Ensonados minutos: 08:00

3 0 0
                                    


Meia luz, as sombras não comportavam-se no cômodo e a única vista deixava apenas uma fenda para vigília, porém o repouso havia vencido a precaução, foi de primeira quando os olhos se cercaram por completo e os punhos vacilaram. As feições delataram um sonho trêmulo com o presente, os lábios se franziam delataram palavras inaudíveis enquanto seus olhos lacrimejam, o ruído não muito longe a fazia se revirar na cadeira, eram unhas arranharam a porta, partículas de madeira foram desvinculadas e o som tornou-se repetitivo.




A vigilância tinha ido embora e a confiança temporária também. Aiko remexeu os olhos e suas pálpebras se abriram, confusa ela tentou levantar-se rapidamente,mas cambaleou para trás e acabou apoiando-se no braço da cadeira para não cair .

God morgen, frue.

Aiko massageou os olhos e esperou a visão se habituar com a luz amarelada. O familiar parado à porta do escritório estava carregando uma bandeja que tinha um sutil aroma de leite quente e pão de mel, os recipientes se aproximaram dela a medida que o ser caminhava em sua direção.

Frue precisa lavar o rosto.– Comentou outro familiar ao adentrar o cômodo.– Está suja com lágrimas.

Ela limpou a garganta e prendeu os cabelos entre os dedos, desmanchando um laço do pijama Aiko amarrou as mechas em uma trança.

– Vou tomar um banho.

Com os pés descalços, ela seguiu pelo corredor, sentindo o breve toque do assolado lustrado, uma perfeição em meio empecilhos imperfeitos, por isso andar sobre ele era satisfatório. Queria evitar comentários cedo da manhã após um sonho ruim com cães tentando morder. Aiko respirou profundamente e ficou imersa na água, tinha responsabilidade e um perseguidor, estranhamente não estava com raiva, apenas temia que fosse pega desprevenida, a voz a chamando havia parado e a condicionava a apreciar o ambiente de ladrilhos verdes.

– Narcisos. – Murmurou Aiko, expondo um alto pensamento.– O Mukami insinuou que eu e Kanato éramos narcisistas.– Praguejou ao sair da banheira e afagou os ombros.

Colocando o chambre ela secou o rosto com uma toalha e pediu para os familiares que lhe trouxessem um sapato.

Passos fortes na escada a fizeram se afastar da porta, antes de repousar os pensamentos foi lhe alertado que tinha uma criatura protótipo de alguém atrás dela e foi aconselhado para que não saísse de casa até que os Shimizu o tirassem da cidade. Aiko cogitava que ele tinha a seguido desde K e poderia ser a pessoa que estava com Rei, naquela noite seus poderes estavam instáveis e ela estava com medo, o que poderia ter dificultado sentir quem era o perseguidor.

A madeira do piso rangeu e Aiko deu um passo para trás puxando a ducha da banheira para perto, ela apenas estava com a saída de banho e aguardando a reação de algum familiar.

Um passo na frente do outro

E como o próprio zumbi que havia acabado de sair da cova, estava ele frente a frente.

Um meio e doloroso sorriso se desenhou nos lábios e como se fosse cair elevou a mão no dorso, seus olhos ainda fechados tremularam e ele se inclinou para frente

– Prima.

E Laito caiu no chão.

Aiko cerrou os punhos e comprimiu os lábios, o registro da ducha foi pressionado e o chão ficou ensopado. Não tinha palavras, o som do gotejar do ambiente úmido, ela havia escutado um lampejo de dor seguido da identificação de seu grau familiar, não era algo habitualmente desdenhoso.

– Ai ko. – Chamou a voz cansada.

Não deveria ter acordado, não podia ter acordado, era a única coisa que Kanato estava a assombrando para não deixar ele fazer.

Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora