C'est Hana

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2002 I春I

Não sabendo o que fazer ela olhou para o horizonte, ergueu a coragem quando encarou o seu medo e abraçou a insegurança junto com aquela almofada de crochê.

Ela chorou de felicidade.

Que assim como estava sendo embalada por naquela cadeira de balanço, Hana foi para trás e voltou de seus sonhos.

Estava muito feliz.

Por seus motivos Hana estava alegre, que não era apenas a chegada de um alguém importante na sua vida no próximo mês, era a espécie de liberdade que teria após a sua chegada, uma egoísta liberdade, mas ela não queria pensar sobre aquilo, que no entanto havia retornado para Eglise Saint Georges¹ para atividades mensais de caridade da igreja, fazendo com esquecesse da responsabilidade que era arcar com seus sentimentos e aliviar o pesar que tinha por abandonar um indefeso bebê nos braços de seu marido transtornado.

Aquela ação de caridade poderia lhe garantir algo bom na sua futura morada, ela queria crer que iria.

Hana não estava tão solitária quanto pensava, um olhar infantil e curioso a observava de longe, a pequena Yui Komori a dona dos olhos verdes oliva mais encantadores daquele filantropo lugar.

Percebendo que a curiosa garotinha estava por perto, Hana a chamou alertando que iria compartilhar um segredo com ela, mesmo não sendo muito familiarizada com crianças ela tentaria ser agradável com Yui.

O segredo nostálgico tinha deixado a garotinha com os olhos brilhando, poderia não ser verdade Yui tinha suas dúvidas, porque a pessoa que Hana descrevia se parecia tão incrível, que a existência dela era impossível, apenas por afastar a sensação de solidão que tinha por ser a única filha adotiva de seu pai. Segundo Hana na terra do sol nascente, morava uma ilusionista com um olhar quase tão verde quanto os de Yui, ela não era famosa como os outros mágicos, mas tinha muita persistência, por possuir um sonho de um dia reencontrar sua irmã perdida, que no caso era a pequena Yui. Hana tinha fantasiado boa parte daquela "historinha infantil", ela não se importava, não fazia a menor ideia se aquilo poderia afetar ou não aquela criança no seu futuro, tinha apenas teorizado que sua imatura e eterna amiga Aiko poderia ter algum parentesco com a filha do embaixador da igreja, era uma teoria absurda e afrontosa, mas ela sabia que Yui tinha características estranhas para uma criança comum e a garotinha lhe remetia os leves ares de Aiko.

Se perguntando como seria a vida de fruto de sua liberdade, Hana ajudava Yui a recolher os brinquedos antes do almoço.

– Minha irmã mais velha usa um colar igual ao meu.– Reafirmou a pensativa Yui.

Hana se surpreendeu e percorreu olhar para o delicado crucifixo de ouro da menina, ela não esperava que Yui interliga-se aquele futil detalhe ao que tinha como semelhante.

– O dela é de prata, assim como o meu anel.– Respondeu Hana ao a mostrar a joia de seu casamento. – Tem uma pequena pedra de rubi no meio e é um pouco maior que o seu crucifixo.

Ela tinha reforçado aquela mentira dando mais detalhes, agora se arrependia de ter feito aquela brincadeira.

Egoísta.

Solitária.

Sonhadora.

Hana errou, ela o abandonou quando percebeu que estava infeliz e depositou toda a sua esperança a uma pequena criança que nem havia nascido ainda, iludiu por diversão uma garotinha repleta de limitações em sua educação e foi embora sem mais nenhuma explicação.

Notas FinaisA Église Saint-Georges¹ (Igreja de São Jorge) é uma igreja católica romana, localizada na cidade de Lyon na França, ela foi reconstruída em estilo neogótico em 1848.

Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora