Capítulo 19

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POV Tobirama

Eu nunca imaginei que chegaria o dia em que eu ficaria deitado com uma Uchiha nos braços e apreciaria essa sensação. Sayuri era mesmo um pequeno lírio que merecia ser cuidada e amada, principalmente depois da dor que eu proporcionei a ela, nenhum de nós poderia se culpar pelo que aconteceu naquela época e saber que eu também perdi a ajudou a ver isso, mas ainda assim, eu tentaria concertar o que eu fiz e fazê-la sorrir ainda mais.

Mas eu ainda tinha curiosidades sobre ela, eu gostaria de saber tudo sobre minha esposa, inclusive sobre o poder de seus olhos, que eu nunca a vi usar, olhos que talvez um dia meus filhos tenham.

— Uchiha? — a chamei depois de um tempo que estávamos calados.

— Oi? — ela se sentou para me olhar, eu também ergui um pouco o meu corpo, me apoiando na cabeceira da cama.

— Posso perguntar algo sobre seus olhos? —  ela assentiu — Eu entendo como funciona o sharingan e mais ou menos como funciona o mangekyou, mas eu queria ouvir de você a explicação sobre os seus poderes e por que eu nunca te vi usando eles.

— Como eu despertei você já sabe — eu assenti e toquei seu rosto com carinho — Os poderes do mangekyou não são os mesmo em todos os usuários, com excessão do Susano'o, cada um desperta um poder diferente, podendo ser o mesmo nos dois olhos ou um em cada olho.

— E qual é o seu poder?

— Eu despertei um em cada olho, eu tenho o kotoamatsukami no olho esquerdo e o tsukuyomi no direito.

— E o que é cada um deles? — eu tentava imaginar o poder de "ilustres deuses celestiais" e "reino do pesadelo"

— Parece que até meu sharingan conhece minha afinidade — ela sorriu para mim — os dois são genjutsu. O tsukuyomi é um genjutsu inteiro sob o meu controle, eu posso manipular a percepção de tempo da outra pessoa, fazendo segundos parecerem dias dentro do tsukuyomi, dificilmente a mente sai intacta dele, mas eu preciso olhar nos olhos para ativa-lo. Já o kotoamatsukami controla a mente da vítima, me permite entrar na mente da pessoa e munipula-la, dando até falsas experiências e sensações, mas o mais importante desse jutsu é que isso acontece sem que a pessoa perceba que está sendo manipulada e sem que eu precise olhar nos olhos.

— Sério? — eu estava impressionado, ela era realmente capaz de tudo isso? Mas e se ela estiver me manipulando para me dar a sensação de que estou apaix... começando a gostar da companhia dela? Escutei sua gargalhada e sai dos meus pensamentos.

— Eu não estou fazendo isso com você agora, baka, ninguém conseguiria usar o mangekyou por tanto tempo.

— Mas por que você nunca os usa?

— Eu só usei em treinos até hoje e espero não chegar o dia em que eu tenha que usar em combate, principalmente o tsukuyomi — eu a olhei um pouco confuso — Por ser uma ilusão capaz de manipular o tempo eu acabo usando muito chakra, além de sobrecarregar meu olho. Quanto mais se usa o mangekyou, mais deteriorada fica a visão do usuário, até que ele fique cego e perca o poder dos seus olhos, é uma punição por usar tanto os olhos amaldiçoados.

— É estranho que um jutsu ocular tão poderoso possa deixar alguém cedo — eu tive que fazer esse comentário — Mas e o Madara? Ele sempre usou muito.

— Sim, ele e Izuna quase ficaram cegos por isso, mas antes de morrer, Izuna deu os olhos dele para o Madara, o fazendo conseguir o mangekyou sharingan eterno, que o permite usar todos os benefícios do mangekyou sem sofrer as consequências disso.

— Impressionante! Você já perdeu alguma coisa da sua visão?

— Não, como eu disse, eu não faço uso contante desse poder, por isso não sofro os efeitos, mas as vezes que usei para treinar foram bem dolorosas — ela balançou a cabeça com a lembrança e eu a abraçei com carinho, também espero que não chegue o dia que ela tenha que usar, pois não quero vê-la com dor.

— E o Susano'o?

— Também impõe grande pressão sobre o corpo e sobre o olho, além de consumir uma quantidade enorme de chakra, mas é uma arma de defesa e ataque incrível.

— Como é o seu?

— O meu é dourado, de acordo com Madara, da cor do sol — eu podia imaginar um Susano'o tão radiante quanto ela — E ai, matou sua curiosidade sobre meus olhos?

— Mais ou menos — sorri pra ela — Posso vê-los?

— Você já viu nas lembranças de Hiroshi.

— Mas eu vi com os olhos de Hiroshi, quero ver com os meus.

— Tudo bem — ela fechou os olhos e quando os abriu, estava com o mangekyou ativado.

Eu olhava bem para seus olhos, não senti medo, estava admirado. Ela parecia ter uma shuriken girando dentro de cada olho, eram lindos, mas também capazes de machuca-la e dessa parte eu não gostava!

— Nunca pensei que fosse dizer isso desses olhos, mas são lindos — ela deu uma risada e os desativou.

— Mas por que todo esse interesse repentino sobre meus olhos?

— Eu só queria te conhecer melhor, conhecer as habilidades da Kunoichi incrível com quem eu me casei, além de saber mais sobre os olhos que meus filhos herdarão — ela deitou no meu peito e eu fiz carinho em seu cabelo.

— Nem sei se teremos filhos, mas se tivermos, tomara que eles não herdem meus olhos.

Ela realmente parecia detestar seus olhos, mas eu entendo, ela não quer que os filhos sintam o que ela sentiu para ter esse poder que ela nem mesmo pode usar. Eu fiquei fazendo carinho em seu cabelo até ela pegar no sono e dormi logo em seguida, com ela em meus braços.

No dia seguinte acordamos cedo para voltar para casa, eu confesso que tive um pouco de receio de que ao voltarmos tudo voltasse a ser como era antes, mas Sayuri segurou minha mão por todo o caminho de volta para casa.

Proposta de Casamento - Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora