Horas de Cinesia: 23:14

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Contra o tempo e sobrevoando a noite, agilmente escutava os lamúrios próximos, dentro das casas e mansões, criaturas clamavam e chiavam, comoções pequenas nas esquinas, o reino seguia sendo o reino. Delicadamente suas asas faziam o percurso do vento, razoável e minucioso que atento buscava por onde o instinto lhe indicava.




As horas eram suas inimigas, Mina estava um pouco desorientada confundido a direita das ruas com sua direita, a qual deveria seguir até avistar uma residência de arquitetura italiana, ela acabou ficando sem saída e teve que retornar por meio dos prédios. O olhar avermelhado pairou rapidamente procurando a segunda direção e seu corpo foi impulsionado para os céus sem hesitar, o pelo pequeno como uma tintura soturna á escondia nas sombras, feixes de luz não a delataram, quase invisível se assemelhando a um simples corvo diante das percepções de relance. O bater das asas e o cerrar de suas garras, tensa por pensar demais. Karlheinz pontuava sobre a existência dos únicos servos que moveriam céus e montanhas em nome dela, estes que poderiam ser descritos como aliados leais e dariam seu sangue pelas coisas que o Clã Sakamaki representava, mas Mina nunca conseguiu enxergar nenhum deles como apenas armas de combate ou torres em um jogo de xadrez, justamente pela genuína gratidão que tinham por seu pai, porém no instante que os nervos estavam à flor da pele ela se designaria uma Sakamaki novamente e restabeleceria com os Mukami, dessa vez como líder e não como família, tomando o posto que Karl exercia e iria distanciar qualquer lembrança do passado.


A casa de dois pisos da cor verde em uma esquina, os lampiões a gás da calçada e o aroma de frutos silvestres rodeavam o ambiente comercial, Mina passou pelos vidros da janela e sua sombra foi marcada na parede do primeiro quarto, assim um dos moradores mostrou-se em alerta e desceu até o hall. Mina não sairia daquela forma até o segundo que a porta principal estivesse aberta, estava correndo riscos se mostrasse seu rosto naquele lugar, sabia que haviam parado para discutir sobre deixar ela entrar ou não, a maneira como a tornozeleira que usava neutalizava seus poderes começava aos drenar também, em breve objeto poderia colapsar e explodir, o lampejo de força de Karlheinz por uma estranha razão, estava por todo seu corpo e junto com a energia que transbordava dela, não demoraria para aquela bomba relógio anunciar que tinha conseguido fugir.


Sentindo um arrepio que ouriçou sua pelagem, a figura animal não a abandonou apesar da dificuldade de permanecer. Em um piscar cansado de olhos, apresentou-se ao lado outro morcego, ele trissou em fúria e tentou derrubá-la do galho, insistiu e ambos caíram contra a calçada, Mina se defendia o tanto que conseguia e interpretava a disputa como uma tentativa de impedir que falasse com os Mukami.


Sendo jogada contra a parede, seus olhos fecharam-se, por instantes permaneceu em silêncio e sentindo que seu opositor baixou a guarda preocupado com seu estado.

– Você... – Hesitou Subaru estendendo a mão para a irmã.– Por que está aqui?


O traje completamente escuro e as botas sujas de terra, Mina não era a única que emanava a energia de Karlheinz e isso respondia o questionamento de ambos.


– Subaru.– Ela sibilou ao receber o contato com a laise de seu vestido.– Não tinha me reconhecido?


O Sakamaki abaixou o olhar e negou, por descuido apenas seguiu o instinto de derrubar o desconhecido e não pensou duas vezes em enfrentá-lo, orgulhoso evitava se desculpar. A razão para Subaru estar naquele lugar era a mesma de Mina, mas ele possuía uma alternativa para cenar com o ciclo repetitivo de impor aquele clã sempre permanecer dependente deles, os esperando para serem comandados ou liderados, queria pôr um fim e propor a "liberdade", a cega devoção que tinham por Karlheinz, seu pai não estava mais como monarca e tudo que restava era a herança de seus poderes.

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