POV Tobirama
Mesmo mais calmo eu ainda não estava em paz, a mesma sensação de desespero e até medo que senti quando Yuzi me disse que ela havia sido atacada e de quando eu não conseguia chegar rápido até ela me assombrava enquanto eu via minha esposa dormir em nossa cama na manhã seguinte. Levei a mão até aquela barriga que ainda não havia crescido e fiz um carinho discreto, não sei o que faria se perdesse os dois, eu certamente enlouqueceria, já perdi muito em minha vida, mas a sensação de conforto e bem estar que Sayuri me proporciona era algo que eu nunca poderia perder.
Beijei seu cabelo e deixei o café da manhã pronto para quando ela acordasse com a fome de dez homens, assim como ela tem acordado todos os dias. Quando cheguei ao escritório de meu irmão, ele e Madara estavam discutindo sobre um documento e nem notaram minha presença, por isso bati a porta com força ao entrar.
— Tobirama, o que aconteceu? — Hashirama perguntou e Madara me olhou atentamente.
— Você vai escrever uma carta para Iwa. Não! Eu vou escrever uma carta para Iwa e deixar bem claro que se eles tentarem contra minha esposa mais uma vez, eu destruirei aquela vila e todos que vivem nela! — eu estava um pouco ofegante, meu ódio era palpável pelo chakra que eu estava exalando.
— Não agite tanto seu chakra, Tobirama, explique com calma o que aconteceu — Madara pediu, já com os punhos cerrado e a mandíbula tensionada.
— Sayuri foi atacada em sua missão por alguns shinobi de Iwa, eles queriam roubar o sharingan dela — Madara socou a mesa, ofegante e Hashirama arregalou os olhos — Ela destruiu sozinha todos eles, mas isso poderia ter colocado ela e nosso bebê em perigo e eu nunca vou perdoa-los por isso!
— Ela está bem? Aconteceu alguma coisa com ela ou com o bebê? — Madara perguntou de pé, já indo em direção a porta.
— Os dois estão bem, Madara, agora ela está dormindo, precisa descansar — falei sério e ele voltou a se sentar.
Peguei um pergaminho e escrevi minha carta, Iwa tinha que saber que ameaçar minha esposa não terminaria bem, eles tinham sorte de Hashirama não me deixar ataca-los, mas nada me impediria de escrever essa carta:
"Tsuchikage, eu só queria deixar claro que sei o que tentaram fazer e dessa vez até podemos relevar, no entanto, entendam que vocês não tentaram pegar qualquer shinobi, tentaram pegar minha esposa, a imouto de Madara Uchiha e cunhada de Hashirama, vocês não sabem com quem estão mexendo. Ela não precisa de nenhum de nós, pode se defender sozinha como vocês bem viram, mas ousem tocar num fio de cabelo da minha esposa e pensem em quais serão últimas palavras de sua nação, pois eu não irei mais relevar.
Tobirama Senju."
Prendi a mensagem na pata de um pássaro e enviei para Iwa como um aviso para deixarem Sayuri em paz, não perdoarei quem tentar ferir minha esposa, meu filho ou minha nação!
— Ainda temos que ver sobre a missão em Suna — Hashirama suspirou.
— Vamos apenas eu e Madara.
— Tobirama, eu também gostaria que ela ficasse em casa, mas não é o tipo de decisão que podemos tomar por Sayuri — Madara me repreendeu e eu rolei os olhos, mas não rebati porque sabia que ele estava certo.
— Já até imagino ela com uma barriga de nove meses querendo lutar — suspirei e voltei a mexer em meus papéis.
Na hora do almoço fui para casa garantir que Sayuri comeria comida de verdade, não um monte de enlatados de procedência duvidosa. Quando cheguei ela estava no sofá, com Raiton deitado em seu colo e comendo dangos, mas o que me irritou profundamente foi a quantidade de palitinhos que havia no braço do sofá.
— Não me diz que você comeu tudo isso de doce? É hora do almoço, quando vai aprender a comer direito, Sayuri? Parece uma criança! — perguntei sério e até um pouco ignorante, de braços cruzados e ela arregalou os olhos notando minha presença.
Eu não sei o que aconteceu no instante seguinte, mas num segundo Sayuri estava assustada por ter sido pega no flagra, no outro seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela fazia até biquinho para tentar conte-las.
— Não fala assim comigo, eu só tava com vontade de comer dango e perdi o controle — ela virou o rosto vermelho para o lado e cruzou os braços, ainda contendo as lágrimas.
— Eu vou fazer o almoço e é bom que você coma tudo — falei ainda de mau humor.
Preparei sushi e rolinhos primavera para o almoço e quando coloquei a mesa ela veio andando arrastando os pés, cheia de má vontade. Servi um prato generoso, Sayuri começou a mexer a comida de um lado para o outro, fez uma careta e eu suspirei.
— Viu? Enche a barriga de doce e depois não consegue comer — comentei com deboche e o biquinho lindo na boca dela aumentou — Você precisa comer, Sayuri, ninguém vive de doces, cresça! Ou ainda acha que é uma criança pra ficar se entupindo de doces na hora do almoço?
Ela empurrou o prato e saiu batendo o pé com finas lágrimas descendo por suas bochechas. Eu pensei em ignorar, mas sabia que esse sentimentalismo não era culpa dela, eram os hormônios, pelo menos de acordo com os livros sobre gestação que eu tenho lido nos últimos dois dias. Fui até o quarto e ela estava deitada abraçada ao meu travesseiro, com o nariz enterrado nele e eu sorri de leve, caminhando até minha esposa que ignorava minha presença.
— Se vai ser ignorante comigo saí daqui — ela resmungou quando me deitei na cama ao seu lado — Para de me olhar, não sei o que ta acontecendo comigo, eu não sou dramática assim!
— Eu sei o que ta acontecendo com você — levei minha mão até a barriga dela — Culpe o bebê por isso! Me desculpa por ter sido ignorante, mas eu estava pensando no bem de vocês.
— Eu sei e é isso que me deixa mais irritada — ela se deitou em meu peito — Só que eu senti vontade de comer dangos, não deu pra controlar!
— Eu sei, tudo bem comer doces, desde que isso não atrapalhe quando você for comer coisas saudáveis — beijei seu cabelo — Você poderia ter comido um dango, não mais de dez.
— Desculpa — ela pediu se encolhendo.
— Ta tudo bem, meu amor, não precisa se desculpar, só não faz de novo, se quiser dangos eu mesmo compro pra você, mas depois do almoço e em uma quantidade aceitável — ela assentiu e em seguida apoiou o queixo em meu peito, me olhando com aqueles enormes olhos negros.
— Tudo bem eu não almoçar hoje? Tô enjoada — Sayuri pediu com a voz manhosa e eu ri.
— Claro que está, é impossível ficar bem depois daquela quantidade de açúcar — ela revirou os olhos e voltou a se deitar em meu peito — Mas eu ainda quero comer.
— Você pode comer outra coisa — minha esposa murmurou montando em meu colo e me arrancando um arfar surpreso.
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Proposta de Casamento - Tobirama Senju
FanficSayuri Uchiha é a irmã mais nova de Madara, ela sempre foi doce e gentil, no entanto a era dos Estados de Combate também deixou marcas na garota. Quando Tobirama matou Izuna diante dos seus olhos, Sayuri despertou o mangekyou sharingan e sufocou a d...