Capítulo 52

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POV Tobirama

Os últimos oito anos com Mahina foram uma nova descoberta a cada dia, era como se meu mundo tivesse um novo centro ocupado por Mahina e Sayuri, elas trouxeram a tona um Tobirama que nem eu sabia que existia.

— Você comeu todas esses dangos? — perguntei horrorisado quando cheguei em casa e vi Mahina com a boca toda melada e cinco palitos vazios em volta dela, além de um quase vazio em suas mãos.

— Não, ainda tem um, quer? — Mahina estendeu o palitinho com uma bolinha pra mim e sorriu com um olhar totalmente inocente e eu desejei que nada nesse mundo lhe tirasse esse olhar.

— Filha, o que o otou-san já falou sobre ficar comendo essas porcarias? — ela abaixou a cabeça e me olhou pelo canto do olhou com carinha de piedade.

— Não briga com o Hashirama-oji, ele só quis ser legal!

— Claro que isso seria coisa do Hashirama — revirei os olhos e vi Sayuri chegando em casa.

— Daqui a pouco vamos sair, ta filha? — ela chamou Mahina e me deu um selinho.

— Você deixou ela comer todos esses dangos? — perguntei com a cara emburrada.

— Não, eu a deixei com o Hashirama tem uma meia hora — Sayuri deu uma risadinha — Ela vai queimar todos os dangos quando estivermos indo para aquela cachoeira brincar com o Kai.

— Vai leva-la para fora da vila? — perguntei com uma careta.

— Sim, meu falcão precisa voar, meus alunos precisam sair um pouco e minha filha precida de ar livre — ela deu um peteleco em minha testa — Sem neuras, otou-san!

Fui para o escritório analisar uns papéis e fiquei por lá até as duas virem se despedir, Sayuri estava com a luva e carregava o falcão. Passei toda a tarde em meu escritório e Hashirama me chamou com urgência na torre hokage, fui correndo com o coração apertado, morrendo de medo de ser algo com minha filha e minha esposa. Cheguei lá e Madara estava ofegante, segurando Kai que tinha as garras fincadas em seu braço desprotegido.

— Esse é falcão da Sayuri não é? — Hashirama perguntou e eu assenti — Onde ela está?

— Ela foi com o Kai, a Mahina e o alunos dela para a cachoeira fora da fronteira sul.

— O mundo está em ameaça de guerra, sonham com os olhos dela e com o DNA da Mahina e você simplesmente deixa elas sairem da vila? — Madara perguntou revoltado.

— Não é como se eu pudesse controla-la, não é Madara? Você a conhece, sabe que ela jamais aceitaria ser mandada!

— Eu sei, mas tô preocupado com as duas — ele suspirou e soltou Kai, dando ordem para que fosse pra nossa casa.

Fiz uma invocação e ordenei que Yuzi fosse procura-las e as mantivesse seguras. Estávamos discutindo o que poderia ter acontecido quando a sala foi invadida pelos três alunos de Sayuri, eles estavam ofegantes e com lágrimas nos olhos.

— Hokage-sama, ajuda — um deles disse e nós três praticamente saltamos para a frente dos garotos.

— O que aconteceu? — perguntei rápido, agarrando um dos garotos pelos ombros.

— A gente tava na cachoeira e a Mahina-chan correu atrás de um coelho, dois minutos depois um ninja de Kirigakure surgiu segurando a pequena com uma kunai em seu pescoço.

Soquei a parede atrás da cabeça do garoto, fazendo a sala extremecer com a quantidade de chakra que eu, Madara e Hashirama liberamos ao mesmo tempo. Os três garotos tremeram e eu pedi desculpas por assusta-los assim.

— Eles prenderam correntes de chakra na Sayuri-sensei, ela nem tentou lutar pra não arriscar a vida da Mahina — um dos garotos falou chorando — A gente queria ajudar, mas ela disse que eramos seus companheiros e ela jamais nos deixaria morrer.

— Além de companheiros éramos seus subordinados — o outro completou, também com os olhos cheios de lágrimas — Ela deu uma ordem para seguirmos até chegar aqui.

— Que ordem? — Madara perguntou, colocando sua armadura.

— Não morram — os três responderam ao mesmo tempo.

— Então cumpram a ordem e descansem, nós cuidaremos do resto — falei, também colocando minha armadura.

Eu teletrasportei nós três para o portão da vila mais próximo da cachoeira e quase rosnei de raiva quando tentei me teletransportar para uma das duas e não consegui.

— Droga — soquei uma árvore — Elas estão fora do meu alcance!

Corremos até a cachoeira e eu esperava encontrar qualquer sinal de luta que pudesse nos guiar a elas, mas o campo estava intocado.

— Não há nada, como vamos encontra-las? — Hashirama perguntou fechando os punhos com força.

— Eles acertaram em pegar Mahina — Madara apoiou as costa na árvore, com um semblante preocupado — Sayuri nunca faria nada que colocasse a vida da pequena em perigo.

— Eu preciso acha-las — senti minha garganta se fechando — Eu preciso delas!

— Calma, Tobirama, vai ficar tudo bem — Hashirama tocou meu ombro e eu travei a mandibula, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

— Engole o choro, Senju, não vem bancar o fraco agora — Madara falou com a mandibula tensionada e os olhos também marejados — Nossa princesinha e minha imouto, sua mulher precisam de nós!

Assenti e toquei o chão, tentando rastrear o chakra delas e senti levemente as vibrações de Mahina e Yuzi bem distantes, ainda fora do alcance do meu teletransporte.

— A oeste — comecei a correr sendo seguido pelos dois e sentia o chakra da minha filha cada vez mais próximo, mas ainda não sentia o da minha esposa.

Corremos por um tempo até eu sentir o chakra dela mais forte e agitado, parei e apenas me abaixei abrindo os braços, segundos depois senti o corpo dela se chocar contra o meu, seu cheirinho gostoso e as terríveis lágrimas que molhavam os olhos dela e os meus.

— Meu amor, você ta bem? — me afastei dela para olhar seu rostinho inchado e molhado pelas lágrimas e arfei ao notar aqueles olhos vermelhos me encarando — Madara!

— Eu vi — escutei ele engolindo em seco e se abaixando, olhando o pequeno corte da kunai no pescoço dela — O que aconteceu com sua okaa-san?

Antes de responder Mahina se jogou em meus braços e voltou a chorar enquanto eu acariciava seus cabelos, me deixando a beira do desespero, eu não posso viver num mundo sem Sayuri, olhei para Yuzi e ele abaixou a cabeça, desviando o olhar.

— Me desculpe, Tobirama-sama.

Proposta de Casamento - Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora