Capítulo 55

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POV Tobirama

— Tobirama — Mito me chamou depois de me deixar seis horas na mais completa agonia — Ela está bem!

Sequer consegui ouvir o que Mito disse depois disso, caí de joelhos no chão e chorei feito um bebê abraçado a minha filha que também chorava muito, sentia meu peito subindo e descendo entre tremores do meu corpo, eu mal conseguia respirar de tão forte que chorava. Senti uma mão grande apertando meu ombro e quando ergui o olhar vi a imagem embaçada de Madara agachado ao meu lado.

— Vamos vê-la, Tobirama — ele estendeu a mão pra mim, me erguendo do chão depois que Hashirama pegou Mahina no colo.

Consegui acalmar minhas emoções e caminhei com ele até o quarto que Sayuri ocupava, quando entrei vi a imagem de minha esposa ainda com alguns roxos e curativos, além dos braços enfaixados.

— Onde está Mahina? — a voz fraca dela preencheu o quarto e eu poderia passar a eternidade ouvindo aquela voz.

— Ela está aqui fora, imouto — Madara beijou a testa de Sayuri — Hashirama a está acalmando um pouco, todos perderam o controle quando Mito disse que estava tudo bem.

— Sayuri — sussurrei seu nome e a abracei apertado, ouvindo seu gemido de dor — Desculpa! Mas eu tive tanto medo de perder vocês duas!

— Eu tô aqui, Tobi — ela beijou meus lábios — Não vou a lugar nenhum, estou bem, viva, e é isso que importa agora!

Mito me explicou depois que concertou braços dela e curou as feridas mais graves, as mais simples teriam que se curar sozinhas. Depois de alguns minutos Hashirama chegou com uma Mahina mais tranquila, que correu até o colo de Sayuri.

— Okaa-san me desculpa não ter feito nada antes — a voz da minha filha estava carregada de remorso.

— Ei, tudo bem, não foi justo exigir tanto de você — Sayuri segurou os dois lados do rosto dela — mas entenda que você tem mais poder do que imagina!

— Sayuri, eu tenho que te dizer uma coisa sobre Mahina — falei bagunçando o cabelo da nossa filha.

— Os olhos dela? — Sayuri perguntou e eu me surpreendi — Eu vi, quando sairmos daqui, nós vamos começar a treinar para que domine o sharingan, combinado, Mahina?

— Claro, okaa-san, eu já disse que serei uma grande ninja e da próxima vez eu que vou te salvar — minha filha disse batendo dois dedos na testa da okaa-san.

— Tenho certeza que sim — minha esposa concordou sorrindo e eu tremi, comentando em seguida.

— Só vamos torcer para não haver uma próxima vez!

Saímos do hospital dois dias depois, Hashirama, Mito, Akira, Madara, Mayumi, Kagami e Hayato eram presenças frequentes em nossa casa na última semana. Era divertido ver o pequeno Hayato com menos de dois anos tentando acompanhar as crianças, ele nasceu a cópia perfeita de Madara, com o cabelo rebelde e o sorriso travesso, eu gostava especialmente desse garotinho, algo nele me cativava.

— Okaa-san — Mahina correu até ela — O que acha de me ensinar a usar raiton para ser mais rápida.

Sayuri riu e Mahina a olhou confusa, minha esposa se levantou, entrou em casa e voltou com alguns papéis, estendendo um para Mahina.

— Infunde chakra aqui, você não pode usar se não for sua natureza — minha filha infundiu chakra e eu sorri quando o papel se enrugou — Muito bem, a natureza de raio você tem, posso te ensinar alguns jutsus, mas minha velocidade ainda não.

— O que? Mas por que? — ela cruzou os braços e fez um bico.

— É impressionante como ela fica ainda mais parecida com Sayuri assim — Madara comentou baixinho comigo.

— Diz isso pra ela — respondi zombeteiro.

— Filha, usar a velocidade do raio atrapalha seu tempo de reação, é preciso um sharingan forte para conseguir usar isso sem colocar sua vida em risco — Sayuri explicava com paciência e as três crianças pareciam prestar muita atenção nela, quase como se suas palavras fossem um doce muito saboroso.

— Mas ela tem um sharingan, não tem? — Akira perguntou coçando a cabeça.

— Mas o sharingan dela não consegue acompanhar movimentos rápidos.

— Consegue sim — ela bateu o pé, ativando o sharingan para a okaa-san que segurou o riso.

— Tudo bem, então me ataque com tudo que você tem — Sayuri a provocou.

— Eu não vou pegar leve porque você é minha okaa-san — Mahina falou estalando os dedos.

— Ela realmente acha que consegue? — Mayumi perguntou rindo.

Mahina foi com tudo para cima de Sayuri, que em um segundo, sem contar com o sharingan parou atrás de nossa filha, com a mão apontada para seu pescoço.

— E você morreu — Sayuri zombou — Só pode aprender minha velocidade quando tiver no mínimo dois tomeos.

— Então eu vou treinar muito até conseguir mais um — minha filha falou com convicção e Madara foi até ela.

— Não se ganha tomoes treinando, querida — ele falou acariciando o cabelo dela.

— Otou-san me explicou isso, Mahina-chan — Kagami segurando a mão da minha filha — O sharingan só surge ou evolui com uma grande emoção, a gente não consegue controlar isso!

Foram horas em que eu, Sayuri, Madara, Mayumi e até Kagami explicamos minha pequena tudo sobre seus olhinhos e ela parecia admirada com cada informação.

— Okaa-san, por que nunca me contou essas coisas antes?

— Tudo no tempo certo — Madara falou batendo os dedos na testa dela.

— Um dia eu terei o mangekyou como vocês? — eu parei de sorrir nesse momento, assim como todos os outros adultos, Madara e Sayuri se entreolharam apreensivos, Mahina não sabia o que significava ter esses olhos — Como despertou o seu, okaa-san?

— Mahina... — Hashirama a chamou com gentileza.

— Tudo bem, Hashi — minha esposa murmurou e se abaixou até ficar da altura de nossa filha — A okaa-san despertou quando o Izuna-oji morreu na frente dela na guerra.

— Você odeia quem matou ele? — minha filha perguntou inocentemente e eu encolhi os ombros vendo o olhar de minha esposa cair sobre mim.

— Odiei por muito tempo e isso não me trouxe bem algum, mas quando decidi perdoar foi a melhor coisa que já me aconteceu, estávamos em guerra, ninguém tem culpa de nada — Sayuri encostou a testa na de Mahina e as duas fecharam os olhos — Lembre-se de sempre lutar contra seu próprio ódio, principalmente com esses olhos!

Proposta de Casamento - Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora