Segundos do primeiro: 18...

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Gotas de um líquido quente, partículas marcadas no algodão e respingos da chuva se uniram, enquanto reflexo da luz da televisão fazia o inerte piscar. Lhe pesava os ombros, o aguardo de sua voz fazia os dependentes receosos, mas não ansiosos, ela não parecia nervosa, apenas pasma.




Uma preocupação havia pisoteado sua breve calmaria.

Como uma semente de glicínia, que uma vez caiu em sua cabeça, a forma exótica circular parecia um olho de serpente e ela não era igual as outras que estavam no chão.


– Yumeriko!


Aiko ouviu chamar, não se encontrava em bom tom, o piso de concreto coberto de sementes e barulhento. Se escutava do jardim o violino tocar seus primeiros acordes de clair de lune,o músico na época existia para dormir, mas em determinados entardeceres quando nuvens de essência própria surgiam do horizonte ele tocava, retrato sórdido da dor da responsabilidade. Quando uma porta abriu e fechou no mesmo instante, foi possível escutar de todo o corredor.


– Yumeriko!


Mais uma vez lhe chamaram. Aiko começou a caminhar entre as sementes em busca de achar o dono da voz, se assemelhava a uma recordação banal, porém carregar por entre o punho fechado uma semente não havia acontecido no passado.


Na sala de estar, precisamente no meio dela, tinha um pedestal de vidro e sobre ele cruamente estava sua coroa, entalhada a mão e traços delicados, a cor bege ainda refletia a luz.


– Yumeriko...– Kanato apareceu ao lado de Aiko.– Achei que tinha morrido... Subaru disse que você caiu no roseiral.– Ele tateou as mãos dela como se procurasse algo.– Vai embora com Mina?


Não foi isso que ele perguntou na época, Kanato estava furioso junto a Ayato, ambos estavam em pânico e Aiko tinha sido colocada ao pé da escadaria junto a roupas velhas e foi pega como uma.


– Mantenha ele dormindo por mim.– Kanato pediu ao afagar novamente as palmas das mãos de Aiko.


Tudo ao redor começou a desmoronar, os vitrais estilhaçaram, o piso se desfez e as paredes caíram, restando apenas ela e a coroa caindo a imensidão escura da dimensão inventada por um Sakamaki.


Um barulho que ecoou na realidade.


– Vou ajudar você.– Hana inclinou-se para frente e tirou a pessoa desacordada de cima de Aiko.– Isso a deixou inconsciente.


– Ela não tem com o que se preocupar.– Rebateu Odessa.– Meu amor está desacordado a quase uma semana.


– As senhoras tiraram adão dele?– Questionou o familiar enquanto recolhia a tigela de sopa do chão.


– Não.– Respondeu Hana querendo evitar o assunto.


A fantasma abaixou o véu sobre o rosto e se dedicou a colocar Aiko sentada no sofá. Hana sabia a forma brutal que adão havia sido tirado de Laito, há dias atrás ela e os outros espelhos incluído Odessa tinham apenas o afastado de Aiko, não tinham a ordem de fazer aquilo, que quando foi realizado não puderam evitar de presenciar, ele estava em cansare e clamando por tristeza.


Quando Aiko correu para evitar que Laito encontrasse com os fundadores na floresta, eles se confrontaram, Mina tentou interferir mas Subaru a impediu, a mansão estava em chamas e a única pessoa que tomou as rédeas do caos era a que menos conseguia se manter em pé. Sob suas ordens estava os dois últimos familiares da mansão.


– Quem arrancou o coração dele, Hana?


Aiko levantou-se do sofá com as pálpebras semicerradas, massageando as têmporas ela aguardou por sua resposta.


Receosa a fantasma virou para Odessa e assim como se fossem ainda humanas elas se sentiram inseguras, previam que o dissessem poderia mudar o rumo do futuro. Para Aiko era fácil descrever emoções humanas, ela fazia isso como um hobby, mas para elas era estranho, principalmente temer a reação de alguém.



– Reiji deu Laito para os Tsukiname e chamou você de concubina.– Odessa respondeu de uma só vez.


– Cão traidor.– Cuspiu Aiko o xingamento.– Um perdedor nato. Por isso Karlheinz nunca o legitimou.– Comentou sentado-se no sofá novamente. – Quero mais sopa.


O familiar assentiu e foi para cozinha.


– Você está calma?– Perguntou Hana a encarnando.


– Eu não tenho o que fazer, apenas deixá-lo dormindo.– Aiko olhou de relece para o indivíduo fragilizado sobre o seu carpete.– Alguém da família vai vir busca-lo...E até que esse momento chegue eu e Odessa estaremos de acordo uma com a outra.


Aiko cruzou as pernas, inclinou o corpo para frente e estendeu a mão para a fantasma. As correntes se entrelaçaram pelos braços de ambas e firmaram seus pulsos, uma temporária queimadura marcou o antebraço de Aiko, está que ficaria gravada em sua verdadeira forma até que a pacificação fosse rompida.


– Eu realmente estou contente com isso, frue.


Odessa sabia dos acontecimentos, sobre o poema, a pessoa que estava dormindo em K e possivelmente sobre o que a Noruega fazia Aiko sentir, e aquelas palavras sussurradas generalizaram os fatos.


– Estou certa disso.– Aiko sorriu como uma Sakamaki, levemente suas presas apareceram e seu olhar reluziu a luz ambiente.



"O êxtase do poder"



Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora