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No quarto de paredes cinzas, que ainda era iluminado apenas pelas chamas amareladas das velas, as goteiras se isentavam a medida que a tempestade se cessava, tornando o cômodo mais sereno e menos úmido aos poucos que as horas se passavam. Aquela inquieta e mal acomodada residente, já se encontrava muito nervosa, seus cobertores a atrapalhavam e a sua falta de sono a atormentava, que nem o mais profundo silêncio daquele cômodo a acalmava.



Fechando os olhos por alguns minutos ela pensava conseguir se acalmar, virando-se para o outro lado da cama acreditava estar mais confortável e empurrando os cobertores para longe ela procurava não transpirar, Aiko então percebeu que seus primos ainda ponderavam em decidirem ou não apresentá-las para a noiva misteriosa naquela madrugada, já haviam se passado quinze minutos do horário marcado e nenhum dos empregados havia a convocado como o previsto.

Levantou-se de sua cama, notando que não iria mais conseguir ter seus minutos de descanso, remexeu em sua bolsa e procurou por uma caixinha de balas cítricas para suavizar a fome que sentia, o jantar não tinha sido satisfatório e aquela açucarada bala era muito mais agradável que um bife mal passado acompanhado de um arroz cozido com passas e pequenos pedaços de legumes.

Em relação a possibilidade de estar minutos quase conhecendo Eva, Aiko estava mais calma, as situações que haviam se apresentado tinham desqualificado um pouco o anseio de dar o primeiro passo no plano como prioridade. Tentava ter pensamentos racionais, evitando qualquer exagero, mas estar cuidando de um familiar era um de seus receios, ela não esperava ter sido encarregada de algo questionável como aquilo, parecia que seu primo havia lhe entregado uma arma sem trava e que estava sendo apontada para ele a espera que ela puxasse o gatilho, estava sendo preocupante ter aquele animal dormindo pacificamente pendurado dentro de seu guarda-roupas, sabia que ele a estava vigiando e agourando devido seus sucessivos pensamentos inseguros.


– Rei. – Chamou Aiko não querendo mais se encontrar temendo a ele. – Seu mestre o chama assim, certo?– Insistiu ela.

O olhar rubro cintilou e rapidamente ficou fosco devido a luminosidade, o ser havia acordado e com uma expressão arrisca a reconheceu, estendeu seu defromado braço para Aiko, suas garras finas e também atrofiadas eram uma prévia da forma distorcida que ele havia escolhido aparecer para a prima de seu mestre.

– O que deseja Viscondessa Shimizu?– Questionou com formalidade a voz austera.

– Saia do meu guarda-roupas.– Respondeu inusitadamente ao segurar o antebraço do ser fazendo com que a névoa densa percorre se por si até seu ombro.– Você tem permissão para me dizer o que o atacou?

O familiar negou após se acomodar na forma de morcego.

– Só tem permissão para não descansar no meu ombro. – Suspirou Aiko ao abotoar sua camiseta.

Se preparando para ir até a sala, ela colocou um corset de crochê sob a camiseta, um blazer que havia encontrado em bom estado dentro do gaveteiro e tirou o pó de uma antiga calça jeans, que por um acaso ainda servia em si. Ela queria estar mais apresentável, acreditava dar uma boa primeira impressão para a jovem desconhecida.

– Senhorita Aiko? Está acordada?– Perguntou o mordomo ao proferir duas batidas na porta do quarto.– O jovem mestre Shuu, deseja sua presença na sala principal.

Aiko calçou os sapatos rapidamente e foi logo até o mordomo, que permanecia à espera dela. Sem nenhum tipo de demora ela foi acompanhada até a sala, praticamente ao encalço dos passos apressados do serviçal.

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A sala principal, aquecida pela queima da lenha de eucalipto, aromatiza o ambiente com odor doce e amadeirado. No primeiro momento em que aquela fragrância calmante rodeou a afobação a qual Shimizu foi trazida, os olhares de distintas julgações foram ignorados, que ela discretamente conseguiu percorrer a atenção por todos os presentes e notou que Miazaki não estava.

Distinct Origins - Diaboliks lovers (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora