Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)

Meritos Sons: 15:50

Imersos sem mergulhar, indivíduos com tecidos sujos, desprotegidos em uma disputa de forças que internamente os deixava assombrados, a intensidade que seus corpos feridos pelo granizo não os deixava imunes. Ofegantes, o oponente mantinha-se inabalável, a visão rubra ceifava a familiaridade e no discorrer ele empurrava a indeliberação colina abaixo.

Richter morreu antes da fuga de Aiko da mansão, de causas descritas por Reiji como "naturais", ele estava enterrado em Oslo e sua lápide resumia sua vida humana " Um solitário e dedicado fazendeiro, seus familiares se despedem distantes", durante os anos ninguém procurou saber a verdadeira causa de sua morte e se tornou uma história que parecia brincadeira de telefone sem fio, cada qual contava o que lhe era mais cabuloso e intrigante, ele um membro da família que recebia influência e seu falecimento deveria ser a sua altura. Porém a que Aiko realmente acreditava, seria que ele tinha ido contra os caprichos de seus sobrinhos. Viscondessa ou não, Aiko nunca quis investigar sobre o falecimento do pai, porque como na lápide escrita por um amigo humano dele, distante ela queria permanecer e o que restava de sua existência que poderia ser usufruído no instante estava bom, a casa não era mais sua, mas tinha conseguido se refugiar nela e foi a única coisa que Richter a orientou sem pretensão foi como fugir. Ele sempre foi açoitado como péssimo progenitor pelo próprio irmão e naquele momento que filetes de sangue escorriam de sua pele, Richter machucava Aiko pela primeira vez.

Fervilhando os pensamentos por baixo da chuva, seus movimentos não estavam sendo calculados, parecia que ela estava lutando com rebelde, por isso a desvantagem, durante todos aqueles anos ela nunca tinha visto algo semelhante com que enfrentava. Aquele corpo pertencia a Richter e estava sendo corrompido com muitos véus vermelhos no rosto e era muito forte conseguindo imobilizar ela e Laito sem muito esforço. Agarrando em seus punhos pedras, Aiko socou o maxilar do oponente, assim sendo derrubada no chão, aproveitou que ele não revidou de imediato e chutou seus joelhos, o corpo caiu após o forte estalo e as correntes o puxaram para o chão. O sangue se tornou uma poça ao redor do corpo e quando o ferro rasgou a pele crua Laito torceu o punho que o segurava em busca de liberdade, a boca da criatura sibilou a palavra "chuva".

Aiko ofegou e mal conseguiu desdenhar o que tinha escutado. O corpo apagou por completo pela primeira vez, as feições descansaram na morte, Richter tinha retornado para onde nunca deveria ter saído, parte de seu rosto ficava cinza como na noite que foi cremado e suas mãos roxas, ele não se tratava de uma ilusão criada por um fundador como cogitaram ser. Dando passos para trás ao mesmo tempo, Laito e Aiko quase tropeçaram um no outro, visivelmente linhas vermelhas escorriam entre as pontas dos dedos e o barro impregnou-se em suas roupas, assim como a imagem a qual se afastaram.

Eles sabiam se defender, mas não eram combatentes de guerra e diferente daquela criatura que realmente queria romper com a existência dos dois, isso estava escrito nos olhos dele e na maneira que os arrastava para o lago. Aiko conseguiu com êxito enfrentar os rebeldes, fundadores e seus primos, por conhecer seus pontos fracos, mas aquele ser em específico tinha sido criado para desconstruir qualquer previsibilidade.

– Isso é um ressuscitado.– Aiko trêmula de dor fechou os punhos no tecido do casaco. – Eu realmente acreditava que os Shimizu tinham o capturado.

Laito sentou-se na grama úmida e encarou o horizonte de neblina que dissipava-se aos poucos, abraçando as pernas contra o corpo ele repousou o rosto sobre os joelhos.

– Eles fazem o trabalho mal-acabado como você, minha priminha.– Concluiu com a voz abafada.

– Você é ingrato para caralho. Se eu tivesse feito um trabalho correto nem estaria vivo agora e nem antes.– Retrucou Aiko.– Não quero defender os Shimizu, mas não acredita que se você tivesse ido em segurança para os fiordes teríamos enfrentado aquela coisa?