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P.o.v Isabelle Cameron:
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– O que esse homem está fazendo aqui? – Perguntei pra minha mãe, provavelmente já vermelha de raiva.O Ronald estava sentado em um dos bancos do balcão com um copo de suco na mão.
– Filha… eu não… consegui impedir. – Minha mãe me olha com certo desespero no olhar.
Cerro meus punhos e sinto minha bochecha esquentar de raiva.
Ronald se levanta e faz menção de vir até mim.– Não pense nisso! – Recuo apontando o dedo pra ele. – Eu quero você fora da minha casa! – Bradei.
– Eu não vou sair daqui enquanto não conversarmos, Isabelle. E irei esperar seu irmão chegar. – Ele engrossou a voz. – Eu sou seu pai e exijo essa conversa. – Completou.
Apertei os olhos deixando as lágrimas saírem, e ri alto sem humor.– Pai? Não, Ronald. Você teve o trabalho de me fazer, mas meu pai, pai de verdade, eu não tenho nenhum! – Grito.
– Eu só estou tentando me reconciliar com vocês, minha filha. Eu, você, Isaac e Brandon podemos ser uma família. – Ele avançou mais um passo e eu recuei mais um.
– Meu Deus, que cada de pau! – Passei as mãos no rosto, tentando controlar o choro. – Eu não quero conversar com você, ter contato com você, não quero você na minha vida, não quero você como pai, não quero você aqui, me atormentando de novo, pra quando cansar da filhinha ir embora de novo! Eu te odeio, Ronald. – Vociferei com a voz trêmula.
– Filha… É melhor enfrentar isso de uma vez… – Minha mãe se aproximou com os olhos marejados.
– Não! Eu não entro nessa casa enquanto ele não estiver longe daqui! – Gesticulei.
Virei as costas para sair da cozinha, mas fui parada por Ronald que segurou meu braço.
– Eu estou arrependido pelo que fiz, Isabelle. Quero recompensar você e seu irmão. – Ele sussurra.
– Pensasse nisso antes de ir embora. – Rosnei puxando meu braço e saindo dali.
Já do lado de fora de casa, não preciso mais fingir ser forte e permito que minhas lágrimas engrossem e os soluços também.
Ver ele ali na minha frente, conversando, o toque… não sei explicar a angústia e dor que estou sentindo agora. É como se novamente ele tivesse arrancado meu coração do peito e esmagado ele.
Começo a andar em qualquer direção, sentindo dor no peito e uma bola de pelos na garganta.
A sensação ruim de estar sendo esmagada, de se sentir pequena e incapaz, de não saber o que fazer…É uma situação de merda, e eu sei que podia conversar com ele ou sei lá, mas simplesmente não dá.
Isso tudo dói muito, e eu não tenho um pingo de vontade de perdoá-lo, eu só quero que ele volte pro buraco de onde saiu.Não se abandona uma criança de 6 anos que precisa de um pai, o que ele fez foi cruel e me destruiu de várias formas.
Abraço meus braços na intenção de me trazer algum conforto, mas é em vão, a sensação ruim não passa.
Estou caminhando no automático, não sinto meu corpo e ele está trêmulo, tudo que eu sinto é uma dor psicológica insuportável.Ouço buzina e gritos chamando meu nome distantes, como se estivesse dentro da minha cabeça.
Mas aos poucos caio em mim e vejo que o som está ao meu lado.
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Eu Odeio Amar Você!
RomanceIsabelle Cameron leva a vida normal de uma adolescente de 17 anos, se preparando psicologicamente para o início das aulas depois de um ótimo verão fora do país. Ela também estava se preparando para as perturbações diárias do melhor amigo do seu irm...