Márcio
Durante o jantar, que virou uma comemoração, Ricardo foi paparicado por toda a sua família. Dona Mônica e os rapazes queriam que Ricardo passasse uns dias com eles para "recuperar os anos de afastamento". Vi meu ruivo ficar balançado e sem saber o que responder. Falei discretamente que era para ele deixar o coração responder. Já tinha ficado afastado todos esses anos da sua verdadeira família, porque não ir criando novos laços com eles. Ele perguntou se eu não ficaria chateado, já que estava praticamente morando lá em casa. Segurei em sua mão e falei, olhando em seus olhos que era para ele se permitir receber todo esse carinho acumulado que os pais e os irmãos tinham para dar a ele, e que ele estaria somente algumas ruas distantes da minha casa. Ramon falou brincando que trocaria de lugar com o Ricardo, pois aí ele ficaria mais perto dos capoeiristas da minha família e ia aprender capoeira rapidinho. Renan riu e comentou que o irmão caçula tava inventando desculpas para fugir do "controle" da mãe. Dessa vez fui eu quem tive que rir, porque o garoto não imaginava como mainha e painho eram, se ele achava que ficaria soltinho na rua ele ia ter uma surpresa bem grande.
Ricardo respondeu que viria, mas não hoje, pois foi pego de surpresa com o convite. O sr Pedro lembrou também que era preciso entregar a cópia do exame para o meu tio e discutir com ele quando seria dada a entrada no processo de reconhecimento de paternidade. Quando ele comentou isso, lembrei que meu tio tinha pedido que assim que estivessem com o resultado do exame, era para informá-lo para que ele pudesse anexá-lo no processo.
Ainda estávamos todos conversando quando meu celular tocou com uma chamada do Andrei.
— Andrei tá me ligando. Ele te falou alguma coisa hoje na faculdade, Ricardo? – Falei com meu namorado.
— Não, amor. Ele não comentou nada além de me perguntar quando eu vou voltar pra república, que o pessoal tá sentindo a minha falta lá... Aquilo que eles sempre falam.
— Mas você não vai ficar aqui em casa com a gente por uns dias? – Ramon quis saber.
Acabamos eu e Ricardo rindo da pergunta, porque o garoto tinha falado que queria passar uns dias lá em casa, e agora estava questionando se Ricardo não iria passar alguns dias com ele.
— Filho, seu irmão tem os assuntos dele para resolver, talvez não dê para ele ficar. – O pai deles falou, enquanto o mais novo deles fazia carinha de pidão, pra que Ricardo ficasse lá.
— Atende, Márcio... Ele deve ter tentado me ligar e não conseguiu, a bateria do meu celular acabou... – Ricardo falou, olhando o aparelho.
M: "Coé moleque, o que tu manda?"
A: "Opa Marcinho... Tá perto do Ricardo? Tô tentando falar com ele desde cedo, mas o celular dele só dá desligado ou fora de área."
M: "Tô sim, vou passar o celular pra ele..."
Entreguei o aparelho pro meu ruivo e fiquei conversando com a sua família, enquanto Ricardo pediu licença e foi até a sala para falar com o Andrei. A dona Mônica falou que queria conhecer o pessoal da república.
— O Andrei a senhora já conhece, é aquele loiro que estava lá em casa no dia que vocês tiveram a reunião com a Luciana e meu tio.
— Ah sim... Me pareceu que ele gosta muito do meu filho.
— Ele trata o Ricardo como irmão. E os outros também são ótimos amigos. A senhora vai conhecê-los logo.
Ricardo voltou com o semblante preocupado. Me entregou o celular e disse que precisávamos voltar pra minha casa e levar a cópia do exame pro meu tio poder dar a entrada no processo de reconhecimento de paternidade logo.
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Anjo Capoeirista
RomanceAtenção! ******** Nova capa - Design by @BrunoJovovich ********** Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você de...