Capítulo 5

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POV Sayuri

— Nós já conversamos, Hiroshi, eu não quero estragar tudo — falei quando ele entrou no meu quarto enquanto eu arrumava minha mochila.

— Eu conversei com Tobirama, fiz um acordo com ele — parei o que estava fazendo para olha-lo — Ele disse que podemos continuar nos falando, mas devemos evitar ficar muito próximos, para não dar espaço para fofocas.

— Você ta falando sério? — ele assentiu e eu me joguei em seus braços, como fazia com meu irmão sempre que eu estava feliz.

— Ei, ei, ei — ele me afastou pela cintura delicadamente e falou rindo — Qual parte de "evitar ficar muito próximos" você não entendeu?

— Palhaço — coloquei língua para ele e voltei a arrumar minha mochila.

Eu senti que Hiroshi estava incomodado, como se quisesse falar alguma coisa.

— O que foi, Hiroshi? — perguntei, me sentando ao seu lado.

— Nada, por que?

— Você está incomodando, como se estivesse querendo dizer alguma coisa.

— Nada a ver, impressão sua — sua voz saiu meio arrastada, como acontecia quando ele mentia.

— O que foi que você fez? — eu já estava ficando nervosa.

— Eu não fiz nada!

— É a última vez que eu vou perguntar pacificamente, Hiroshi — ativei meu sharingan — O que você disse ao Tobirama para convencê-lo a nos deixar manter a amizade?

— Para isso eu juro que nada, ele concordou antes de eu mostrar.

— Mostrar o que exatamente?

— Eu mostrei quem você era antes da morte de Izuna, mostrei seu bom coração, como você não sabia odiar e como era cheia de amor, mostrei como a morte de seu irmão mudou você!

— Você não tinha esse direito — gritei com ele, com os olhos cheios de lágrimas — É a minha vida e ele não tem nada a ver com isso!

— Desculpe, Sayuri, mas eu achei que seria bom para vocês dois se ele soubesse quem você é, se ele conhecesse seu coração de verdade!

— Tudo bem — respirei fundo — O que está feito, está feito. Mas espero que você nunca mais exponha minha vida, certo?

— Certo, prometo nunca mais fazer isso, eu só achei que era a coisa certa, achei mesmo!

— Agora me mostra o que você mostrou a ele. Não me esconda nada!

Ele engoliu em seco e me mostrou tudo, rever tudo aquilo, ouvir pela primeira vez a forma que meu pai queria explorar o amor que eu sentia, foi doloroso demais para mim, depois de tudo aquilo, eu pedi que Hiroshi fosse embora e dormi após muito chorar.

No dia seguinte acordei com os olhos inchados, quem olhasse para mim saberia que eu chorei, merda, logo hoje que tenho que encontrar com aquele idiota.

Tomei um banho, vesti uma calça preta justa e uma blusa longa roxa com o símbolo dos Uchiha, coloquei minha mochila nas costas e desci as escadas, encontrando meu irmão na mesa do café.

— O que aconteceu com você? — Madara perguntou, se levantando e vindo em minha direção — Você estava chorando?

— Não é nada, Madara, só não dormi bem a noite, só isso — forcei um sorriso para ele.

Eu sei que meu irmão não se convenceu, mas ele respeita quando não quero falar sobre algo.

Depois que tomei café eu corri para o portão da vila, estava um pouco atrasada e quando cheguei o hokage já estava lá com seu irmão.

— Você está atrasada — Tobirama falou seco.

— Eu sei — revirei os olhos.

— Por favor, se esforcem para se conhecer melhor e fazer isso dar certo — Hashirama nos pediu.

Nós dois assentimos e seguimos nosso caminho, passamos mais de duas horas andando sem trocar uma palavra, eu já estava ficando incomodada com isso, quando Tobirama quebrou o silêncio.

— Você está bem? — o olhei confusa — Seu rosto está inchado, como se tivesse chorado.

— Foi só uma noite mal dormida.

Ele deu de ombros e depois disso nós só conversamos o essencial, já haviam se passado sete dos quatorze dias que ficaríamos lá e não tivemos uma conversa casual.

— Acho que não estamos fazendo o que Hashirama pediu — falei, me sentando de frente para ele a noite — Nós nem nos esforçamos para nos conhecer melhor!

— Eu não sou muito bom de conversas casuais.

— Uau, eu realmente não esperava isso de um pegador, pensei que tivesse que ser bom de papo para ter pego metade das moradoras de Konoha.

— Eu não peguei metade da mulheres da vila — ele deu um sorrisinho sem graça e isso foi uma grande evolução, Tobirama nunca sorria — Mas eu acho que você não quer que eu converse contigo como conversava com elas, certo?

— Tem razão — fiz uma careta — Então o que acha que perguntas e respostas?

— Uma boa ideia, pode começar.

— Qual sua comida favorita?

— Sushi e a sua?

— Dangos.

— Sua comida favorita é doce? — foi a vez dele fazer uma careta enquanto eu assentia — Por que tem tanta resistência a permitir que eu te toque quando nos casarmos?

Agora ele me deixou sem graça, senti minha bochechas esquentando e desviei o olhar antes de responder.

— Pode parecer bobo, mas pra mim não é simplesmente prazer e coisas assim, precisaria de sentimentos, entrega de verdade, eu não quero banalizar o que deveria ser o momento mais romântico da minha vida!

— Momento mais romântico da sua vida? Você é virgem? — Tobirama parecia chocado, o que me deixou ainda mais constrangida.

— Acho que não é sua vez de perguntar — ele murmurou um tudo bem e eu falei — Já que fomos para perguntas mais quentes, por que você insiste tanto para que a gente faça...aquilo, pensei que você me odiasse.

Tobirama riu de lado antes de responder, segundo avanço, segundo sorriso.

— Eu sou acostumado a ter sempre uma garota na minha cama — fiz uma careta e ele deu de ombros — Mas agora eu não posso mais transar com ninguém que não seja você, então se você me rejeita, eu fico literalmente na mão e isso não é legal.

Eu nem consegui dizer nada, estava muito vermelha, porque, não sei por qual motivo, eu imaginei Tobirama "ficando na mão" e a cada segundo meu rosto esquentava mais e mais.

— Você está imaginando — ele falou com malícia e eu arremessei uma pedra nele, que desviou com maestria — Agora é minha vez de perguntar, não preciso nem mais perguntar se você é virgem, só sua reação já foi uma resposta, mas agora estou curioso quanto a outra coisa. Você já beijou alguém?

— Por que essa pergunta agora?

— Porque quando eu me aproximei de você no escritório do hokage, você ficou muito vermelha e se afastou rápido, como se estivesse com medo do que eu faria. Mas agora, responda minha pergunta.

— Eu — revirei os olhos, eu estava com vergonha — Nunca beijei alguém!

— Por que? E não venha com essa de não ser minha vez, tecnicamente é uma continuação da minha pergunta.

— Esse é só outro momento que eu não acho que deveria desperdiçar com qualquer um, mas agora não faz mais diferença — dei de ombros.

— Quer que eu te ensine?

Proposta de Casamento - Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora