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"Uma batalha, perceberam que pularam na sela" a embriaguez entoava no cais, "o tempo doce induz as nuvens e novos Áries, a constelação do signo ante oposto". A companhia das ruas onde o comércio a recém reabrira, se escutava o sentido único de humanidade que era se deixar ser uma passageira, a neblina não interferia e os veículos de quatro rodas seguiam afastados.



Seu antepassado tinha poucas habilidades e nada de portabilidade para dirigir carros, que o achado extravagante ainda existia devido a muitos concertos. Herdado da outra parte da família havia rumores de ser dívida de casamento e Aiko concordava com aquela teoria.Os Shimizu estavam na cidade, mas a maioria eram pescadores e ambientados ao fiordes, por sua sorte encontraria com apenas as pessoas que não a deixavam envergonhada e se chegasse na banca do calçadão veria com certeza, uma unica conhecida que vendia sorvete no inverno.



Mesmo desaprovando que tivesse sido censurada por querer dirigir, Aiko permaneceu em silêncio, devido aos válidos argumentos que foram contra a petulante vontade de guiar algo sem carteira de habilitação. Para ela, a sensação morna de estar sendo levada incomodava, principalmente por ser uma das poucas coisas que conseguia fazer com facilidade. Há anos atrás onde ainda viaja para Odda, recordava de Kino e sua forma de intimidar, ele ouvia muito dos moradores da época e dizia em grosserias palavras a respeito da naturalidade dela para dirigir devia-se ao pouco resquício de vergonha que carregava pelos erros de Richter. Eles não se gostavam à primeira vista, por isso em seu primeiro encontro houve preconceitos evidentes.


–Pensa demais em alguém. – Repreendeu o familiar que estava a sua frente. – Devia parar um pouco ou quer ser encontrada por ele?


Aiko cerrou o cenho e sem pensar duas vezes colocou as mãos sobre as do familiar e com a força que reuniu, freou a moto em movimento e virou o guidão para direita, a cb 400 possuía um ronco forte para algo de sua época e com o abrupto movimento fez as rodas ruírem o silêncio. Graças a falta de velocidade o corpo físico não foi ao encontro do chão. A resposta para o questionamento podia ser simples, mas a forma como foi proferida acabou concedendo o desejo de Shimizu, o familiar desdenhoso realmente a abandonou no instante que os comerciantes do calçadão a repreenderam com olhares.



Descendo de que a trazia, poucos passos para frente em direção a banca, evitando o constrangimento, ela foi até o que procurava estava a ser recém produzido.


e sua progenitora estava ali.


Sua semelhança era apenas na estatura, porque a pessoa próxima tinha cabelos castanhos tingidos presos a um coque de simples adornos, o vestido de lã marrom simplório e um cachecol, aquela conhecida que possuía apreço por evitar conversas longas e desaparecer. Aiko a chama de Edda, embora soubesse que esse não era seu nome de verdade, Richter escrevia poemas de cunho injustiçado e mórbidos, que nunca o trouxeram reconhecimento, vez ou outra traços românticos e no final deles pincelava a palavra edda¹, acreditando que o auto elogio poderia amenizar um fracasso. Sua progenitora se mostrou egocêntrica ao ponto de se vangloriar em certos encontros e diante disso surgiu o apelido.


Yumeriko av Sakamaki?– Questionou a senhora colocando algumas mechas de seus cabelos para trás.


Aiko assentiu e sorriu em simpatia, a observou descer do banco depois de ligar a máquina de sorvete.


Receosa sem saber muito o que proferir, a mãe de Aiko pôs as mãos nos bolsos e limpou a garganta. Nos detalhes se percebia que as duas tinham quase uma mania em comum, o ato de esconder as mãos vinha da dúvida que estavam enfrentando.


–Vou colocar uma mesa.– Anunciou rapidamente entrando para a loja, voltando tão rápido quando a vontade cortês de Aiko ao se sentar embaixo da lona branca.– Você chegou faz umas horinhas, certo?– Edda colocou duas cadeiras.


Novamente um aceno de concordância.


–Está na fazenda?... Você não prefere ir para o fiorde?


Aiko olhou para a mãe e reconheceu um temor, quando Edda colocou as mãos enluvadas sobre a mesa Aiko teve a confirmação que ela tinha sido alertada por alguém. Entre as duas emergiu o desconforto, Aiko não desejava escrever e como um milagre Edda queria falar mais do que o básico francês dela permitia.


Um estalo.

Vindo da máquina.

O sorvete estava pronto.


–Yumeriko...– Edda se levantou e com apenas um sentido pegar um copo plástico no balcão, Aiko não estava normal. – Pêche et fraise.


O aroma doce e a infância pairava ao seu redor, os lindos dez anos voltaram e quem fazia aquela sobremesa ainda não havia sido morto pelo Endzent. O esperado de voltar para Noruega mais uma vez apareceu.


–Para você.


Aiko voltou à realidade e viu que diante de si estava o conjunto gélido de leite e frutas. Pegou uma colher de plástico e se dedicou a desmanchar o recém feito, suas bochechas ficaram rubras como se tivesse viva.


–Yumeriko é muito sorridente.– Elogiou Edda ao pegar uma vassoura para tirar a sujeira de pó do sobre piso da banca, ação essa que achou para disfarçar a estranha aurea entre elas.– Um poeta do Japão mandou uma carta pra você ontem.


–Sabia que eu viria?– As palavras voltaram e Aiko pois as mãos na boca.– O que pois nesse sorvete, Edda? – Começou a mastigar o que logo dissolvia.


A peculiar maneira que Edda cerrou o cenho acabou trazendo balbucia de uma resposta, mas nada condizia.


– Acho que o de sempre, meu pai que fazia...– Ela se aproximou de novo de Aiko e começou a notar o que ela escondia entre as mangas da blusa.– Espera... Você estava lutando?


–Com tantas perguntas, está ficando semelhante a Richter.– Alertou Aiko pegando mais um pouco de sorvete, não sabia o que tinha dentro, mas estava a ajudando e o importante era isso.– Os Shimizu não gostam do meu trabalho...E isso, foi o trabalho.–Descobriu as mãos sem desviar a atenção, precisava desviar do assunto principal.– No caminho acho que me encontrei com a mulher que me avisou para manter longe de Isao.


Edda se sentou novamente perto da filha.


– Hêrmonia Miazaki.– Sussurrou antes de retornar a Aiko.– E os Shimizu não desaprovam seu trabalho e sim o que ele representa. Com o seu nascimento foi a mesma coisa.


–Eu sei, eu sou a ruína dos Shimizu e de Jure Grando².– Bufou ela ao alegar o óbvio,Jure, seu senhor não estava mais trabalhado naquela banca por sua causa.– Os espelhos tinham alertado vocês dois que quando eu nascesse, iriam ruir, mesmo assim se arruinaram e arruinaram a mim também.


–E depois Richter me avisou que Cordelia voltaria e que seria melhor levar você para o Japão.


Edda encostou-se na cadeira como se tivesse a relembrar as coisas do passado e tentando entender como Aiko conseguia falar do assunto com calma. Reconhecia que pensavam igual, se ela nunca tivesse concedido, Aiko não encontraria a cidade Yokohama e coisas poderiam ser evitadas, mas o período escuro acabou sufocando o pouco de parceria que tinha com ex-marido e o apenas restou desgosto, que às vezes a fazia odiar conversar com a filha.


– Mas a culpa de metade da minha família ter morrido foi de Reiji Sakamaki.– Edda tentou aliviar o tenso ambiente, culpando a quem sempre culpava diante de Aiko.– Harmonia é quase como Vlad e não quer que a linhagem dos Sakamaki continue, e a pobre criança não merece saber do perigo que corre.


– Entendo.


Aiko mentiu, não compreendia, Edda tinha empatia por uma criança que não era dela e a queria longe daquilo que a prejudicasse. Por um tempo onde ainda não a conhecia ignorava as cartas que recebia da mãe e desdenhava a forma insistente que sempre apreciam após a morte de Hana, não era apenas um trabalho se assemelhava a uma súplica, tanto que na época não cobrou e apenas deu aos espelhos autocontrole de seus poderes na mansão, mas não pensou que teria que voltar para o lugar algum dia e que sua perceptiva sobre eles iria mudar. Em poucos dias estaria revendo um acordo.



Quando sua felicidade acabou dentro do pequeno copo, Aiko levantou o rosto e olhou discretamente ao seu redor como se seus sentidos estivessem colorido o ambiente.


–Edda.– Chamou ela, tendo a atenção estável da mãe no mesmo momento.– Que poeta sabia que eu viria até você?– Aiko inclinou-se para frente novamente escondendo as mãos com as mangas da camiseta.


– Um rapaz chamado Ruki Mukami. – Respondeu ao recolher o sujo copo da mesa.–Adianto que o poema foi mal feito e embalado.– Criticou ela com um riso nasal.– E se chama Camouflage³


– Você leu algo endereçado para mim?


–Um fantasma que me trouxe.– Respondeu rapidamente assim destacando a ideia que foi lhe dito o conteúdo das palavras.– Se diz sua amiga e segundo ela foi deixado dentro de lírios amarelos para alguém da sua família.– Enfatizou Edda.


Por segundos Aiko pensou que Hana tinha tirado as flores de um túmulo, mas não teria muito que esperar para obter a resposta, que logo pediu o papel e deu suas últimas moedas de yenes para Edda. Se houvesse palpitação comum sentiria dor, quando deu um último olhar para a mãe naquele momento, foi a primeira vez que conversaram normalmente e talvez pudesse ser assim das outras vezes.


A folha em suas mãos estava amarrotada e cheirava a vinho, o que alegava que não tinha cido Edda que havia escrito e tinha kanjis que ela própria teria que pesquisar por não entender o significado. Porém com o passar dos olhos podia adivinhar que se tratava de algo mais pessoal que imaginava. O estranho era o sentido de querer entender-la parecia que não a prejudicaria se soubesse, uma natureza desconhecida tanto quanto a forma que Ruki apresentou-se para ela, além de ser instável em relação ao sentimentos de Eva.


Notas Finais
Edda¹: Significa prosa foi escrita em nórdico antigo pelo poeta islandês Snorri Sturluson em 1220.

Jure grando²:O vampiro da Croácia, Grando foi enterrado no cemitério local com as bênçãos do padre de Kringa, um homem chamado Giorgio. Só que, pouco tempo depois, começaram a surgir relatos de que o defunto saía de sua tumba pelas noites e perambulava pelo vilarejo. Ao decorrer ele retornará a ser citado e a sua ligação com Aiko será mais evidente além de se ser apenas uma vítima.

Camouflage³: música de Shuu e Laito publicada pela rejet, no próximo capítulo o poema será visto pela Aiko e terá algumas alterações para condizer com o universo.

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