Átimos de imo: 01:45

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Jamais colocando os sonhos na realidade, a visão embaçada na luz amena, a cera da vela pingava e sua audição retornava, sombras colapsantes ao redor representavam proximidade, não estava mais sozinho entre a tempestade. Embriagado pelo sono tentou virar o corpo para esquerda, mas não conseguiu, o mal jeito de adormecer o impediu de mover-se e sentiu uma dor familiar demais para ser sonho.

Laito balbuciou algumas palavras antes da compressa de água fria cair sobre seu rosto, ele não sabia o que acontecia e afastou a toalha que cobria seus olhos, depois começou a escutar sotaques e tons de voz conhecidos. Estava vestido com roupas que não recordava a procedência e a cama que estava deitado era desconfortável, sentia que tinha caído em cima de uma pedra gélida, o lençol que foi jogado sobre seu corpo aparentemente servia apenas como decoração, contrariado com a situação instigou a si mesmo do porque estar recebendo tantas atenções.

O ambiente continuava úmido e conseguia escutar a chuva escoando por entre as telhas, cenário incomum para aquele reino, o quarto impregnado pelo aroma de vela o enjoava e a leve sensação de imobilidade deixava Laito com certa hostilidade, gostaria de não pensar que havia sido preso por alguém.

– Vocês devem ir embora, nesse momento. – Ordenou o guarda e passos o seguiram para dentro do quarto.

– Ele...

– Vossa majestade deseja vê-lo. – O lobo grunhiu e tentou empurrar Ayato. – E nós não permitimos que ela entre no mesmo lugar que vocês, principalmente sem o consentimento do nosso rei.

O Sakamaki quase revidou e Aiko acabou o impedindo, passando entre os dois sem interferências, ela sentia a energia da noite circular por todo seus sentidos e poderia romper a contenção dos poderes, se não achasse sangue. Algumas raposas rosnaram para os guardas seguindo o instinto de alerta para se afastarem do caminho. Aiko esperava que seus primos fizessem o mesmo, uma vez que admitissem que estavam a segundos de corromper o que os prendia. Perante a luminosidade de um relâmpago, a imagem dos vampiros foi distorcida aos olhos dos guardas, ainda era lua cheia e a verdadeira face de cada um se destacava, monstros noturnos e sanguinários que possuíam orbes oculares vazios demais para empatizar com prepotências de inferiores, foram apenas segundos felizmente, porém as figuras macabras no consciente dos lobos permaneceu.

– Já estamos saindo. – Subaru bateu no ombro de Ayato e desfez o silêncio deixado.

Na perspectiva dos guardas; os pés de Aiko não tocavam o chão, não existia som de seus passos, e realmente o piso estava repleto de espelhos e cada traço do rosto dela era refletido, a luz do corredor a deixava se misturar, uma hipnotizante escuridão marcada ainda mais naquela presença, quando Ayato e Subaru a seguiram a sonoridade do caminhar voltou, e as lamparinas tremulavam como se o ambiente ao redor dos lobos estivesse fosco e instável, mas a transparência do alrededor acabou sendo manchada na presença dos irmãos.

Kanato acabou sendo o único que não seguiu por aquele caminho, tirando proveito do fascínio mórbido dos guardas, pegou Yui pelas mãos e a levou para outro corredor, pedindo para que ficasse em silêncio.

Descendo os degraus íngremes de um calabouço, o ar frio noturno e contato com limo enojaram o Sakamaki.

– O que pensa que veio fazer aqui?– Kanato soltou a mão de Yui e tapeou os próprios ombros para tirar as teias de aranha.

Yui com o que restou de sua arrojada aparência, vacilou em suas próprias palavras.

– Eu conheci o Lorde Burai. – Ela resolveu dizer.

– Ah! Que bom para você.– Kanato demonstrou teatralidade, não era nenhuma surpresa e nem motivo para uma, Yui ter se encontrado com Burai. – Queria estar assistindo... Era só isso? Se é o caso, melhor voltar para o seu quarto e não nos procurar mais até aquele fundador solicitar.

Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora