Capítulo 20 | Finalmente Clã

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P.o.v Isabelle Cameron:
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— Você tem mesmo certeza que não tá pretendendo me matar? – Sondo novamente.

Logan no momento está em uma estrada de terra no meio do mato.
Devo me preocupar?

Fora que o infeliz dirige que nem um louco, eu tô vendo a hora de batermos em uma árvore qualquer.

— Porraaa… você é chata pra caralho, em… – Ele resmunga arrastado.

— É você que está me sequestrando – Refuto óbvia.

Logan finalmente estaciona o carro, olho para frente pra ver onde paramos e fico admirada com a visão que tenho.
Na nossa frente não tem árvores, apenas um campo vazio, estamos na parte mais alta da cidade, dá pra ver perfeitamente a lua e o céu estrelado.

— Como você achou esse…

— Foi por acaso, em uma briga com o… enfim, venho aqui às vezes quando preciso ficar sozinho e pensar. – Ele me interrompe.
Olho pra ele e dou uma risada boba, voltando a olhar pro céu novamente.

— É incrível – Comento.
Ainda anestesiada com a paisagem.

— Sabia que você ia gostar. Vem. – Ele sai do carro.
Saio também, e Logan senta no capô do carro.

De fora do carro a visão fica ainda mais bonita, olho ao redor apreciando os mínimos detalhes.

— Se você amassar ou arranhar meu carro eu mato você. – Ele me repreende antes mesmo de eu subir no capô.

Me sento ao seu lado ignorando a sua repreensão e volto a olhar pro céu.

Lugares assim, pequenos detalhes, trazem uma paz surreal, a tranquilidade que estou sentindo em simplesmente olhar para o céu estrelado é imensurável.

Estou com um sorriso bobo olhando a tudo. Quando encaro o Logan novamente ele está me fitando com um disfarçado sorriso no canto dos lábios.

— Sério que você tá tão idiota por causa do céu? – Ele indaga incrédulo e divertido.

— Sim. Eu amei o lugar. – Sorri abertamente. — Até esqueci aquele diabo na terra que estava me perseguindo. – Esqueci, mas acabei de me recordar.

— Pode ter sido coincidência. Só… não deixe se abalar. – Aconselha.
Assinto apenas, não querendo aprofundar o assunto.

— Qual a sua com o Saymon? – Questiono. Logan muda suas feições subitamente, entrando na defensiva. — Desculpa… deixa pra lá. – Fito minhas mãos em meu colo.

— Não, er… quando eu era criança o Saymon me bateu, muito… sofri um tipo de trauma em que apaguei a memória ruim… mas aos 14 anos me lembrei e… enfim, o odeio pra resumir. Fora que ele traiu minha mãe. – Ele contou e deu os ombros.
Demonstra não se importar, mas como mestra em desastres familiares sei que não funciona assim.

— Nunca gostei dele, na verdade. – Desabafei.

— Não?

— Não, ele é bem diferente da tia Anna, e nunca nem sequer parou em casa. – Dei os ombros.
Logan manejou a cabeça concordando, e ficamos em silêncio.

Deitei sobre o vidro do carro e descansei as mãos na barriga, ele também deitou e ficamos assim um tempo — mas sou conversadeira demais pra ficar calada.

— Já trouxe outras pessoas aqui? – Pergunto.

— Não. Ia estragar a magia do lugar se todo mundo soubesse. – Ele respondeu secamente.

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