Capítulo 54

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POV Tobirama

— Como assim desculpa? O que aconteceu? — perguntei me levantando e erguendo Mahina em meu colo.

— Eu a deixei pra trás, ela me pediu pra trazer Mahina em segurança até você — engoli em seco.

— A okaa-san ta machucada — Mahina falou acalmando sua respiração — Quebraram os braços dela e bateram muito nela, eu queria ajudar, mas não consegui!

Senti minha nuca se arrepiando, não queria imaginar o que Sayuri estava passando agora, deixei Mahina no colo de Madara e tentei me teletransportar.

— Que merda — soquei a árvore — Ainda fora do meu alcance!

— Otou-san, respira, você sempre disse que a calma é importante pra missão — ela inclinou a cabeça e franziu as sobrancelhas, como se estivesse me julgando — Quando é com a okaa-san você não consegue manter a calma, ne?

— Você tem razão, filha — beijei sua testa — Eu não consigo ficar calmo quando sua okaa-san está em perigo. Ela está há quanto tempo daqui, Yuzi?

— Uns trinta minutos correndo a toda — assenti e respirei fundo, sorrindo pra minha filha.

— Vou trazer sua okaa-san de volta e Yuzi vai te levar em segurança pra casa, não parem até chegar na vila, vão direto para a casa de Mayumi-obaa.

Os dois assentiram e minha menina se pôs a correr com meu lobo em seu encalço e eu corri na direção oposta, torcendo para chegar a tempo de salvar minha esposa, sendo seguido por Madara e Hashirama.

Quando eu finalmente senti seu chakra e percebi que estava dentro do meu alcance, toquei o ombro dos dois e nos teletransportei para doze quilômetros a frente. Onde encontrei minha esposa de pé, coberta de sangue e com a pele cheia de marcas roxas, os dois braços inchados e marcados prendiam ao lado do corpo e uma kunai estava presa entre seus dentes antes de perder a consciência. Segurei seu corpo para que não batesse no chão e vi o Susano'o de Madara surgindo e cobrindo o Golen de madeira do Hashirama, deitei minha esposa na terra com cuidado e lancei várias kunais, me teletransportando entre elas e matando um por um daqueles dezoitos homens ao lado de meu anija e meu cunhado.

— Piedade, por favor — um deles implorou, mas meu ódio era tão grande que eu seria incapaz de deixa-lo vivo, eu entendi o que Sayuri sentiu no dia que Hiroshi morreu.

— Você não me deu escolha — finquei minha katana em seu peito — machucou alguém importante pra mim!

Todos estavam mortos em menos de cinco minutos, sem as correntes de chakra a sugando Sayuri com certeza teria acabado com eles. Nós três corremos até ela ao mesmo tempo, a primeira coisa que fiz foi checar seu pulso, ficando desesperado quando não senti a pulsação.

— Ela está com os braços quebrados, talvez seja isso — Madara falou rápido, com os olhos cheios d'água e levou os dedos ao seu pescoço — Graças a Kami!

Madara deixou lágrimas escaparem e eu senti que meu rosto também estava molhado, Hashirama também chorava e todos sentimos os batimentos fracos de Sayuri. A peguei no colo corri enlouquecidamente em direção a vila, não parei até o hospital estar no alcance do meu hiraishin.

— Mito — gritei minha cunhada com desespero na voz.

— Tobirama, o que aconteceu?

— Não importa, só salve minha esposa — implorei a ela, que me levou até uma sala para que eu a deitasse em uma maca.

— Agora dê o fora daqui, preciso fazer meu trabalho — Mito falou me expulsando da sala.

Fiquei um tempo na mais completa agonia, Madara e Hashirama chegaram pouco depois.

— Mahina está mais calma, Mayumi fez dangos pra ela — Madara falou com um leve sorriso, mas era possível ver a agonia em seus olhos.

— Temos que treinar o sharingan dela — Hashirama suspirou — Mas isso fica com Sayuri para quando ela se recurar.

Assenti, os olhos marejados e vermelhos da minha filha não saiam da minha mente, eu odiava que ela tivesse despertado o sharingan assim, eu odiava que com apenas oito anos ela tivesse assistido de mãos atadas a okaa-san ser torturada e sabe-se lá mais ou que.

— Me desculpem, sei que não é a hora, mas ela insistiu muito em vir — Mayumi chegou segurando o ombro de Mahina e segurando seu filho de pouco mais de um ano nos braço — Eu não soube como dizer não!

— Tudo bem, amor — Madara falou beijando a testa dela — Me da o Hayato.

Mayumi entregou o filho ao Madara e se sentou ao seu lado, já Mahina caminhou até mim com o rostinho inchado e vermelho, parando na minha frente e tocando meu rosto.

— Otou-san, cadê minha okaa-san? — ela perguntou com a voz quebrada e eu a abrecei apertado, tentando inutilmente segurar minhas lágrimas e ser forte por minha filha — Ela vai ficar bem?

— Vai sim, vai ficar tudo bem — falei beijando seus cabelos.

— Promete, otou-san? — ela pediu baixinho e eu apenas assenti.

— Vem com a tia Mayumi comer alguma coisa, vem — Mayumi chamou quando ela estava ficando inquieta por esperar mais de duas horas.

— Tobi, ei! Fala comigo — Hashirama chamou quando minha filha saiu e eu afundei meu rosto em meus braços, mal conseguindo respirar.

— Eu estou dizendo pra Mahina que vai ficar tudo bem, mas quem vai dizer pra mim que vai ficar tudo bem? — desabafei, deixando cair toda a minha barreira, minha voz estava sufocada e eu sentia a angústia crescendo em meu peito — A mulher da minha vida ta em algum lugar la dentro entre a vida e a morte, tudo porque eu não impedi ela de sair da vila. Eu sou considerado o homem mais rápido do mundo e quase não fui capaz de chegar a tempo pra salvar minha esposa!

Meu irmão não sabia o que falar, ele ficou me olhando com os olhos marejados e a boca aberta, era a primeira vez que eu me mostrava tão frágil na frente de alguém, eu estava perdido porque sem Sayuri nada valeria a pena. Nunca havia me sentido assim antes, era como estar vazio e transbordando ao meus tempo, não conseguia conter minhas lágrimas, nem controlar minha respiração ou fazer meu corpo parar de tremer.

— Tobirama — Madara se levantou e se ajoelhou na minha frente, apoiando a mão em meus joelhos — Ela foi a única coisa que me manteve são por muito tempo, eu entendo exatamente como você está se sentindo, mas ela é forte e teimosa, céus como ela é teimosa! — ele deu um pequeno sorriso e me olhou com firmeza — Vai ficar tudo bem!

Madara voltou a se sentar e Mahina chegou, saltando em meu colo para cochilar abraçada a mim, com a cabeça em meu ombro.

— Tobirama — Mito me chamou depois de me deixar seis horas na mais completa agonia.

Proposta de Casamento - Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora