Capítulo 2

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POV Tobirama

Eu não gostei nada da proposta do meu irmão, mas se era pela paz e pelo bem da vila, eu não me importaria de dormir na mesma cama que uma maldita Uchiha para o resto da minha vida. Se bem que com aquele corpo incrível, não seria um sacrifício tão grande assim!

Mas a recusa dela, curta e direta, me deixou nervoso, essa maldita não pensa na vila nem um pouco?

— Você acha que ela mudaria de ideia se contassemos sobre os outros clãs? — Hashirama perguntou a Madara.

— Eu já disse para não fazer isso, Hashirama, eu não quero pressiona-la tanto a fazer algo que não quer.

— Eu você acha que eu quero? — perguntei nervoso — Eu só aceitei isso pelo bem da vila, para mantermos a paz, não seria pedir muito que vocês fizessem o mesmo sacrifício.

— Tobirama — Hashirama me repreendeu.

— Eu não vou forçar minha imouto a deitar na cama com o homem que ela mais odeia no mundo, Tobirama — Madara também estava perdendo a paciência — Você matou o irmão favorito dela, para ela esse seria um sacrifício muito maior do que o seu!

— Parem, vocês dois — meu irmão falou sério, era poucas as vezes que ele fazia isso, então nos calamos — Nós vamos tentar falar com ela novamente, com calma, explicar detalhadamente a situação e depois ela estará livre para decidir e até fazer exigências se necessário.

Essa última parte ele direcionou a mim, revirei os olhos e suspirei, Hashirama e Madara ainda me olhavam, como se esperassem o meu consentimento para permitir que ela fizesse exigências sobre nosso casamento.

— Tubo bem, mas se ela puder fazer exigências, eu também poderei.

— Não sendo nada muito absurdo, podemos concordar com isso — meu irmão disse — Vamos espera-la em casa.

Ficamos mais de hora esperando por ela, isso já estava me incomodando, até que ela surgiu correndo e rindo alto com o Hiroshi, um Uchiha de quem ela era bem próxima, eu nunca tinha visto um sorriso que não fosse irônico em seu rosto, era até bonito. Não pude evitar fazer insinuações, fato era que se nos casassemos, eu não queria esse cara por perto, mesmo sendo só amigos, todos achavam que eles tinham alguma coisa e eu não queria sair de maior pegador de Konoha para corno.

— Sayuri, nós precisamos falar que... — meu irmão começou, mas foi interrompido por ela.

— É verdade sobre alguns clãs não estarem aceitando um acordo de paz com medo de que os Uchiha e os Senju voltem a lutar? — como ela ficou sabendo disso?

— Era o que eu iria te contar agora, mas como você ficou sabendo?

— Hiroshi me contou.

— E você contou a ele sobre nossa proposta? — Hashirama perguntou — Sayuri ninguém pode saber!

— Relaxem, ele é de confiança — ela deu de ombros — Mas por que não me disseram isso de primeira?

— Eu não queria pressionar você a isso — Madara disse baixo, era bem claro para todos o amor e o respeito que ele tinha pela irmã.

— Esse é o único jeito? — ela perguntou olhando para mim — Você é um excelente estrategista, não consegue pensar em nada para nos tirar dessa?

Ela deveria estar muito desesperada para me elogiar e me pedir ajuda, mas pensando bem, nós dois estávamos na mesma forca.

— Não, na verdade nem essa ideia passou pela minha cabeça, foi coisa da Mito, mas o pior é que eu concordo que é o único jeito!

Ela suspirou e fechou os olhos, por um segundo eu tive a impressão que ela estava tentando conter as lágrimas, mas ela logo os abriu e olhou para algo acima da minha cabeça, travou a mandíbula, respirou fundo e disse:

— Certo, eu topo essa loucura, mas com algumas condições — lá vem, Hashirama e Madara assentiram e pareciam dispostos a intervir só se não entrassemos em um acordo — a primeira é sobre seus hábitos de vida, mesmo não sendo uma relação real, eu não quero você com nenhuma outra mulher, não aceito que a vila toda ache que sou corna.

— Fechado — falei, seria fácil abrir mão de todas tendo a mulher mais gostosa de Konoha na minha cama — E ai entra uma condição minha, não quero você por ai com Hiroshi.

— O que? Mas ele é meu melhor amigo, nós nunca tivemos nada, você não pode exigir isso — ela se levou irritada e socou a mesa, causando uma rachadura nela.

Fiz uma anotação mental de nunca tira-la do sério.

— Sayuri senta e escuta o que ele tem a dizer — Madara falou tentando manter a voz calma — E nem pense em quebrar outra mesa.

Ela fechou os punhos, olhou sobre minha cabeça outra vez e se sentou.

— Por mais que você diga que vocês não tem nada, todos em Konoha acreditam que vocês tem sim alguma coisa e eu também não vou ser o corno da vila, Uchiha.

Ela ponderou um pouco e com um resmungo de raiva assentiu.

— Tudo bem, eu também preciso que você controle seu temperamento, não vou me casar para ser tratada como uma inimiga dentro de casa, não precisa me tratar como o amor da sua vida, pois isso eu nunca vou ser, mas um mínimo de cordialidade entre nós dois é necessária — concordei — Não espere que eu faço comida e lave suas cuecas, primeiro eu não sei cozinhar, segundo eu não lavo nem as cuecas do meu onii-san.

— Por mim tudo certo — falei sério, mas resolvi provoca-la um pouco — eu cozinho e lavo minha próprias cuecas, se quiser posso lavar suas calcinhas também.

— Ai entra mais uma exigência — ela disse, completamente vermelha — Eu não quero ser tocada por você.

— O que? Mas você vai ser minha mulher, quer que eu faça o que? — perguntei com ironia.

— Tobirama — Hashirama disse sério.

— Eu não quero ser tocada por você — ela repetiu pausadamente.

— Tudo bem, Sayuri — meu irmão falou — Tobirama não vai te tocar sem seu consentimento.

Agora essa, ela me tira minhas garotas e ainda vai me amarrar uma boa foda, não acredito que vou casar pra ficar na mão, literalmente. Ela estava me olhando, aguardando minha confirmação e eu assenti, com a cara emburrada, mas agora é hora de jogar.

— Tudo bem, eu não te toco, mas nós dormiremos na mesma cama — ela engoliu em seco e assentiu — Mais alguma exigência?

— Essa para o Hashirama — ela se virou para meu irmão — Eu não quero deixar de fazer missões, vocês não vão me transformar numa dona de casa!

— Não precisa se preocupar com isso — ele sorriu para ela — Sayuri, eu nem sei como te agradecer pelo que está fazendo.

— Não precisamos disso, Hashirama, vou encarar quase como uma missão — ela disse séria — Mas não anunciem nada ainda, ninguém vai ser idiota de acreditar que do nada Tobirama e eu descobrimos que o ódio que sentimos um pelo outro é amor, vamos nos casar e viver felizes para sempre. Ninguém é tão idiota assim! Amanhã nós nos encontramos novamente para pensar o passo a passo de como nos apaixonamos.

Ela revirou os olhos com a última frase e se levantou, subindo as escadas sem dizer mais nada, eu e Hashirama também nos levantamos para ir embora. Mas antes, eu olhei discretamente para o que estava atrás de mim, um retrato dela nas costas de Izuna, em que eles pareciam muito felizes, então aquela era sua base de estabilidade.

Proposta de Casamento - Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora