Capítulo 26

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POV Tobirama

Eu não sei o que está acontecendo comigo, estou ficando mole pela Sayuri, mas algo nela liga o meu desejo de proteger e cuidar, além do tesão que ela me provoca. Eu acho que estou apaixonado por essa Uchiha que dorme tão linda em meus braços.

Quando chegamos para a reunião ficamos diante dos outros kages e seus guarda-costas, eu notei a forma como o ninja da nuvem olhava para Sayuri e murmurei:

— Eu não fui com a cara dele!

— E você vai com a cara de alguém? — Sayuri perguntou rindo sarcástica antes de eu entrar na sala.

Durante a reunião eu e Madara ficamos ao lado de Hashirama e Sayuri ficou fora da sala, junto com guardas dos outros kages, todos homens e eu vi, além daquele ninja, como os outros olharam para minha esposa, alguns com desejo outros indignados por ela estar ali.

Depois de horas a reunião acabou, com o um acordo de não agressão e de auxílio as vilas menores, que vinham causando problemas. Nesse momento foi autorizada a entrada dos outros guardas para o lanche que seria servido e Sayuri veio ao nosso encontro com ódio no olhar.

— O que aconteceu, imouto? — Madara perguntou baixo.

— Homens — ela rolou os olhos e nós nos olhamos, Sayuri claramente não diria mais nada por causa da promessa que fez a Hashirama.

Nós quatro estávamos comendo bolinho de arroz quando o tsuchikage se aproximou encarando Sayuri dos pés a cabeça.

— Um belo espécime você trouxe contigo, hokage — fechei os punhos e vi Madara fazer o mesmo, ele estava falando de Sayuri como se fosse um animal — Só é uma pena desperdiçar toda essa beleza num campo de batalha, ela deveria estar esquentando a cama de alguém!

— Ela deve estar onde quiser — falei com a voz firme, me colocando a frente dela — E eu exijo que você a respeite, tsuchikage.

— Eu concordo com o tsuchikage, Tobirama — o assistente do raikage que estava lá fora com ela falou — Ela com certeza me serviria muito bem!

Eu e Madara avançamos no mesmo momento e enquanto Sayuri me segurou, Hashirama segurou o irmão dela.

— Por acaso ela aquece a cama dos dois? Por isso estão com tanta raiva? — o tsuchikage falou novamente — Que feio não dividir!

A tensão no ar era grande, os nós dos meus dedos já doiam de tanto tanto que eu apertava e a mão de Sayuri continuava firme me meu peitoral, me mantendo no lugar.

— Vocês não deveriam fazer isso — o kazekage se pronunciou — Por acaso não sabem quem é essa mulher?

— Por que eu deveria saber quem ela é? — o assistente do raikage perguntou.

— Porque todos nós já ouvimos falar da princesa do sharingan — todos viraram os olhos arregalados para ela — Aquela que possui o genjutsu mais forte de sua geração e uma força bruta capaz de matar. Além disso, imouto de Madara Uchiha e esposa de Tobirama Senju.

Nesse momento quase todos os homens olhavam assustados para ela, para nós. Outros que aparentemente não gostaram de como ela estava sendo trata deram um discreto sorriso, incluindo o kazekage.

— Perdão, Tobirama — o tsuchikage falou — Não se deve falar assim da mulher de alguém!

— Não se deve falar assim de mulher nenhuma — eu falei com a voz tomada de ódio — Sayuri merece ser respeitada pela pessoa que ela é, não por ser minha esposa, peça desculpas a ela, não a mim!

— É bom que nunca mais eu ouça vocês falando assim sobre minha imouto — os olhos de Madara giraram para o mangekyou e foi possível ouvir o barulho feito por muitas gargantas engolindo em seco.

— A bonequinha precisa sempre ser defendida — o assistente do raikage continuou com o desrespeito e seu próprio líder negou com a cabeça — Pensei que você fosse mais forte, mas pelo visto está a sombra deles.

