Cinco para os acontecidos: 10:45

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Os vitrais alaranjados do cômodo empoeirado deixava o ambiente alegre, dentre aquele montoeira de livros, estantes com adornos e roupas velhas. Um lugar esquecido, repleto de entulhos que ninguém queria se desapegar, memórias solitárias de objetos de uma família repleta de regalias e relíquias materiais,mas que por agora estava sendo ocupado inesperadamente por duas pessoas que odiavam adentrar no passado.



Miazaki estava a ler um livro, acomodada em um divã no fundo daquele quarto de entulhos, estava concentrada e visivelmente séria, havia por fim conseguido encontrar uma leitura que revivesse a lembrança de seus antigos estudos sobre a doença que afligia seu irmão, agora poderia dizer que tinha uma ideia do que se tratava, poderia sustentar o disfarce de tutora por um pouco mais de tempo. Segundos atrás enquanto ajeitava-se para iniciar seu temporário descanso, Mina encontrou um pequeno diário de bolso que chamou por sua atenção, a caligrafia garranchada familiar a deixou tentada a dar um início naquela zombeteira brincadeira, reconhecendo que não seria uma total perca de tempo, ela admitia que seria divertido ver a imagem sagrada de Seiji Komori ser destruída pela própria filha, a partir do momento que Mina lhe entregasse o diário .

Não tendo total certeza se sua prima ainda estava na escrivania ou já havia voltado para o quarto, Miazaki chamou por ela, quando percebeu que estavam atrasadas. Shimizu acordou de sobressalto, havia dormido sobre a escrivaninha repleta de papéis velhos, um reflexo de seu sono de três horas.

– Aiko? Você ainda está aí? – Miazaki alterou a voz, enquanto caminhava entre o labirinto de estantes.

Massageando as têmporas antes de responder, Aiko parecia ainda estar recordando onde estava, não sabia bem onde era o "aí" que Mina a perguntava.

– Sim, estou, estou aqui. – Respondeu ela tentando recobrar a atenção para a frase que havia anteriormente estava lendo.

– Temos que voltar, Aiko. – Mina alertou ao notar que a prima estava prestes a retomar a leitura. --...Acho que esqueci algo...– Disse ela logo que checou seus bolsos,e rapidamente retornou para o interior do cômodo.- Não irei demorar, não se preocupe.

Mesmo achando inusitada a preocupação de Miazaki com uma suposta antiguidade familiar, Shimizu evitou questionar sobre o que era e gesticulou para que Rei empoleira-se em seu ombro novamente, relembrando que não era apropriado ter assuntos na frente dele. O seu celular tocou e ela teve que ignorar a chamada, sabia quem poderia ser, às vezes durante a manhã uma incoerente pessoa tentava manter contato com ela, era a mesma que havia lhe telefonado naquela tarde em Sakura. Tanto Aiko quanto Mina tinham uma ligação com base em interesses com aquela pessoa, mesmo ela sendo conveniente e corrupta até com os seus próprios seguidores, tê-lo junto a elas para a construção do plano obstinado para acabar com as mortes subsequentes era necessário.

Aiko não gostava do jeito que Kino a fazia questionar sua sacrificosa decisão, naquela tarde ele havia feito morder a própria língua de tantas verdades que ela tinha ouvido, a respeito de encarar Sakamaki Subaru, Reiji o assassino de sua amiga e o jovem Isao o suposto fruto da desistência de Hana pela vida, aquele político corrupto possuía uma certa amizade com ela e às vezes era um bom conselheiro, quando não era bruto e despejava insensibilidade.

Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora