Mᴏɴᴇʏ

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Corro em direção aos caídos e me agacho em frente a Bill.
— Bill? Bill??
Ele se levanta meio atordoado, e eu faço o mesmo.

— Você está bem?
Pergunto e o mesmo faz que sim com a cabeça.
— Aquele cara está bem pior que eu...
Diz quase rindo, ignorando totalmente a agitação ao redor.

O tiro não acertou nele, e sim no azarado homem, ele apenas encostou no sangue.

— Então acho que atirar é que nem andar de bicicleta, a gente nunca esquece.
Ele ri de um jeito que eu nem me lembrava. Acho que minha cabeça inventou uma imagem dele ou algo do tipo, pois me lembro de sua risada totalmente diferente. Pode também ter sido os anos que se passaram.

Na invasão todos os traficantes morreram ou foram embora, claro que os nossos também morreram. Mas de repente o mesmo traficante de antes aparece, estragando a calmaria.

— Chefe!
Ele diz angustiado.
— Vem! Rápido!
Bill vai até ele sério, com a nítida preocupação no olhar.

— Vem Julie, você é uma de nós agora. Sempre foi.
O traficante diz olhando em meus olhos, me deixando um pouco constragida. Eu realmente preciso lembrar o nome dele.

Vou com eles até algum tipo de salão.
— Como tudo já tinha acabado, resolvemos verificar os cofres...
Ele dá uma pausa para respirar fundo, mas outro homem que já estava ali completa.
— Sendo que tem um pequeno problema...

— Falem de uma vez!
Bill que já está estressado manda, mas ao envés de responderem eles abrem o cofre.

O compartimento está completamente vazio, sem nenhum vestígio de dinheiro...

— Como isso é possível?
Pergunta o mesmo, enfurecido.
— Aquilo poderia ser apenas uma distração...
Penso alto demais e todos olham para mim.
— Uma distração?
O traficante com R indaga.

— Sim... Deixaram o chefe e os outros ocupados, enquanto algum deles roubavam o cofre.
Arrumo a postura, olhando para o compartimento aberto.

— Faz sentido...
O traficante ao lado responde, enquanto Bill nós encara com sangue nos olhos.
— Eu não tô preocupado de como fizeram isso, só de como iremos repor!
Acho que aquele olhar foi especificamente para mim.

— Roubando de volta.
Anuncio sem nem pensar no que estou dizendo, o que obviamente não foi uma boa idéia.
— Essa foi a idéia mas estapafúrdia que eu já ouvi!
Bill contesta cada vez mais alto, começando a me irritar.

— Tem alguma ideia melhor?
O encaro fazendo que todos fiquem em silêncio, certamente ninguém aqui sequer ousou questionar Bill alguma vez na vida.

Sei que não vai ser fácil, porém é a única opção, repor tudo demoraria muito.

Considero o silêncio com um sim, então continuo.
— Ótimo, é isso que vamos fazer.
O chefe dá um passo em minha direção, tentando me fuzilar com os olhos, o que não dá certo.

— Você acha mesmo que eu vou arriscar todos aqui por um plano maluco, que nem sabemos a localização do dinheiro?
É, talvez. Penso, mas me mantenho calada.

Ando alguns passos em sua direção, e todos começam a entender absolutamente nada.
— É, porque ninguém aqui vai conseguir sozinho.

Me refiro ao que acabou de acontecer com ele e o mesmo percebe, mas nenhum de nós está com paciência agora.

Bill estala a língua e vocifera.
— Pelo menos eu sei usar uma arma!
Aham, não pareceu.
— E eu sei que essa é a única opção.

— Mas não fui eu que quase matou a pessoa errada!
R, e o outro homem nós olham cada vez mais confusos. Minha paciência foi embora e a raiva assumiu seu lugar.
— E não fui eu abandonei ninguém por seis anos!

ᴀ ғɪʟʜᴀ ᴅᴀ ᴍᴀғɪᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora