A mulher

290 43 13
                                    

Ao notar a minha presença, o policial atira em meu braço, dou um grito abafado e saio correndo do local.

Quando percebo que estou longe o bastante, paro de correr.

Sinto minha respiração ofegante, minhas pernas exautas, meu braço dolorido, e minha mente uma bagunça.

Porque sempre me deixo enganar?...

Vou botar meus braços em minha cabeça em desespero, mas acaba ardendo mais a ferida, não aguento e dou um grito baixo.

- Você está bem?
Uma mulher abre a porta de uma casa atrás de mim, e me viro para ela com a mão no braço, seus olhos se arregalam ao ver o sangue que sai dele.

- Venha, querida! Entre, entre!
Acho melhor não... E se ela fizer parte dos Lorenzo? E se for uma armadilha?

Não devo mais confiar em ninguém.

Mas a dor fala mais alto, me fazendo entrar. Assim que passo pela porta percebo algo familiar.
- Sente-se, eu vou cuidar disso para você.

Me sento no sofá, e a mulher de cabelo castanho corre para alcançar em cima de um armário, uma maleta de primeiros socorros.

- Não precisa fazer isso, acho melhor eu ir embora.
Tento me levantar e meu braço bate no sofá, dou um grito abafado, e quando olho novamente para ela, a mesma paga algumas coisas na maleta.

- Vai doer um pouco...
Ela diz enquanto me ajuda a me sentar e começa a mexer na ferida. Ela parece saber exatamente o que está fazendo.

No orfanato eu me machucava as vezes, e dependendo do tamanho, doía muito, mas com toda certeza, esse foi o que doeu mais.

- Pronto.
Olho para o meu braço que está coberto de gases. E escuto o barulho da bala ao encostar no pote de vidro, que a mulher colocava.

Porém, percebo que também há outra bala no pote... De onde veio essa outra bala?

- Obrigada. Mas agora preciso ir.
Tenho me levantar, mas ela me botada no sofá novamente.

- Você não pode voltar lá! Está acontecendo um tiroteio, e você já se machucou!
Diz apontando para o frasco.
- Mas eu preciso ir.

Tenho que falar com Robin, e descobrir se foi ele causou todo o tiroteio, dando informações as pessoas que mais odeio, polícias, que na verdade ele é um deles.

Acho que estou esquecendo de alguma coisa...

Dou um pulo do sofá, o que faz meu braço doer, porém, menos do que antes.

- Eu preciso fazer algo urgente, obrigada de novo.
Ando a passos rápido, em direção a porta, e a mulher acente.

- Se precisar é só chamar!
Faço que sim com a cabeça, e bato a porta, logo em seguida começo a correr, tenho que encontrar Bill.

Ele já deve está indo se encontrar com o tal homem.

Depois do ato... Depois... Mas onde?

Passo por vários becos, casas, ruas, e bairros, mas nada de Bill.

Tenho que lembrar mais da conversa, alguma coisa que me ajude.

Me sento em uma calçada pequena, e olho para meu braço. O gase que antes estava branco, já está todo vermelho de sangue...

Fecho os olhos, e tento relembrar o que eles conversaram.

- Vamos embora! Alguém pode ter escutado, ou escutar. Depois do ato conversamos melhor.
- Ok, mas não aqui...

Não aqui? Não na toca? Mas porque eles diriam isso, se sabiam que alguém estava escutando?

Como eu fui burra, isso só foi para me fazer perder tempo.

Estão na toca.

Me levanto de uma vez. Tenho que encontrá-los, e rápido.

ᴀ ғɪʟʜᴀ ᴅᴀ ᴍᴀғɪᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora