Minutos banidos: 09 ...

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De uma forma franca, o cômodo acolhedor foi profanado pelo odor de ferro e a mancha rubra dos olhos genuínos se esvaiu. A atenção intimidadora dos seres que repudiavam a prevalência da inocência e a veneração incondicional de um ser humano com seu divino deus, destacava a desestima com cada pequena reza de Komori, antes de ingerir cada gota daquele viscoso sangue.

Tendo em silêncio seu próprio preconceito, Aiko admitia que o crucifixo era um estilo de jóia que combinava mais com Eva, poderia ser apenas um ilusão de ótica, mas poderia se notar brevemente que a pedra reluzia um vermelho escarlate natural, como se quisesse se sobressair, era uma atração à parte ver o deslumbre daquela joia, diante das ditadas demonstrações de fé de Komori, que a estava distraído. As inquietudes de Shimizu a induzia a lascar os últimos vestígios de esmalte de suas unhas, ninguém percebia que translucidamente no olhar esverdeado sereno dela, se continha um anseio para que fosse convidado para cenar sua sede e cobiça por sangue. Naquele estado, as palavras fugiam de seus lábios, era uma situação constrangedora, que se fosse inexperiente como Eva era, também teria força suficiente para derrubar um familiar.

Umedecer os lábios, ajeitar a postura e procurar olhar para outro lugar, não parecia que iria adiantar, que iria mudar aquele olhar.

– Você poderia vir até aqui.– Chamou Reiji sendo imparcial com a situação da prima.

Sem pensar Aiko levantou-se e foi até ele, não imaginando que lhe seria servido sangue a perplexidade ficou evidente, quando entre suas mãos um dos pequenos compartimentos revestidos de madeira iria ser seu. Uma breve reverência e nada de troca de olhares, Shimizu foi breve, cenar sua falta de sangue de "três dias" era o que importava.

Extasiante e embreagavel, mesmo que não tivesse contexto algum com seus deveres, Aiko pensaria no momento, que aquilo era uma espécie de recompensa por ter impedido que Komori quase fosse morta por um lobo e ter contido Odessa de levar Laito. Egocentricamente.

– Eu consegui.– Suspirou Eva recebendo a atenção de todos.– Er... Obrigada.

Ela não se sentiu nenhum pouco bem com a maneira que eles haviam reagido a um simples agradecimento, parecia que estava realmente diante de feras que poderiam traiçoeiramente invadir seu sono assim como aquela mulher desconhecida.

– Isso não é algo que esse agradece.– Grunhiu Reiji recolhendo seus utensílios sobre a bandeja de prata.– Creio que isso deveria ter sido avisado, não é mesmo?

Aiko que recobrava os sentidos do recém momento de deslumbre, relutava em concordar com o primo.

– Eu não tinha ideia que esta poderia ser a razão dos descontroles de Komori-san. – Defendeu-se Shimizu ao devolver o recipiente de sangue nas mãos de Reiji.– O quadro de delírio e os olhos avermelhados são muito comuns em pessoas com ela, Reiji-san entende melhor que eu, situações como estas...

– E o que elas prejudicam.– Completou Reiji visivelmente incomodado. – Não há necessidade de alguém como você me lembrar.

Shimizu entortou os lábios, desprezando como o primo argumentou sobre sua visível falha

– Apenas não compreendo se era decisão dela ou havia alguma interferência de vocês.– Aiko despretensiosa fitou Sakamaki laito e voltou a brincar com os próprios dedos.– Isto se torna do meu interesse.– Iniciou ela percebendo que seus primos iriam censurá-la.– A partir do momento em que Komori-san começa a apresentar mais riscos sobre minha orientação.

Reiji no mesmo instante que notou o interesse que aquelas palavras eram direcionadas a Laito, se excedeu em dar atenção presumindo o pior.

– Laito, você não tinha o direito...– Quase uma pilha de nervos Reiji agarrou as alças da bandeja com severidade.

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