Coma: Especial Bill, Jean and Robin✨

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Bill

Já faz uma semana e meia, e nenhum sinal que ela tenha acordado.

Naquele carro foi a última vez que a vi acordada, com seus olhos de boneca, que tantas vezes vi fechar quando a botei para dormir.

Agora a única coisa que eu quero é que os abra, e eu possa ver aqueles olhos piscarem para mim, da minha filha que nunca deixei de amar, mesmo que ela pense o contrário.

Meu braço ainda dói por causa do vidro da janela, mas eu trocaria essa dor mil vezes, para estar em seu lugar.

Não quero perder a pessoa que eu mais amo nessa vida, minha pequena Julie.

Me sento na poltrona ao lado da sua cama e coloco ao seu lado o seu ursinho, que achei quando voltei para casa, para ver os estragos.

Mandei remenda-lo e limpa-lo e agora está como era antes. Acho que o nome era Teddy.

Só queria poder voltar no tempo e ter salvado Luna e Alejandro, cuidado da minha pequena, e ter demostrado o quanto amava e ainda a amo.

A observo "dormir", e penso o que poderia ter sido se nada daquilo tivesse acontecido, eu ainda estaria com a mulher que amava, apesar de estar gostando de Cicy.

Tantas coisas boas poderiam ter acontecido, e hoje eu não teria medo todo dia de acordar, e ouvir o meu celular tocar com a notícia que a perdi...

Aliás, falando em celular, parece que nas coisas dela foi achado o meu, essa menina é prodígio.

Dou um beijo em sua testa e cantaro-lo a música que Luna cantava para ela dormir, não lembro muito da letra, mas lembro de como ela gostava.

Seguro em sua mão, com a esperança que a qualquer momento, possa se mexer e ela acordar.

Jean

Vou visitar Julie, sim Julie, não Michele, pois sei como ela não gostava quando a chamava assim.

Então acho que talvez se ela ouvir seu nome possa despertar, sei que é meio bobo, mas tudo agora é bem-vindo.

Toda vez que venho visitá-la venho a pé. Eu que estava dirigindo o carro e me sinto culpado por isso, nem quando eu mato alguém me sinto assim.

Achamos quem estava dirigindo aquele carro, era um cara chamado Chucky, e como esperando, era dessa desgraça de ScorKing.

Eu quis mata-lo e até aquele policial certinho queria também, mas Bill disse que não queria mais mortes na vida dele, então depois de tanta discussão, ele conseguiu o que queria.

Ou quase, pois agora ele está no hospital também, preso, Chucky não poderia sair dessa ileso, não depois de ter deixado Julie como está.

Não sei o que sinto por essa garota, mas é algo além de físico, percebi isso dês do primeiro dia que a vi.

— Jean? Jean Jackles?
Uma garota me para quando estou perto do hospital.

Esse é o lado ruim de ser um empresário, ou um falso dele, porque para ser um mafioso você tem que se esconder atrás de uma máscara, não das sombras.

Quanto mais nítido você é, ninguém conseguirá ver sua sombra.

Decido a ignorar, pois já estou em frente ao hospital. E logo quando entro encontro o policial e Bill eufóricos, conversando nervosos com o enfermeiro.

Que merda está acontecendo??

Robin "Hood"

Vou visitar Julie e quando abro a porta do quarto encontro Bill na protona, de mãos dados com a filha, que só recentemente descobri que realmente é biológica.

Olho para a dona da mão que ele segura e percebo que ainda está "dormindo".

Só queria que ela acordasse, para eu poder dizer tudo aquilo que guardo á muito tempo. Mas não tenho coragem alguma para falar.

Ela não confia em mais mim, não do jeito que eu confio nela.

Porém, não é assim que eu imagino como uma pessoa deve viver, no crime, na culpa, com acidentes que fazem aquilo com a pessoa...

Foi justamente isso que eu escolhi ser contra, mas ela me faz questionar tudo.

Vale a pena viver na luz, no certo, na lei, se ela não está aqui?

E sim em uma cama, onde nunca saberemos se ela irá acordar...

Decido fechar a porta para deixar-la em paz com o seu pai, mas a porta acaba fazendo um barulho e Bill acorda.

— Robin?
Ele se levanta sonolento, sem deixar de segurar a mão da filha.
— Oi, Bill.
Ele olha rapidamente para a sua filha e vai até mim, soltando lentamente a sua mão.

— Vou buscar um café, por favor, cuide bem da minha menina.
Ele saí, mas olhando sempre para trás, com medo de deixa-la ir.

Ando em direção da garota forte, e destemida que conheci, que agora está fraca, e cada vez mais perto da... Não sei se eu consigo dizer isso, ou simplesmente imaginar.

Me sento na cadeira que Bill estava e a porta se fecha com o vento.

Seguro delicadamente a sua mão, com a esperança que ela me mande soltar, igual como fez em quase 2 semanas que se passaram.

— Sabe Julie, desde que você ficou assim não mudou muita coisa, a ScorKing continua a mesma, e o crime também.
Ajeito o seu lençol e continuo.

— Mas Bill está diferente, ele mudou, está mais carinhoso, vem aqui todo dia. E sobre o Lorenzo... Ainda não gosto dele.

Reviro os olhos ao lembrar de Jean dançando com ela, e volto a conversar com a esperança que ela me ouça.

— Mas tem coisas que nunca mudam... Como aquele sentimento estranho que só cresce no peito, que faz parecer que você vai ter um infarte de tanto o coração bater rápido, e isso só acontece quando eu estou com você.

Sorrio do jeito que eu pareço um bobo falando isso. Eu sei que pareço, e ela acharia o mesmo.

— Nunca achei que iria sentir isso, por um tempo pensei que nem existia. Mas com você eu sei que existe. E posso afirmar com toda certeza, que eu te a...

Antes que eu possa terminar sinto um aperto em minha mão, e por impulso dou um pulo da poltrona.

Ela continua quieta, então me aproximo um pouco.
— Julie, você está me ouvindo?
Sei que é inútil, mas não posso desistir. Ela nunca desistiria.

Sinto outro aperto em minha mão e abro um sorriso largo, que sei que ela tanto odeia. Então corro em direção a porta.

Eu preciso chamar um médico! Um enfermeiro! Bill!

— Ela está bem! Ela acordou!
Grito em frente a porta, e logo em seguida Bill e um enfermeiro vem até mim.

Ela está bem...

ᴀ ғɪʟʜᴀ ᴅᴀ ᴍᴀғɪᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora