Capítulo 18

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POV Sayuri

Nossa semana foi tranquila, nós conversavamos e saíamos durante o dia e a noite eu o via cozinhar enquanto tomava vinho. Para dormir era o mais difícil, nós dividiamos a mesma cama eu me sentia tentada a toca-lo o tempo todo, mas conseguia resistir e dormiamos de costas um para o outro.

Aquela era nossa última noite lá e eu cheguei na cozinha enquanto ele preparava o jantar, minha taça de vinho já estava na bancada em que eu ficava sentada todas as noites, olhando-o cozinhar sem camisa.

- Tô vendo que eu vou perder todas as minhas blusas - ele falou quando notou que mais uma vez eu estava com uma de suas roupas.

- Você só fica sem mesmo - dei de ombros e ele sorriu.

- De qualquer forma, elas ficam melhores em você do que em mim.

Sorri, meio corada e tomei um gole do meu vinho. Notei mais uma vez a cicatriz se destacando nas costas dele e não resisti mais, desci da bancada, caminhei até ele e a toquei com a ponta dos dedos. Vi Tobirama ficar tenso.

- É da Era dos Estados de Combate? - perguntei baixo, meio receosa.

- Sim - ele respondeu curto.

- Como você a conseguiu? - perguntei calma, passando o dedo sobre toda a extensão da cicatriz.

- Você quer mesmo falar sobre isso? - ele se virou de frente para mim, com o rosto sério e segurou meu pulso de leve.

- Eu acho que em algum ponto precisaremos falar sobre essa época de nossas vidas.

- Tudo bem - ele cruzou os braços - Essa cicatriz foi a vez que eu cheguei mais perto da morte, eu fui cercado por alguns Uchi... Por algumas pessoas.

- Pode falar Uchiha - toquei seus braços cruzados.

- Eu fui cercado por alguns Uchiha e um deles lançou uma fumma shuriken em minha direção, eu me abaixei, mas ela rasgou minhas costas de um lado a outro - ele abaixou a cabeça - Eles estavam para me matar quando Hashirama e meu otou-san chegaram e me salvaram.

- Você sabe quem lançou a shuriken? - perguntei, temendo que fosse alguém que eu amo.

- Uchiha... - ele falou meu nome com tom de advertência, mostrando que sabia quem era, eu segurei sua mão e pedi com os olhos que ele me falasse - Foi... foi o Tajima.

- Meu otou-san? - perguntei com os olhos lacrimejando e Tobirama assentiu - Quantos anos você tinha?

Tobirama se virou de costas e voltou a cortar os legumes, ignorando minha pergunta. Toquei suas costas e apoiei minha testa nela, segurando minhas lágrimas, para ignorar minha pergunta ele devia ser uma criança.

- Quantos anos, Tobirama?

- Nove anos - ele respondeu com a voz seca.

- Meu perdoa - abracei sua cintura - Eu sinto muito!

- Ei, não foi sua culpa, estávamos em guerra, qualquer pessoa armada era um inimigo - ele se virou e me abraçou apertado, apoiando o queixo sobre minha cabeça.

- Mas você era só uma criança, meu otou-san mataria uma criança?

- Você não faz ideia de como eram essas guerras não é? - ele perguntou calmo - Com quantos anos você foi para o campo de batalha pela primeira vez?

- Com doze anos, por que?

- Porque eu, Hashirama, Madara, Izuna e meus outros irmãos fomos para ele desde os cinco.

- Seus outros irmãos? Você tinha mais irmãos além do Hashirama?

- Sim, Itama e Kawarama, eles morreram cedo.

- Com quantos anos?

- Itama tinha dez e Kawarama tinha sete - eu não fui a única que perdi nessa guerra idiota.

- Me desculpe, Tobirama, eu te julguei todo esse tempo, como se só vocês tivessem matado os meus, quando nós também matamos muitos dos seus - levantei minha cabeça para olhar nos olhos dele - Me perdoe por todas as marcas que esse tempo deixou em você, inclusive aqui!

Toquei o seu peito, sentindo seu coração e Tobirama sorriu.

- Nada disso foi sua culpa, estávamos em guerra!

Tobirama tinha razão, mas assim como não era minha culpa, também não era culpa dele, as ações em uma guerra não deveriam ser sentença eterna. Muito mais do que o dono da lâmina que ceifou a vida do meu irmão no meio da guerra, Tobirama era um homem gentil, que também ficou com marcas dessa época, um homem que parecia disposto a me fazer feliz e a me amar, um homem que eu estava disposta a amar.

Aos poucos eu me aproximei mais de Tobirama, ele ficou parado, aguardando meus movimentos, eu toquei seus lábios com os meus delicadamente, suas mãos continuaram firmes em minha cintura e eu segurei sua nuca. Nosso beijo foi se intensificando aos pouco e a maldita falta de ar nos fez finalizar com selinhos, Tobirama começou a desferir beijos carinhosos por todo o meu rosto enquanto eu ria.

- Por que isso agora? - ele perguntou, ficando sério.

- Você não pode só aproveitar o momento? - resmunguei e ele negou com a cabeça - Talvez essa conversa tenha aberto meus olhos e me mostrado que eu não posso te culpar por tudo.

Tobirama sorriu de leve e me beijou de novo, a sensação de estar em seus braços era incrível, eu me sentia bem.

- Eu ainda tô com fome - murmurei entre um beijo e outro.

- Então eu vou terminar o jantar - ele beijou minha bochecha e se virou para voltar a cortar os legumes.

Depois de jantarmos, nós fomos para a cama, lá começamos a nos beijar intensamente, Tobirama me puxou para o seu colo e eu sentei com uma perna em cada lado de sua cintura, enquanto nos beijavamos.

Nossos beijos estavam cada vez mais intensos, como eu estava vestindo apenas uma blusa dele, ficou fácil para que ele colocasse sua mão sob a blusa, apertando minha bunda sobre a cueca que ele me emprestou.

- Aaah, Tobirama - gemi enquanto ele beijava meu pescoço.

- Se quiser que eu pare é só falar - ele falou baixo enquanto beijava meu colo.

Nós continuamos nos beijando com intensidade até Tobirama nos virar e se deitar sobre mim, sua mão foi subindo por dentro da blusa, até apertar meu seio direito, me fazendo contrair o ventre. Eu senti o pau dele cada vez mais duro tocando minha intimidade sob a calça de moletom que ele usava, seria incrível sentir mais daquilo, mas acho que estávamos indo rápido demais.

- Tobirama - parei nosso beijo - Vamos parar por aqui, pode ser?

- Certo - ele saiu de cima de mim meio ofegante e eu puxei a blusa para baixo, cobrindo minha barriga.

- Eu sei que já somos casados, mas dadas todas as circunstâncias do nosso relacionamento, eu acho que a gente tem que ir um pouquinho mais devagar.

- Como você quiser - ele me puxou para seus braços e ficou fazendo carinho em meu cabelo.

Proposta de Casamento - Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora