Capítulo 45

2.1K 239 116
                                    

POV Sayuri

Eu estava com medo, entraria em trabalho de parto logo, já estava com os nove meses completos e Tobirama iria com Madara e Hashirama na missão de capturar kyuubi. Eu torcia para que eles voltassem antes do nascimento do meu bebê, porque não sabia como iria passar por algo tão apavorante sem meu marido e meu irmão por perto.

— Mayumi ficará aqui com você — Madara falou antes de sair — Você a ajuda com Kagami e ela te ajuda nessa reta final.

— Promete pra mim que vai voltar antes do meu parto? — perguntei com a voz baixa, não querendo admitir que estava morrendo de medo.

— Eu prometo fazer tudo o que puder pra estar aqui com você na hora — ele me abraçou — Eu te amo!

— Eu também te amo, nii-san, toma cuidado — Madara deu um sorriso de lado pra mim e ergueu a mão.

— Até a próxima vez, imouto — ele falou, batendo dois dedos em minha testa e saindo pela porta.

— Mayumi deve chegar logo — Tobirama falou e parou na minha frente, colocando a mão em minha barriga — Se cuida e não faça nenhuma estripulia enquanto eu estiver fora.

— Prometo ficar quietinha, desde que você prometa ser cuidadoso — segurei seu rosto — Não faça nenhuma besteira, nós precisamos de você!

— Eu vou voltar pra vocês, meu amor — ele se ajoelhou diante da minha barriga e encostou a cabeça ali — Não nasça antes do otou-san voltar, ta bom? Sua okaa-san não admite, mas sei que ela está morrendo de medo, então não a faça passar por isso sozinha, eu amo vocês!

— Nós também amamos você — falei baixinho, acariciando seu rosto e o fazendo olhar para cima para me encarar enquanto eu batia dois dedos em sua testa — Até a próxima vez!

Os dois foram encontrar Hashirama, a previsão era que a missão durasse quatro dias e eu torcia para não ganhar bebê antes disso. Pouco tempo depois Mayumi chegou com Kagami, eu notei que minha amiga estava estranha, cabisbaixa e corada, evitava a todo custo me olhar nos olhos.

— Ei, Mayumi-chan, o que aconteceu? — perguntei quando Kagami dormiu no berço do meu filho.

— Eu beijei Madara — ela falou de uma vez e meu queixo caiu — E o pior é que eu gostei.

— Senta aqui e me explica exatamente o que aconteceu — bati no sofá para que ela se sentasse ao meu lado.

— Eu estava dando todas aquelas recomendações, se cuida e coisas assim, o que a gente fala antes de alguém importante sair em missão. Ele estava ninando Kagami e quando o colocou no berço eu o abracei, como bons amigos, mas ultimamente eu tenho sentido uma vontade de cuidar do Mada, de ter certeza que ele ta bem, sentimento de amigo — ergui uma sobrancelha e ela rolou os olhos — E ai eu olhei nos olhos dele, reforçando meu pedido de cuidado porque eu e Kagami precisávamos dele e não sei o que deu em mim, desci o olhar pra boca dele e me pareceu muito atrativa, acabei beijando.

— So um selinho ou com língua? — perguntei empolgada.

— Com língua, pegada, um beijo quente! — ela falou exasperada.

— E depois? O que aconteceu? — eu ficava cada vez mais empolgada e isso se refletia nos chutes que meu bebê me dava.

— Depois que acabou nós nos olhamos por um tempo, acho que sem acreditar direito, ai eu me afastei e disse que iria fazer um lanche pra ele — bati na minha própria testa, ela tinha mesmo que mudar de assunto? — depois ele veio pra cá e partiu em missão.

— Quando ele voltar, pretende continuar fingindo que nada aconteceu? — ela estava prestes a assentir quando eu continuei falando — Você admite que gostou, o que te impede de se entregar pra isso e ser feliz?

— Não acha que é muito cedo? — a voz de Mayumi era baixa e apreensiva.

— Não acho que exista um tempo certo pra todo mundo, o tempo certo pra você é quando seu coração se sentir bem pra isso — segurei suas mãos — quando eles voltarem conversa com o Madara, expõe todos os seus medos e seus sentimentos, tenho certeza que meu nii-san vai te entender!

— Arigato, nee-san — dei uma risada, era a primeira vez que ela me chamava assim e eu gostei.

Já se passou quase uma semana desde que eles sairam em missão e finalmente haviam dado notícias, eu não o vi, mas Tobirama veio no início da tarde rapidamente levar Mito para fazer o selamento e agora eu e Mayumi aguardavamos ansiosas o retorno deles, enquanto cuidavamos de Kagami e Akira.

No início da noite eu senti o primeiro sinal do meu trabalho de parto, mas não falei nada para não preocupar Mayumi, aguentei calada uma dor que parecia rasgar minhas costas e vinha de tempos em tempos. Eu acabei de sentir mais uma vez essa dor insuportável e meus olhos marejaram, eu queria gritar, mas não podia, quando de repente um grito ensurdecedor preencheu minha casa, chegando até meu quarto, me levantei o mais rápido que minha condição permitia e fui até a sala, vendo Mayumi tremendo diante do corpo ensanguentado de Tobirama.

— Não, não, não — cai de joelhos ao lado dele, virando seu corpo e vendo o enorme corte em seu abdômen.

— Sayuri — ele sorriu pra mim, com os dentes cobertos de sangue e eu fiquei ainda mais desesperada por meu marido e preocupada por meu nii-san.

Senti lágrimas descendo pelo meu rosto e meu corpo tremendo, mas me obriguei a ficar calma, se Tobirama veio até mim é porque sabe que eu poderia salva-lo. Respirei fundo e comecei a infundir chakra com ninjutsu médico para fechar a ferida, eu sabia que todo esse sangue vinha dali e era a causa da moleza do corpo dele, por isso eu precisava apenas fechar aquele corte que quase o atravessava e possuía uns vinte centímetros, rasgando o lado esquerdo de sua barriga na diagonal.

— Precisa de alguma coisa, Sayuri? — Mayumi perguntou ainda com a voz apavorada.

— Água — falei em tom baixo, já estava há quase uma hora fechando aquela ferida com cuidado para manter cada órgão em seu lugar e não torcer o intestino dele na reconstrução.

Bebi um gole de água e suspirei aliviada quando comecei a fechar a pele, ele abriu os olhos, segurando minha mão e me fazendo olhar seu rosto ainda pálido.

— Chega, não gasta mais chakra comigo — ele murmurou com a voz fraca.

— Eu preciso que você fique bem, Tobi, só vou terminar de fechar e te fornecer mais sangue — falei com pressa, finalizando a cicatrização de seu abdômen — Pronto, agora vira de costas.

Ele me ignorou e quando eu ia protestar a porta se abriu, Madara, Hashirama e Mito passaram por ela e e eu suspirei aliviada.

— Como ele está? — Hashirama ficou de joelhos ao lado do meu marido.

— Eu já fechei a ferida, mas ele perdeu muito sangue, tenho que estimular a produção de mais.

— Ela já gastou muito chakra comigo — meu marido falou.

— Você acha que consegue fazer isso, imouto? — Madara perguntou, também parando abaixado ao lado do Senju.

— Consigo desde que ele se vire de costas — falei com convicção e meu irmão assentiu puxando a lateral do corpo de Tobirama, o obrigando a virar de costas para que eu começasse o processo de regeneração sanguínea.

Depois de quinze minutos meu marido já estava corado e forte, quase novinho em folha, ele se sentou e eu soltei meu corpo no chão, sentindo um molhado entre minhas pernas.

— Sua bolsa — Madara falou de queixo caído no mesmo instante em que eu me contorci com uma contração mais forte.

Proposta de Casamento - Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora