Mesmo na confusão de sua súbita derrota, de sua nebulosa morte na linha premeditada de uma visível inexistência, ser uma intérprete da coragem em seu momento de amnésia, gritava para que revida-se. No agora não haveria intromissões, não tinha defensorias, apenas o resultado de um desacerto de duas pessoas tiranas, que precipitadas declaram Aiko e Mina como inimigas.
Como se a resposta para fugir de sua desvantagem estivesse em seu receio, ela engatilhou sua arma e atirou, surpreendendo-se quando o cilindro não portava mais nenhuma munição. Apenas com um piscar de olhos do único orbe ocular de Shin, Aiko aproveitou de sua posição submissa e proferiu um embate da ponta de seus saltos com os joelhos de seu adversário o fazendo recuar para trás e ela abruptamente levantar-se. Proferindo maldições pela vaga noção de não saber onde estava e que se refugiar entre as sombras era seu último apelo, Aiko esgueirava-se por entre o interiores daquela floresta levando sua descrença pessimista sobre o desaparecimento de Miazaki, dentre aqueles breus ela pensava que a encontraria como antes.
Se ela não tivesse alimentado medos sobre como escapar de Shin, e o confortado diretamente, julgaria a aparição repentina da maleta que agora ajeitava sobre seus ombros. Não compreendia porque Kino ainda estava sendo um espectador através de seus familiares, dar a ela uma vantagem sobre os fundadores foi uma marcante prova que ele estava ao lado dela, mas sua perspetiva distante dava a entender que poderia ser uma punição.
– Você não entendeu, Shin! – Alertou Aiko, como um apelo, mas ela sabia que Rei poderia estar escutando.
Ela dava passos para a segurança de um abstruso local de raízes fora da terra, Aiko estava cercada e a única opção que tinha era invocar os espelhos mais uma vez.
– Não sou um idiota.– Grunhiu ele ao pisotear as ramificações não muito distantes de onde Aiko se abrigava.– Primeiro vocês não quiseram nos ouvir e agora você me rouba. Onde exatamente eu não entendi, sua vach…
Os pasos de Shin vacilaram quando ele tropeçou dentre os galhos, vagarosamente Aiko certificou que ele havia mesmo mordido a própria língua antes de completar o insulto. Aos poucos ela sentia que tinha caído em um confronto desnecessário, que conseguir a localização de onde estavam para dar vez a fuga, era sua única e viável opção.
Como se ela não precisasse mais se esconder, fragmentadas recordações a induziram a perceber o erro que havia cometido ao falar sem pensar, Aiko se afastou do emaranhado de raízes.
– Eu não tinha a intenção de ir contra você e Carla-san.
–"Não tinha intensão?" – Debochou Shin.– Não consigo pensar o que iria fazer se você tivesse.– Riu ele enquanto observava a peculiar reaproximação de Aiko.– É compreensível que tenha se precipitado ao confiar primeiro em mim antes de Mina… Mas afinal, qual lado você está?
Engolido em seco, Aiko pensava que aquela pergunta era de longe a que assombraria por várias noites, não havia resposta alguma que a ocorresse. Ela não estava fingindo não saber e não estava omitindo, buscava na pessoa a frente dela alguma resposta, mas não tinha vontade alguma de se ajoelhar e pedir perdão a Shin, estava explícito que ela não confiava em Mina e que nem em seus primos, Aiko com seu silêncio deixava claro que estaria independente de suas ações pela primeira vez.
– Você é muito idoita, Aiko…
– O ridículo nessa situação pode ser você, Shin..– Retrucou ela.– Posso não querer estar ao lado de alguém durante esse caos de rebeliões, mas não pretendo atrapalhar pessoas como Carla-san…
– Vamos embora Aiko.– Ordenou Mina com morbidade, indiferente ela passou entre os dois a empurrões.
As nuvens de sangue vagarosas que a cercavam, fizeram Shin ser dominado pela apreensividade, ele pensava o pior a respeito de seu irmão e questionava aos gritos seu paradeiro. Ignorado por Mina, ele abandonou sua forma humana e não hesitou, selvagemente foi em busca de seu irmão.
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Reconhecendo que sua sina era ficar presa em um ambiente desconfortável, Aiko tentava manter a calma perante a vontade de se justificar, queria deixar explícito que não estava contra a prima e que estava aliviada por revê-la, mas nada em seus pensamentos tinha pretensão de ser proferido.
– Não contei antes, porque era o Laito e Miazaki-san iria alterar o plano como está fazendo.
–Você não faz mais parte disso.– Cortou Mina, voltado-se com raiva para sua questionadora.– Karlheinz provavelmente iria o exilar e fingir a insistência dele pelo resto da eternidade.– Possessa ela fala com as mãos, serrando os punhos muitas vezes.
Aiko recuou, nunca havia visto a prima daquela forma, que seus esbravejos pareciam caricatos.
– Eu escolhi não contar porque… – Afogando as próprias palavras, ela evitou se prolongar em desculpas. – Laito não tem condições de ser um rei.
– Aiko!– Exclamou Mina com olhar rubro de ira.– Qual é o seu problema com ele?
– Não o suporto, Miazaki-san!– Aiko jogou a maleta com violência no chão.– Se contei aos Tsukiname primeiramente sobre ele, era porque esperava uma ação racional da parte deles e de Kino. – Tropeçando nas palavras ela tentava deliberadamente sair do meio daquelas nuvens.– E eu me enganei sobre seus objetivos, acreditava que seriam discretos.
– O que pensa que vai fazer agora?
– Pretendo devolver esta mala para Shuu-san.–Respondeu Aiko, pegando o objeto do chão e o colocando sobre um dos ombros. – O que ele fará com essas informações sobre os ressuscitados da igreja, não é do meu interesse, ao contrário do plano de Beatrix…
– E se ela morrer por causa da perda da aliança com os Tsukiname?
Aiko sustentou o olhar de Mina, elevando seu questionamento do raciocínio precipitado.
– Miazaki-san está sendo cética…
– Não estou Aiko.– Retrucou Mina entredentes.– Você compreende que Beatrix não tem nem a metade da proteção que Richter desdenhava e aturar as baboseiras de “união” de Carla era uma das condições que ele a protegesse nessa rebelião.
– Beatrix-san encontrará um jeito.– Aiko se recompôs, buscando acalmar as próprias exaltações.
Mina recuou seus argumentos, os guardou para si mesma, a falta de compreensão sobre a proporção do caos que Aiko causou estava sendo visivelmente não reconhecida.
– Não concordo com o que diz.– Reformulou ela seriamente. – Mas percebo que você não tem ideia que os Tsukiname vão lhe matar e os Sakamaki conseguiram romper com as revelações que tinham ao seu respeito…– Suspirou Mina, sentindo a abstinência do cigarro lhe afligir.– Para eles nós nos reconciliamos e para os meus irmãos, você apenas errou os “cálculos” e os Tsukiname foram mais inteligentes, entende?
Aiko assentiu sem pensar, era a quarta vez naquela noite que sentia a mórbida sensação de morte iminente descer por sua garganta como uma adaga afiada, suas cordas vocais eram cortadas pela sensação de impotência e reconhecimento dos problemas.
– Eu não tinha como saber.– Iniciou ela a encenação e pela primeira vez conseguiu ter permissão para sair do nublado lugar. – Sinto muito Miazaki-san, eu não entendo o que poderia ter acontecido…–Aiko ponderava atenção de Laito parado na porta com a de Mina a centímetros atrás dela.
– Qual o motivo dessa vitimização? – Ironizou ele achando graça da aflição da prima.
Aiko o olhou da cabeça aos pés antes de pedir licença para entrar, irredutível ela alegou entre murmúrios que iria até Shuu entregar o que ele havia pedido.
– Laito, nós precisamos conversar realmente e me desculpe por não ter feito isso antes…– Tristemente Mina transbordava o pesar dos corridos em cada palavra, acabando por assustar o irmão.– Você é adão. – Ela afagou o ombro de Laito e tentou sorrir amigavelmente para que ele não fosse aflingido por ideias negativas.
"Por um segundo de um riso anasalado de descrença, à uma alteração em seus batimentos cardiacos. Mina se assustou e o socorreu quando o viu camblar para trás... Tudo estava em um caminho desconhecido e não havia lealdade."
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Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)
FanfictionEm meados de 2012, a jovem Komori Yui, namorada do prodígio poeta Mukami Ruki, se hospedeou na mansão dos herdeiros do governate da elite vampira. O que pouco tempo depois, acabou marcando o retorno das duas últimas mulheres que possuiam vinculo san...