Capítulo 46

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POV Sayuri

— Quando entrou em trabalho de parto, Sayuri? — Tobirama perguntou amparando minhas costas.

— No fim da tarde eu senti os primeiros sinais de contração — respondi entre dentes.

— E ficou gastando chakra comigo enquanto sentia as dores do parto? — eu podia ouvir a irritação em sua voz.

— Eu não podia perder você — respondi baixinho, com os olhos marejados e ele desfez sua carranca, me olhando com gentileza.

— Eu estou aqui — beijou minha bochecha e me ajudou a me erguer do chão — Não vou te deixar!

Tobirama me ajudou a caminhar até nosso quarto enquanto Hashirama reabastecia o chakra de Mito para que ela ajudasse no parto.

— Ainda vai demorar muito — falei quando ele me deitou — Vocês dois deveriam tomar um banho.

— Ela tem razão, nem poderemos segurar o bebê sujos assim — Madara falou e Mayumi parou na porta com o pequeno Kagami nos braços — Eu também preciso tomar banho antes de pegar esse garotão.

Meu nii-san acariciou a bochecha de Mayumi como um cumprimento e sorriu para Kagami, que estendeu suas mãozinhas para ele.

— Você o ouviu, moleque — Tobirama se aproximou e falou com carinho para o bebê — Ele ta muito sujo pra encostar em você... e eu também!

Meu marido completou quando Kagami estendeu as mãozinhas pra ele.

— Parece que ele sentiu falta de presenças masculinas — murmurei rindo — Leve Madara em casa, Tobi, volta, toma seu banho e busca ele.

Tobirama teletransportou Madara até o distrito Uchiha e voltou três segundos depois.

— Quer ir também, Mayumi-san? Ou vai ajudar no parto? — meu marido perguntou separando uma roupa para vestir.

— Eu vou ficar para ajudar, estarei na sala até que Tobirama-san esteja pronto — ela falou se retirando do nosso quarto.

Enquanto Tobirama se banhava veio mais uma contração, já eram quase duas da manhã, eu as estava sentindo desde as cinco da tarde e ainda parecia estar no início do trabalho de parto, me perguntava quando esse inferno acabaria.

Todos tomaram banho e já haviam voltado, Hashirama e Madara estavam tomando conta de Akira e Kagami enquanto o dia amanhecia lá fora e eu gritava com os dentes cerrados, na maior dor que eu já senti em minha vida.

— Ainda não alcançou a dilatação completa — Mito falou tirando os dedos da minha vagina, estava sentada entre as pernas de Tobirama e Mayumi passava um pano molhado em meu rosto.

— Eu quero ir pra água, dizem que ajuda — falei ofegante, me apoiando nos joelhos do meu marido para levantar.

Fui até o banheiro e Tobirama se sentou atrás de mim, ainda vestido já que Mito e Mayumi estava me ajudando o tempo inteiro.

— Vamos deixar vocês sozinhos um pouco, qualquer coisa é só gritar — Mito falou com um sorriso gentil.

Soltei meu corpo contra o de Tobirama, sentindo seus carinhos e me permitindo relaxar enquanto uma dor cortante não vinha.

— Dói mais do que eu achei que doeria — murmurei para meu marido — Isso beira o insuportável, parece impossível!

— Eu sei que você consegue — Tobirama falou em meu ouvido, ainda acariciando minha cintura.

— Eu quero tentar na água, aqui parece que a dor diminui AAAAI — gritei em outra contração, torcendo meu corpo, Mito e Mayumi invadiram o banheiro imediatamente — Me ajuda a tirar a roupa, ta muito calor!

— Vai ficar pelada? — Tobirama perguntou assustado e Mito o olhou feio.

— Esse momento é dela, vai ficar como se sentir mais confortável — ela falou, me ajudando a tirar o vestido e logo depois Mayumi prendeu meu cabelo.

— Ela quer ter o bebê na água, Mito — Tobirama falou e ela pareceu avaliar a nossa banheira.

— Vou pedir Hashirama para aumentar o tamanho dessa banheira — Tobirama a parou quando estava se levantando e apontou para meu corpo nu — Ele é seu irmão, jamais olharia com maldade para sua mulher, muito menos agora!

Hashirama entrou corado no banheiro, desviando o olhar do meu corpo enquanto usava seu jutsu para aumentar o tamanho e a largura da banheira, a fazendo ocupar quase todo o banheiro.

— Depois eu volto ao tamanho normal — ele se abaixou ao meu lado, mantendo os olhos presos no meu rosto — Como está se sentindo, Sayuri-chan?

— Eu tô com cansada, Hashirama, meu corpo está moído e ainda parece faltar tanto para acabar — ele acaricou minha bochecha.

— Eu sei que vai conseguir, imouto — ele falou com a voz carregada em gentileza — Se precisar de mim é só gritar.

Sorri para meu cunhado, que era realmente como um irmão e ele deixou o banheiro. Já passava das quatro da tarde, eu estava há praticamente vinte e quatro horas sentindo meu corpo se partir em dois e finalmente alcancei a dilatação adequada, estava de cócoras dentro da banheira e Tobirama estava atrás de mim, segurando minhas mãos e apoiando minhas costas enquanto eu gritava.

— Desculpe, desculpe — pedi quando ouvi os ossos da mão dele estalando.

— Não dói nada — olhei sobre o ombro e seu rosto estava vermelho — pode apertar mais forte.

Dei outro grito alto, essa criança parecia não querer sair de mim, por mais que eu forçasse.

— Eu preciso do meu nii-san — murmurei chorando e Mayumi saiu para buscar Madara.

— Eu estou aqui, imouto — ele chegou rápido, segurando minha outra mão.

Abracei Madara apertado, o puxando para dentro da banheira, sentindo o cheiro de segurança que ele tinha e senti Tobirama massageando minha lombar enquanto Mito mais uma vez tocava minha vagina.

— Já estou sentindo a cabeça, Sayuri, logo logo vai acabar — ela falou tentando me acalmar.

— Eu não vou conseguir — chorei no ouvido do meu nii-san.

— Escuta — a voz de Madara era séria e ele me afastou de si, segurando os dois lados do meu rosto com firmeza — nunca fale que você não consegue fazer alguma coisa, você é a mulher mais forte que eu conheço e vai conseguir passar por isso!

As palavras do meu irmão me deram uma força fora do comum e eu gritei, empurrando meu bebê, Tobirama apoiou meu corpo, me permitindo não preocupar em me manter na posição, já que ele fazia isso por mim.

— Seu nii-san tem razão — a voz do meu marido soou em meu ouvido — Você é a mulher mais forte que já pisou nessa vila, vai passar por isso e nós dois estamos aqui por você!

Me surpreendi quando Tobirama segurou minha mão que estava com a de Madara, mantendo nós três de mãos dadas e meu irmão deu um discreto sorriso, assentindo.

— E sempre estaremos — Madara murmurou.

Fiz força por quase uma hora e finalmente aquele bebê deixou meu corpo quando a noite caiu, mas a sensação de alívio não foi imediata já que uma queimação tomou minha vagina assim que o bebê saiu.

— É uma menina — Mito falou sorrindo e a passando para Mayumi — Agora entendo porque a dificuldade de sair, ela é enorme e chegou a te rasgar, Sayuri-chan!

Uma menina, relaxei meu corpo contra o de Tobirama, segurando a mão do meu nii-san enquanto Mito usava ninjutsu médico para praticamente reconstruir minha vagina e eu tinha uma certeza, não quero passar por isso nunca mais!

Proposta de Casamento - Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora