma camisa e um tênis e corri para chamar Alec. Meu irmão estava muito cansado, não dormia a quatro dias, vivia para encontrar a noiva e agora que ele conseguiu dormir, vou ter acorda-lo.
- Alec!! – Chamei entrando com tudo no quarto. – Alec, porra, acorda mano.
- Hum? Que foi Anthony? – Perguntou com a voz rouca. Ele parecia bêbado, mas de sono.
- Paola cara, ela está no hospital, com Liv e seu filho. Ela está ameaçando ele. Acorda cara. – Falei o balançando.
Nunca o vi levantar tão rápido na vida.
- Como você sabe? – Perguntou colocando uma roupa.
- Amália. Ela me ligou e eu escutei elas "conversando". A Liv está desesperada cara. – Falei olhando para o celular. Porra, ela desligou. – Fiz uma pausa e continuei. – Alec, elas não estão seguras lá.
- Chame os seguranças. Todos eles. Vamos para lá. AGORA!!!
Desci as escadas correndo e chamei todos. Nos armamos rapidamente e corremos para os carros.
Não estou com um pressentimento bom.

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