Algumas horas de caos:17:37 part1

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Um meio passo para cá e um meio passo para lá, Shimizu solitária, mostrou em meio a sua caminhada pelos corredores como se dançava aquela antiga música que ecoava da sala de jantar. Entre os sonoros passos sobre o mármore impecável, ela se deixava levar pela música nostálgica pelo caminho fúnebre do quarto, que um dia foi espirituoso.

Ela parou frente a porta de madeira escura, seus olhos repousaram para o chão e por um instante Aiko ficou em silêncio, nem mesmo a música a encorajava mais. Foi fugindo de dar explicações que foi parar ali, frente a frente a um cômodo que abrigava uma criança que ela não conseguia olhar nos olhos, mas aquele favor que estava fazendo para Beatrix de buscá-lo, havia a salvo de tentar explicar o inexplicável, a respeito do desmaio repentino de Eva, após uma pequena comoção entre seus primos e os irmãos Mukami, que mesmo ela quanto Miazaki alegarem que tinha sido um simples descontrole, ninguém parecia se convencer.

Aiko acalmou o seu receio, limpou a garganta e com o punho cerrado bateu à porta do cômodo.

Petit Sakamaki. – Chamou ela sem querer.

Envergonhada de suas palavras, ela se corrigiu e chamou pelo nome do garotinho.

Ele era muito parecido com o pai quando mais jovem, mas era uma criança sorridente e era simpático como a mãe. Isao não havia chegado a ter muito tempo junto a ela, após seu nascimento, mas por sua criancice ele não chegava a transmitir que sentia falta de Hana. Quando aquela porta foi aberta por algo dito como invisível Shimizu poderia dizer ao contrário do que as aparências diziam.

Encolhido sobre a ampla cama do quarto monocromático roxo, Isao agarrado a um coelho de pelúcia enquanto encarava o canto escurecido de seu quarto.

Shimizu massageou uma de suas têmporas quando viu o ser perturbando o menino.

– Vamos Isao, estão esperando você...– Ela entrou no quarto sem se descuidar do espelho a centímetros de distância.– Acho que você já nos conhece...

A palavra "nós" fez ela sentir um frio na espinha, mas tinha que se manter forte, aquela situação não poderia sair de seu controle como no hotel, ela tinha vergonha do ser presente naquele quarto, porém ao mesmo tempo o temia e não queria enfrentá-lo. Era Hana que os observava, não esperava que ela fosse os fazer algum mal, mas com todo cuidado e cautela Shimizu se aproximava da criança com intuito de tirá-la dali.

– Venha... Poderia descer da cama?

Isao balançou a cabeça em negação e agarrou mais a pelúcia em seus braços.

– Quer que eu chame o seu pai?– Perguntou ela, impaciente com a manha do menino.

O garotinho pareceu um instante pensar e olhou para o coelho em seus braços.

– Meu pai é um pouco mais assustador...– Disse Isao engatinhando pela cama até Aiko.

Ainda admirada pela sinceridade do garotinho, ela segurou a mão que ele havia estendido e o trouxe sutilmente para perto de si.

– Não sei se devo concordar com você.– Respondeu ela enquanto passava os olhos pelos quadros dependurados no corredor.

– Meu pai é mesmo assustador quando está bravo, pode dizer "sim''.– Isao fitou disfarçadamente uma pintura a óleo de seu pai.

Shimizu percebeu o quadro em que seu primo foi retratado com um semblante grotesco de raiva e não conseguiu evitar de concordar.

– Ela pediu para dar isso para você.– Isao ergueu o coelho de pelúcia para Shimizu.

Em volta do pescoço da pelúcia estava a antiga passagem financeira dela, o crucifixo com a pedra de rubi, no passado aquela joia iria para o penhor quando ela atingisse a maior idade e não dependesse mais da estadia com seus primos. Mesmo relutante Shimizu desvinculou aquela jóia da pelúcia antes de devolvê-la para Isao. Com o objeto em mãos ela relembrou que poderia devolvê-lo para o seu dono e se livrar de vez uma parte de seu passado que desgostava.

Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora