Capítulo 8

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     Quando entrei em casa, me deparei com o meu pai e minha mãe sentados no sofá da sala, me esperando. Estranhei a cena, porque tanto meu pai, como minha mãe costumam dormir cedo e dessa vez os dois estavam acordados. E a cara de curiosidade deles estava engraçada.

    — Então, como foi lá, meu filho? – Minha mãe foi logo perguntando.

     — Lá aonde, D. do Céu? Só fui comer uma pizza com um amigo meu. E por que vocês estão acordados ainda? Reunião de família no fim de noite? Essa hora, vocês costumam já estar no oitavo sono, mãe!

     — Oxe, meu reizinho. Eu e sua mainha queremos saber como foi lá com o menino. Não conte conversa não, diga logo que já se acertou com ele e que vai trazer ele logo pra gente conhecer o menino. Não vá ficar de rame-rame, que eu e sua mãe queremos conhecer logo o nosso genro!

     — Ei, vamos com calma Seu Sebastião e Dona Do Céu, eu ainda estou conhecendo o Ricardo, estamos no começo do namoro ainda! – Falei, tentando deixar o papo pra outra hora.

     — É Ricardo o nome do menino? Como ele é meu filho? – Meu pai foi logo perguntando. — Tem foto dele? Quero ver a carinha do meu futuro genro!

     — Pai, tá igualzinho o Fernando, que também ficou me pedindo pra ver foto do Ricardo! – Tive que rir do que meu pai tinha falado.

     — Ópaisso Do Céu, teu filho agora não quer que a gente conheça o nosso genro! E o galeguinho, tu se acertasse com ele antes de se engraçar com o outro?

     — Filho, você falou que contava tudo quando voltasse, aí comentei com seu pai... – Ela emendou a fala dele.

     — E vocês decidiram me esperar pra saber de tudo? – Concluí. — Mal começamos a namorar oficialmente... Foi só o primeiro encontro... Mas eu acho que em breve vocês vão conhecer ele.

     — Oxe, esse meu menino é porreta mesmo! Mas quando você vai trazer o "bixinho" aqui?

     — Vou com calma, senão vocês adotam ele... E não, painho. Não tô mais com o Fernando. O Gabriel já está no circuito e vai fazer o Fernando feliz. Agora vou tomar um banho. Amanhã respondo o interrogatório com calma.

     — Ave-Maria, vai deixar eu e sua mainha agoniados até amanhã, criatura?

     — Vou sim pai. Bem capaz de quando eu acordar amanhã, encontrar a "diretoria" completa aqui, só pra saber da história. Tenho certeza que o Quinho e a Rosa vão bater aqui de manhã pra ouvir as novidades.

     — Tudo bem, meu filho, amanhã a gente conversa... – D. Do Céu deu uma acalmada na situação. — Amanhã ele conta, Tião. Tu sabes como teu filho é, não adianta imprensar ele, que ele não abre o bico!

     — Oxe, nem ver a carinha do menino a gente vai!

     — Amanhã, painho... Amanhã... Boa noite, vou tomar um banho e vou dormir.

     Me despedi dos meus pais e fui pro meu quarto. Mandei mensagem pro Ricardo avisando que já tinha chegado em casa e estava indo dormir, ele me respondeu que também estava indo dormir e que amanhã falava comigo. Tomei um banho e me joguei na cama, estava cansado da correria do dia de hoje, praticamente apaguei ao bater na cama.

     A sexta-feira começou tranquila, levantei cedo, tomei um banho frio pra despertar, me arrumei e desci para tomar café. Meus pais já estavam na cozinha. Peguei uma caneca de café com leite e um pão com manteiga e queijo. Me sentei ao lado do meu pai, que já estava bebendo seu café.

Anjo CapoeiristaOnde histórias criam vida. Descubra agora