Sonolenta e embromando levantar-se da cama, Aiko se encontrava abalada por uma dor de cabeça no meio da escuridão de seu quarto de hotel. O acolchoado confortável a prendia, aconchegou-se e a atentava a procrastinar mais naquela escuridão, parecia não dormir há séculos que nem se dava ao luxo de pensar em suas obrigações, mesmo com sua cabeça doendo de dor.
Com dificuldade ela abriu os olhos, massageou suas têmporas e tentou pôr se de pé. Ela ficou arrepiada da cabeça aos pés quando o abrupto frio da manhã invadiu seu quarto. A rigorosa sensação faz ela resmungar e buscar um dos cobertores para se aquecer.
A janela de vista acinzentada se dissolvia aos poucos com a presença sutil e irradiante do sol, era cedo da manhã segundo a constatação de Aiko. Tinha muitas chances dela apenas sair para buscar um chá na cafeteria e dar um rápido passeio pelas proximidades, antes de devolver a moto na locadora, mas ainda estava insegura, pois relembrava da desconfortável sensação noite passada, parecia que a situação do jantar estava a sufocando, era apenas uma impressão, mas todo aquele diálogo parecia ter inúmeras estranhezas, que fazia ter um certo receio. Algo a prendia naquela sensação, a lembrança angustiante de ter suas mãos vinculadas ao medo de sua falecida amiga, a amedrontava, observava os auditores e pensando que a cidade de Yokohama tinha a face dela exposta para alguns lados durante os anos da fama.
– Hana descartou tão rapidamente sua glória... – Recordou Aiko com nostálgia.
Seu celular vibrou em cima da mesinha de luz e de repente foi arremessado no chão. Ficou atônita, o quarto ainda estava escurecido e o ser havia se escondido. Incerta se poderia ser um dos espelhos,puxou a cortina para os lados a procura de iluminar o quarto, um ato impensado, pois agora era ela que não enxergava muito. O ser se esgueirou para trás da cômoda de madeira e Aiko foi derrubada de joelhos sobre o carpete, não tinha nenhum senso de espaço e necessitava com urgência ir ao encontro do som de seu telefone, que por um milagre ainda estava funcionando, com dificuldade ela se arrastava. Atendendo a ligação, a inquieta esbravejou em seus pensamentos quando notou que se tratava de um de seus primos, ela rapidamente pôs seus óculos para diminuir sua fotofobia, procurando analisar onde seu audacioso "inimigo" havia se escondido, logo subindo para cima da bagunça de seus cobertores, notando que o ser tinha desaparecido novamente. Mas de repente Aiko conteve um grito de espanto, quando o espelho identificou a voz do outro lado da linha, o ser enfraquecido se enfureceu, sua face indescritível retorceu os lábios e seu corpo ganhou proporções monstruosas, ele distorceu a luminosidade do quarto e mergulhou tudo em um breu.
– Kanato, poderia falar com Miazaki?...– Questionou ela, descendo com cautela do que antes era sua cama. – E obrigada pelo convite... Até logo...
Ela nem estava mais com frio, tentar conter aquele ser acelerava seus batimentos cardíacos, entre seu nervosismo percebeu que o espelho estava mais enfurecido, sentiu-se traído por ela.
– Eu nem conheço você...– Admitiu Aiko para o ser, querendo evitar uma segunda onda de raiva.
Encantar eles era apenas um mito, muito bem inventado.Seus tornozelos foram presos ao chão que parecia borbulhar de tão aquecido. Ela não tinha ideia de como "arrancaria" os olhos daquele ser, perturbada pela aquela face Aiko se descontrolou, avançou sobre ele e foi envolvida pela escuridão, ela já não tinha a menor ideia do que dirá depois, se encontrava em desvantagem seus pulsos estavam sendo agarrados pelo que antes era o fio do abajur, ela se debatia e tentava se reerguer, mas nada acontecia.
– Se você tem um problema com ele, resolva ou vá perturbar ele! – Esbravejou ela para o ser.
A face cadavérica, que antes abrigava a face de uma bela jovem, ficou frente a frente ao rosto de Aiko, o espelho se entristeceu e ficou esperançoso por uma ajuda da vampira a sua frente, mas nada aconteceu, seus olhos já haviam sido arrancados, estavam em algum lugar dentre as unhas finas da pessoa símbolo de sua idolatração.Ela não tinha outra alternativa, parecia não ter, a não ser cometer um ato daqueles de uma maneira presunçosa a exposição solar da manhã.
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Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)
FanfictionEm meados de 2012, a jovem Komori Yui, namorada do prodígio poeta Mukami Ruki, se hospedeou na mansão dos herdeiros do governate da elite vampira. O que pouco tempo depois, acabou marcando o retorno das duas últimas mulheres que possuiam vinculo san...