Quando eu me movi já era tarde demais, Sayuri estava diante dele, com o mangekyou ativado e falou em alto e bom tom.

— Eu só aguentei tudo isso calada porque fiz promessa ao hokage-sama de que não cairia em provações aqui — no segundo seguinte ele caiu babando no chão e ela se virou para o raikage, curvando o corpo e abaixando a cabeça — Sinto muito por isso, raikage-sama!

Eu sabia que ela só estava falando assim para evitar uma guerra, caso contrário ela nunca se curvaria para ele. O raikage caminhou até ela e assim que ele chegou eu me posicionei ao lado de Sayuri, em uma postura protetora.

— Ele fez por merecer, agora vai aprender a respeitar as mulheres — ele estendeu a mão para ela e quando ela aceitou ele deu um discreto beijo em seus dedos — É um prazer conhece-la, princesa do sharingan, tanto a beleza quanto o talento, tudo que dizem sobre a senhorita é real.

— Senhora — falei com a voz baixa e grave — ela é uma mulher casada.

— Claro, desculpe por isso, senhora, desculpe também pelo meu ninja — ele sorriu pra ela — Konoha está muito bem servida de shinobi, isso é um fato!

A forma como ele olhava para ela me incomodava, era como se ele pudesse devora-la a qualquer momento e Sayuri teve o disparate de corar, segurei seu ombro e a tirei de perto dele.

— Tobirama, antes que eu me esqueça — o mizukage falou, chamando a minha atenção e de todos que estavam em volta — Como você passou de odiar os Uchiha para o marido de uma? Devo deduzir que foi um jogo político pela estabilidade da vila?

— Eu não entendo, todos aqui dizem querer paz, mas ofendem minha esposa, questionam meu casamento — eu já estava nervoso e Sayuri tocou meu ombro.

— O que há entre Tobi-kun e eu não é da conta de ninguém — mesmo sabendo que era encenação, eu gostei desse kun — Nossos sentimos são apenas nossos, só saiba que o senhor está errado, mizukage. É melhor irmos embora, hokage-sama.

— É melhor mesmo, Hashirama — falei sério e tomei a cintura de Sayuri com intimidade, a levando comigo até a porta.

Nós começamos a correr em direção ao país do fogo, queriamos chegar logo em Konoha e eu notei como Sayuri estava cabisbaixa e mal falou conosco durante boa parte do trajeto. O clima estranho durou os dois dias de viagem e quando estávamos chegando a Konoha, Sayuri quebrou o silêncio.

— Hashirama — ela chamou meu irmão com a voz baixa e todos nós saltamos no chão, parando próximos uns dos outros — Eu prometi que não perderia a cabeça, mas fiz e você confiou em mim, me desculpe!

Então era por isso o clima estranho, ela estava se sentindo culpada. Ninguém disse nada e eu até me assustei quando uma gargalhada preencheu o ar.

— É com isso que está preocupada, Sayuri-chan? Fiquei tranquila, se você não tivesse feito aquilo Tobirama teria feito e ai o ninja estaria realmente morte e isso sim seria um problema — Hashirama coçou a própria nuca — Mas fica tranquila, meu otouto e o seu nii-san perderam a compostura muito antes, você aguentou bem mais do que deveria e eu estou orgulhoso de você. Tenho certeza que aquilo não dará em nada, afinal o raikage te deu razão.

— Deu razão e deu em cima — resmunguei e todos me olharam intrigados.

— Ta com ciúmes, Tobi-kun? — Madara falou com a voz debochada, claramente como uma provocação.

— Cala a boca, Uchiha — resmunguei e fui o primeiro a seguir caminho.

— Relaxa, Tobi-kun, a senhora ali é casada com você, ele não tem chances — Hashirama também me provocou e eu quase rosnei escutando a risada de todos, inclusive de Sayuri.

Proposta de Casamento - Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora