Capítulo 70 - parte 2

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Márcio

      Maurício, como já estava fazendo costumeiramente, me deixou no meio do caminho para a minha faculdade e seguiu viagem com Ricardo para a deles. Peguei logo o ônibus que me deixava em frente a universidade e em menos de vinte minutos eu já estava chegando. Antes da aula de Histologia começar, fiquei conversando com Alice, Marcela e Adalberto sobre a despedida do Felipe, que eles não tinham ido. Rubinho que tinha ido até os trailers tomar um café, chegou na hora que eu estava falando e confirmou que os três tinham perdido um festão. Falei pra eles que não tinha sido uma festa, apenas um almoço de despedida. Rubens rebateu, dizendo que se aquilo não era uma festa, ele queria participar de uma de verdade, mas também queria participar sempre desses almoços de família. As meninas ficaram rindo e disseram que não perderiam a próxima, comentei que o Adalberto também já tinha ido lá em casa e dos meus amigos da faculdade só faltavam elas duas a conhecer a minha família. Não demorou muito e o professor chegou, então paramos de papo e ficamos prestando atenção na aula.

      Já estava quase no final da primeira aula quando meu celular vibrou indicando chegada de mensagem. Eu estava atento ao que o professor explicava e não reparei no momento o celular, mas a Marcela me cutucou e perguntou se eu não iria ver o que era. Respondi que como a aula já estava no fim, veria a mensagem só depois que o professor encerrasse, coisa que não demorou muito. Quando peguei o celular para conferir, vi que era mensagem do Felipe: "Marcito, avisa pra minha dinda e pra tia Cida que cheguei na rodoviária a tempo e já estou no ônibus indo pra casa... Minas aí vou eu... Pra minha sorte não pegamos engarrafamento no caminho da tua casa até a rodoviária. Outra coisa, tu podia ter me avisado que o tal Raul era gatinho, seu puto... Achei que fosse um coroa. Fiquei de pau duro quando vi o cara... Mas vi que ele tava com aliança no dedo, aí segurei a onda e não cantei o moleque, mas que ele é gostoso pra caralho, isso não tem como negar... Ah, antes que eu me esqueça, avisa pro Nando e pro Gabriel que eles não precisam mais se preocupar com o zé ruela do Jansen, porque ele tá indo comigo pra Juiz de Fora, e vai tomando leitinho até chegarmos em casa. O putinho tá na minha guarda agora, só vai fazer o que eu mandar... Só não posso falar o mesmo do primo do Ricardo, mas também o cara não sabia quando eu ia embora, então não deu pra arrastar ele também. Manda umas beijocas pro nosso ruivinho, sei que tu adora dar umas beijocas no cara, mas diz que essas foram eu que mandei... E não precisa ficar com ciúmes porque o moleque é doido por você. Beijundas pra você, que eu sei que tu gosta... Te amo, seu puto safado... Ligo quando chegar em casa..."

     — Caralho, o Felipe tá arrumando merda e das grandes! Esse moleque tem é água de coco na cabeça, em vez do cérebro! – Falei, chamando a atenção de Alice, Marcela, Rubinho e Beto.

     — Que aconteceu, Marcinho? – Alice perguntou.

     — Olha só isso! – Mostrei a mensagem pros quatro.

     — Eita porra... – Rubinho falou. — Ele carregou o cara com ele mesmo?

     — Quem é esse Jansen? – Marcela quis saber.

     — Um mané que vivia perturbando dois amigos meus. – Respondi.

     — Cara, o Felipe é maluco, se ele fez realmente o que o Patrick tava falando, esse tal de Jansen pode querer se vingar dele. – Rubinho comentou, ainda espantado com a mensagem. — Achei que fosse brincadeira aquilo que o Patrick tava contando...

     — Pô, boiei legal no assunto... Tendi foi porra nenhuma... – Beto falou, já rindo.

     — Vou ligar pra ele, tenho que ver se essa ideia maluca é verdade mesmo ou é só zoeira daquele puto! Mas se for verdade, não acho que o Jansen vá tentar nada contra o Felipe, ele sabe muito bem que estaria muito fodido se tentasse, ele já sentiu na pele do que o Felipe é capaz... – Falei, já ligando pro celular do doido.

Anjo CapoeiristaOnde histórias criam vida. Descubra agora