Capítulo 64: Você não faz nem ideia, não é?

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A festa ainda estava acontecendo do lado de fora do chalé. Apesar de eu não estar lá, ainda podia ouvir o som das risadas de todo mundo, junto com a música que era tocada. Mas eu estava envolvida demais nos braços de Sky pra pensar em sair dali. Era estranho pensar que ele estava ali comigo, me abraçando como se fôssemos alguma coisa um para o outro.

—Não acredito que você vai ficar nesse chalé. —Sky fez uma careta de desgosto, como se isso fosse impossível. —Esse lugar não é pra você.

—E eu vou pra onde? Voltar pro meu vilarejo? Ir pro seu acampamento? —Indaguei, lançando a ele um olhar afiado, vendo-o abrir um sorrisinho, como se aquela não fosse uma ideia ruim. —Não vou pro seu acampamento. Nós dois iríamos nos matar dividindo o mesmo espaço por muito tempo.

—Discordo totalmente de você. Acho que nós daríamos bem demais dividindo o mesmo espaço. —Ele se inclinou pra perto de mim, roçando os lábios na minha têmpora, causando um arrepio por todo meu corpo.

Estávamos deitados um do lado do outro em cima daqueles fardos de feno. A capa dele embaixo de nós, enquanto seu braço estava ao redor dos meus ombros, quase como meu travesseiro. O calor dele era difícil de ignorar, ainda mais depois que o senti em cima de mim e depois de todos aqueles beijos. Tinham sido só beijos, mas foram o suficiente para me deixarem acesa.

—Você tem potencial, Zaia, e esse chalé não vai te deixar revelar todo ele. —Sky prosseguiu, erguendo a mão livre para segurar meu rosto, enquanto os lábios se arrastavam pra baixo, até minha bochecha. —Mas no meu acampamento...

—Servindo você, como os outros fazem? —Ergui as sobrancelhas, girando o rosto para encarar aqueles olhos acinzentados. Sky riu, como se eu não estivesse falando realmente sério. —Ou obedecendo ao Caio, quando você não estiver?

—Nós dois sabemos que você jamais me obedeceria, se eu te desse uma ordem. Não sei porque isso precisa entrar na discussão. —Sky afirmou, e eu acabei rindo, virando de lado para ficar de frente pra ele. —E acho que podemos concordar que você não ia ser só uma guerreira do meu acampamento. Acredite, eu não costumo me envolver com quem trabalha pra mim.

A mão dele desceu do meu rosto para minha cintura, me puxando mais para perto, até eu estar encaixada nele. Nossos rostos praticamente colados, enquanto a respiração dele acariciava minhas bochechas. Engoli em seco, sentindo uma sensação eletrizante na boca do meu estômago, porque não estava acostumada com as sensações que Sky estava me causando.

—Venha comigo. —Sussurrou, os lábios praticamente grudados nos meus, enquanto meu coração martelava no meu peito, sentindo o calor atravessar meu corpo, nublando meus pensamentos com a presença dele. —Você vai ser livre pra fazer o que quiser e ir aonde quiser. Nunca vou prender você.

—Não vão mais me prender aqui. Amélia não vai mais fazer isso. —Falei, vendo-o fechar os olhos e engolir em seco, como se não fosse aquilo que ele quisesse ouvir. Ergui minha mão e deslizei pela bochecha dele, roçando nossos narizes, enquanto minha boca secava com a vontade de beijá-lo. —E se eu for pra lá e não der certo? E se eu for e você decidir que não quer absolutamente mais nada comigo? Você me manda embora e eu volto pra cá com o rabo entre as pernas?

—Você não faz nem ideia, não é? —Sky riu ao dizer isso, encarando meus olhos com uma expressão confiante e intensa que me deixava sem fôlego.

Ele se inclinou e capturou meus lábios, agarrando minha nuca e aprofundando o beijo, como se quisesse tirar tudo de mim. Me entreguei aquele beijo, querendo ainda mais dele, sabendo que iriamos dar muito certo ou iriamos destruir um ao outro.

As Crônicas de Scott: A Profecia / Vol. 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora